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Na semana passada, durante a conferência anual para desenvolvedores, a Apple apresentou uma série de novidades contidas no sistema operacional iOS 8, que equipa iPhones e iPads.
Algumas funcionalidades porém, não ganharam espaço na apresentação da companhia, mas foram descobertas por desenvolvedores de aplicativos que já tiveram acesso à uma prévia do sistema e vêm divulgando seus achados na internet.
Tela Dividida
O recurso mais interessante é provavelmente o de tela dividida. Atualmente, todos os aplicativos abertos no iOS são exibidos em tela inteira, um comportamento que garante a facilidade de uso e simplicidade do sistema, mas que é criticado por supostamente limitar a produtividade de usuários avançados.
Atenta a estas solicitações e à concorrência – o recurso é oferecido no Windows 8 desde o lançamento e a Microsoft chegou a zombar da incapacidade do iPad de rodar apps lado a lado em comerciais de TV – a Apple parece ter incluído novos tamanhos para aplicativos no iOS 8.
Segundo o desenvolvedor Steve Troughton-Smith, que descobriu referências à funcionalidade no código-fonte do sistema, os aplicativos poderão ocupar 25%, 50%, 75% ou 100% da área da tela, teoricamente permitindo o uso de até 4 aplicativos simultâneos. Porém, para preservar a usabilidade do iOS, a Apple não deve permitir mais de dois apps na tela ao mesmo tempo.
Um diferencial em relação ao Windows seria a capacidade de compartilhar conteúdos entre os aplicativos abertos apenas arrastando o dedo de um app para outro.
Não está claro o motivo pelo qual a Apple decidiu não anunciar o modo tela divida na semana passada, mas é provável que a empresa esteja guardando a novidade para o lançamento de novos iPads no fim do ano.
Privacidade na descoberta de redes Wi-Fi
Quando saímos na rua com o sinal Wi-Fi do smartphone ligado, o aparelho tentará descobrir redes sem fios públicas ou privadas disponíveis nos arredores.
Para tentar estabelecer a conexão, o dispositivo envia um código identificador – único para cada cada aparelho – chamado endereço MAC (Media Access Control) para os roteadores que estiverem dentro do alcance.
Porém, mesmo que a conexão entre smartphone e roteador não seja efetuada, o endereço MAC enviado pode ser armazenado pelo criador da rede, deixando um rastro por onde o aparelho e o dono passam.
Lojistas, agências de marketing e até governos têm usado esta prática para mapear o fluxo de movimentação de pessoas, o tempo de permanência delas em determinadas regiões e a frequência com que retornam.
Como a maioria dos usuários não faz ideia de que está sujeito a este monitoramento, a Apple adicionou no iOS 8 uma forma de limitar esta prática. Ao tentar descobrir redes Wi-Fi próximas, iPhones e iPads com o novo sistema passarão a informar endereços MAC aleatórios (leia-se: falsos), disfarçando a identidade do dispositivo.
Portanto, mesmo que um usuário passe com frequência em frente à uma loja, o sistema de rastreio não será capaz de identificar que trata-se do mesmo aparelho e, por extensão, da mesma pessoa.
Contudo, este truque só funciona contra redes Wi-Fi em que a conexão não é estabelecida. Uma vez que o dispositivo seja conectado à rede, o endereço MAC verdadeiro será enviado. Estabelecimentos comerciais podem, por exemplo, oferecer redes Wi-Fi gratuitas para clientes com a contrapartida de poder obter informações pessoais através delas.
Estacionamento
Os Mapas da Apple, embutidos por padrão desde o iOS 6, devem ganhar uma pequena, porém útil funcionalidade: lembrar onde o carro foi estacionado. O recurso ainda não está confirmado, mas evidências foram encontradas no código-fonte do iOS.
Esta função foi implementada semanas atrás pelo rival Google no assistente Google Now, presente em smartphones Android. No caso do Now, o serviço utiliza os sensores do aparelho para identificar quando o usuário deixa um veículo em movimento e então marca esta posição como sendo o local onde o carro foi estacionado.
O efeito colateral é que este método não permite que o Google diferencie carros particulares de veículos de transporte coletivo ou de amigos, por exemplo.
O sistema da Apple deve aliar as capacidades do chip M7 aos demais sensores do iPhone e utilizar critérios semelhantes aos do Google para determinar a localização do automóvel.
Nos próximos meses, à medida que mais desenvolvedores ganhem acesso ao iOS 8 e a Apple continue atualizando o sistema, novas funções não reveladas no palco dos grandes eventos da companhia devem surgir, até que todas as novidades sejam liberadas para os ansiosos usuários de iPhones e iPads.
Fontes: The Verge, Quartz, 9to5mac.
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