Índice
Durante evento realizado na cidade de São Paulo, a Intel convidou o Showmetech para mostrar os projetos selecionados para representar o Brasil em uma competição que incentiva e reconhece as melhores iniciativas focadas em inteligência artificial em diversas tarefas do dia a dia. Confira todos os detalhes apresentados durante a conversa agora mesmo.
Como funciona o Festival Global de Impacto da IA da Intel?
Realizado pela primeira vez em 2021, mas com uma edição brasileira apenas em 2023, o Festival Global de Impacto da IA, que também pode ser considerada uma competição global, visa incentivar o desenvolvimento de tecnologias baseadas em AI (Inteligência artificial).
A novidade conversa com o programa AI For Youth, que foi lançado em 2019 e desde então tem expandido sua atuação para 27 países em parcerias com governos locais. A meta da empresa é levar o ensino de IA para 30 milhões de estudantes em 30 países diferentes até o final da década.
Em 2023, a Intel Brasil fechou uma parceria com o Centro Paula Souza (administrador de ETECs e FATECs do estado de São Paulo) para selecionar dois projetos que pudessem representar o Brasil nas finais do Festival Global de Impacto da IA, que acontece em São Francisco, EUA. Foram escolhidos dois projetos da cidade de Ribeirão Pires, interior de São Paulo.
Além de custear toda a viagem caso os alunos brasileiros avancem para as finais nos EUA, a Intel está disponibilizando plataformas de código aberto que ajudam as aplicações a terem seus objetivos alcançados e também deixar tudo mais leve para os aplicativos rodarem em computadores mais acessíveis.
Emilio Loures, Diretor de Políticas Públicas da Intel Brasil, ressaltou que, com o passar dos anos, há a possibilidade de uma grande competição nacional ser realizada para levar os melhores projetos com uso de IA serem levados para as finais em São Francisco.
Projetos finalistas do Brasil
O Centro Paula Souza realizou toda a curadoria para que as melhores ideias tivessem grande visibilidade, tendo selecionado projetos de alunos do ensino médio da cidade de Ribeirão Pires. Enquanto um dos projetos pode ser considerado um algoritmo para correção de redações de português, o outro é focado em pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Veja detalhes.
Algoritmo de correção de palavras homófonas ou parônimas
Desenvolvida pela aluna Laura Esther Correia Jeronim, com orientação da professora Cintia Maria de Araújo Pinho, a primeira ideia selecionada para o festival de AI da Intel se propõe a ajudar alunos a escreverem melhor e também poupar tempo de professores na hora de realizar correções de vários estudantes.
A ideia de Laura é um complemento para a plataforma CRIA (sigla para Corretor de Redação com Inteligência Artificial), lançada no mercado em junho de 2023. A ideia pretende identificar palavras que se parecem na grafia, mas possuem sentidos diferentes conforme o contexto em que são aplicadas em textos ou frases. Palavras que possuem esta semelhança são chamadas de homófonas ou parônimas.
Para isso dar certo, foi realizado um comparativo entre técnicas de machine learning para saber qual aplicação conseguiria fazer a melhor correção de identificação de contexto de uma redação para que o aluno recebesse o alerta de erro. Durante o desenvolvimento desta ferramenta, uma base de 6 mil frases foi utilizada e o experimento total foi baseado na previsão de acertos de pelo menos 45 palavras homônimas e/ou parônimas.
Os algoritmos Gradient Boosting, Random Forest Classifier, Decision Tree Classifier, SGDClassifier,
Máquinas de Vetores de Suporte e AdaBoost Classifier foram escolhidos para passar pelos testes antes da implementação na plataforma CRIA acontecer. A ideia resultou em uma maior produtividade para os professores, já que eles recebem apenas a redação já corrigida pelos alunos após os comentários da inteligência artificial.
Ao enviar a redação digitada para a plataforma online, uma revisão completa deve ser feita em cerca de 2 minutos e pronto, as correções serão sinalizadas e uma novo documento pode ser enviado para o professor.
Rastreamento do Movimento Ocular via visão computacional
Também desenvolvida por Laura Esther Correia Jeronim, mas com apoio de Pedro Nicolas Cost e Raíssa Bespalec Daloia, esta ideia com orientação de Anderson Silva Vanin e Carlos Eduardo Ribeiro é focada em deixar a comunicação de pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) mais acessível e mais prática.
Um dos grandes problemas de quem vive com ELA é que, com o passar dos anos, a pessoa vai deixando de conseguir movimentar os músculos de todo o corpo, inclusive os da boca. A mão até pode ser utilizada para a comunicação, mas leva muito tempo para que uma frase seja escrita. E caso você esteja se perguntando: sim, esta é a mesma doença do escritor Stephen Hawking.
Para tentar deixar a vida de diagnosticados mais fácil, os alunos da ETEC desenvolveram uma aplicação que roda localmente em um PC e usa a webcam para que as palavras sejam digitadas apenas com o olhar para uma letra. Além da aplicação OpenVino da Intel, que deixa os aplicativos mais leves, as bibliotecas de código aberto CMAKE, DLIB e OPENCV foram utilizadas para a ideia sair do papel.
Antes, uma pessoa com ELA levava uma hora para escrever uma frase. Com a aplicação, este tempo diminuiu para apenas três minutos. A ideia continua em desenvolvimento e longe de chegar ao mercado geral, mas deve ajudar pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) a terem uma comunicação mais assertiva com seus tutores.
O que vem em seguida?
Com as entrevistas com o time global do Festival Global de Impacto da IA já realizadas, os alunos esperam pela resposta para saber se foram selecionados para a etapa final da grande competição. Ao mesmo tempo, eles receberam a bonificação de aprender mais sobre inteligência artificial com o time da Intel Brasil. Além disso, também receberam um voucher de desconto para compra no site da Intel. Certificados de reconhecimento pelos trabalhos desenvolvidos também foram entregues aos três alunos.
A resposta sobre o avanço das finais deve ser enviada em setembro de 2023 e em seguida, os alunos, caso aprovados, irão para São Francisco para competirem com estudantes de 30 países. Uma premiação para professores que usam IA em seu dia a dia também está sendo preparada para a cerimônia final.
O que achou das ideias selecionadas para representar o Brasil? Diga pra gente nos comentários!
Veja também
Solar Hub da Dell e Intel traz internet e muda a vida de comunidades na Amazônia
Revisado por Glauco Vital em 25/8/23.
Parabéns aos alunos e professores nota 10 da Etec de Ribeirão Pires e a toda equipe do Centro Paula Souza!