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Império da Dor (Netflix) chega em 2º lugar no Top 10 Global da plataforma

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A minissérie, baseada em acontecimentos reais, conta com relatos de famílias que tiveram vítimas do OxyContin, droga vendida nos anos 2000 nos EUA.

A corrupção é real, a ganância é real e, muitas vezes, essas empresas se safam disso“, relata Pete Berg sobre a produção da série que dirige, Império da Dor (Painkiller). Na Netflix há duas semanas em 2º lugar no Top 10 Global, ela já acumula 7,2 milhões de visualizações na plataforma: a história de Império da Dor aborda o impacto do medicamento opioide OxyContin, vendido pela empresa Purdue Pharma, causando centenas de milhares de mortes nos EUA. Veja mais a seguir:

A história contada em Império da Dor

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Império da Dor tem narrativa focada em relatos dos familiares e investigação do governo (Imagem: Keri Anderson/Netflix).

No início dos anos 2000, a empresa Purdue Pharma estava querendo aumentar as vendas com a sua droga recém-criada, a OxyContin. Para isso, convida Shannon Schaeffer (interpretado por West Duchvny) para “fazer a cabeça” dos médicos e conseguir que eles vissem a droga com bons olhos. Ele é um personagem fictício, usado para representar a influência da Purdue, que passou a lucrar mais com o opioide por meio de suas propagandas.

Ele se junta a Richard Sackler (Matthew Broderick) e conseguem fazer a droga ser consumida em larga escala. Para mostrar os efeitos dessa investida no opioide (substância indicada para o tratamento da dor, mas que também contém narcóticos, como heroína), a série conta com Glen Kryger (Taylor Kitsch): o personagem é uma das vítimas do OxyContin, passando a usar a droga depois de uma prescrição médica.

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A Purdue Pharma conseguiu vender largamente o seu medicamento no início dos anos 2000 (Imagem: KERI ANDERSON/NETFLIX).

A investigação tem como personagem Edie Flowers (Uzo Aduba), que trabalha para entender como a família Sackler (dona da Purdue) teve tanto êxito em disseminar a droga. Após o uso, a série conta que as pessoas tendiam a se tornar facilmente adictas, passando a consumir cada vez mais o opioide, até morrer pelo vício.

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Os opioides em Painkiller são mostrados com o seu potencial de destruição; nos EUA, há uma crise envolvendo os medicamentos (Imagem: Elise Amendola/AP).

Sendo um tanto similar a Dopesick (minissérie da plataforma de streaming Hulu), Império da Dor tem uma narrativa focada nos próprios familiares que sofreram com a substância, a partir do ponto de vista de quem se tornou viciado no medicamento.

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Glen Kryger interpreta uma das vítimas do OxyContin na minissérie (Imagem: Keri Anderson/Netflix).

A série se atém a outras produções já feitas sobre o OxyContin, como o livro Pain Killer (2018), de Barry Meier, e no artigo The Family That Built the Empire of Pain (A família que construiu o império da dor, em tradução livre), publicado pela revista The New Yorker.

Aproveitando esse suporte, ela acompanha como vários órgãos do governo dos Estados Unidos deixaram a droga ser aprovada sem regulações mais rigorosas. O resultado disso foi o aumento da crise dos opioides: mais da metade das crianças que morreram por consumo de alguma substância em 2018, nos EUA, ingeriram esse tipo de droga, segundo o periódico especializado Pediatrics. Ainda, dados do Center for Disease Control (CDC) mostram que mais de 82 mil pessoas morreram por overdose de opioides só em 2022.

O que o diretor de Império da Dor contou sobre a produção da série?

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A minissérie, dirigida por Pete Berg, mostra o Richard Sackler, membro da farmacêutica que popularizou o opioide (Imagem: Keri Anderson/Netflix).

80 famílias moradoras da cidade de Los Angeles chegaram a procurar Berg para falar sobre como o OxyContin influenciou suas vidas. Os parentes de vítimas de overdose, incialmente, foram convidados para contar as histórias que perturbaram a vida de seus familiares. “Pessoas que tem tudo, milhares e milhares de famílias destruídas pelo vício em opioides“, contou o produtor de Painkiller à revista Veja.

Berg também falou sobre a escolha dos atores para a série, que tem a presença de Matthew Broderick, que dá vida a um dos membros da Pursue, responsável por popularizar o OxyContin. Colocar Broderick — conhecido por interpretar Ferris Buller em Curtindo a Vida Adoidado (1986) — para atuar na série foi uma escolha inteligente, segundo o diretor da produção para a Netflix.

“[…] A ideia de que Ferris Buller poderia ser um dos maiores traficantes de drogas do mundo era muito interessante.

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Diretor de Império da Dor (Netflix)
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Dois personagens presentes na série: à esq., procuradora dos EUA Edie Flowers; à dir., Richard Sackler (Imagem: Robert Maxwell/Variety; Tawni Bannister)

Em relação a Edie Flowers, procuradora da república dos Estados Unidos, Berg se limitou a dizer que tinha feito a escolha certa para a atriz que a interpreta, Uzo Aduba. Ela já atuou em Orange is the New Black como Suzane, cujo personagem era bem mais irreverente que o seu papel na nova minissérie.

Qual a opinião de Pete Berg sobre o impacto dos opioides?

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A nova minissérie da Netflix contou com relatos familiares e uma pesquisa robusta em produções anteriores sobre a Purdue Pharma (Imagem: Daniel McFaden/Reprodução).

O poder da Purdue Pharma, na visão de Berg, é o suficiente para fazer com que a empresa se livre das consequências.

Podemos mostrar isso e permitir que a audiência, se estiver interessada, veja como grandes empresas farmacêuticas podem operar se não forem controladas.

Pete Berg

Estima-se que, a cada ano, 100 mil pessoas morram em decorrência do uso de opioides. Por isso, Berg espera que que as pessoas tenham mais responsabilidade ao pensar sobre o uso de drogas. “As pessoas ganham muito dinheiro, graças ao que colocamos em nossos corpos“, opina em relação à ingestão de produtos farmacêuticos.

E aí, já conferiu Império da Dor? Conta pra gente nos comentários do Showmetech!

Veja também:

Fonte: Veja | IndieWire | Netflix | The New York Times | Vulture | CDC

Revisado por Glauco Vital em 27/8/23.


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