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A Inteligência Artificial é uma ferramenta com um incrível potencial de transformação. Muitos comparam sua presença no mercado à evolução dos computadores a partir da década de 1990, que nunca mais regrediu. E até o Google está ansioso por não perder essa corrida, como se vê pela recente iniciativa de desenvolvimento de Inteligência Artificial em África, no Gana.
Precisamente, o Google está no centro de um teste médico com recurso ao uso de Inteligência Artificial e que já apresentou grandes resultados. Divulgado há poucas semanas pela Revista Galileu, o estudo mostrou a superioridade da máquina sobre um grupo de médicos na detecção de casos de câncer de pulmão.
Atuação da Inteligência Artificial na medicina
Os pesquisadores, envolvendo o Google e vários centros médicos nos Estados Unidos, começaram por “treinar” o sistema informático, introduzindo dados (com tomografias e imagens) de doentes e pessoas totalmente saudáveis. O sistema, construído com capacidade de leitura de dados e interpretação de padrões, passou progressivamente a ter a capacidade de comparar um caso presente com os diversos casos apresentados no passado.
Na prática, tal como um médico faria. A diferença é que o sistema, construído pacientemente com o recurso a uma base de dados imensa, tem uma capacidade de acumular “experiência” bastante superior à de um médico – como seria de esperar de uma máquina.
Em seguida, para testar sua eficácia, foram apresentados cerca de 6.700 casos de possíveis pacientes para o sistema detectar se seriam, ou não, doentes de câncer de pulmão. O sistema acertou em 94% dos casos.
Em outro teste com o mesmo sistema, suas capacidades foram comparadas com a de seis radiologistas experimentados. Se a ambos – o grupo de médicos e o sistema de Inteligência Artificial – fosse dada a possibilidade de comparar uma tomografia atual e uma anterior, a eficácia no diagnóstico é comparável. Mas se só for possível ter acesso a uma imagem, a eficácia da “máquina” é bem superior.
Google Translate? Já é mais que isso
Quem utiliza a internet com regularidade certamente já experimentou o Google Translate para obter rapidamente o resultado de uma frase em uma língua estrangeira. A tradução, geralmente, não é muito boa, e é tanto pior quanto mais comprida ou complexa. De qualquer forma, se o objetivo é compreender uma ideia básica, a tradução do “Translate” ajuda a compreender.
O mecanismo de Inteligência Artificial aplicado à detecção de câncer de pulmão já se encontra nesse nível, e talvez até um pouco mais acima. Aqui trata-se de salvar vidas, e por isso qualquer pequena ajuda que os médicos possam conseguir a partir das máquinas será totalmente preciosa.
Contudo, ainda não é chegado o momento das máquinas substituírem os médicos, tal como não podem ainda fazer o trabalho do tradutor. Para os casos mais complexos, as tomografias mais sutis, os casos menos frequentes – e que por isso mesmo sejam mais difíceis de classificar em um padrão –, o trabalho do médico experiente continua sendo precioso.
Além disso, o projeto do Google ainda está saindo da fase de pesquisa, e será necessário que hospitais (nos Estados Unidos e no resto do mundo) possam gradualmente implementar esses sistemas. Mas o fato é que a inteligência artificial já está demonstrando claramente que vai …poder ajudar os médicos a salvar vidas – que é o que realmente interessa.
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