O time do iFixit (caso você não o conheça, é um site que sempre desmonta computadores e gadgets para definir o grau de dificuldade de manutenção) aproveitou o lançamento – junto com o hype criado – para analisar a dificuldade de se fazer uma manutenção/upgrade do Surface Book. Sua nota? De 1 a 10, sendo 10 o mais fácil possível, o novo notebook de alta performance da Microsoft recebeu nota 1, ou seja, a maior dificuldade possível!
Algumas coisas descobertas pela equipe merecem destaque:
- O SSD pode ser substituído, mas o trabalho para chegar até ele é enorme, já que ele fica atrás de todo o hardware da máquina, que está montado virado para baixo!
- No visor existe uma bateria colada (o que faz sentido, afinal você pode separá-lo do teclado e ele precisa continuar funcionando). Ela pode ser removida, apesar de ser extremamente colada ao visor, fazendo com que a retirada tenha que ser muito mais delicada.
- As baterias da base também podem ser trocadas, mas estão coladas com ainda mais cola do que a bateria do visor.
- A tela é uma montagem de um painel de vidro e o visor de LCD, tornando sua substituição muito complexa e difícil.
- O processador e a memória RAM são soldados à placa-mãe.
- Um produto adesivo muito forte é usado na montagem para manter quase todos os componentes juntos, incluindo até a tampa da base.
- A maior parte dos componentes está na parte de trás de suas respectivas placas-mãe, o que exige sua total remoção para a troca até mesmo de peças mais simples.
Confira como ficou o a tela do Surface Book totalmente desmontada:
Não menos importante, confira como ficou a base do Surface Book totalmente desmontada:
É até mais surpreendente o comentário do pessoal do iFixit sobre a desmontagem: “A experiência não torna o processo menos estressante. A linha Surface já percorreu um longo caminho, mas adoraríamos ver uma evolução no processo de abertura. Talvez alguma coisa que não ameace que cacos de vidro saiam voando ao menor passo em falso”.
O que mais surpreende é que este produto vem de uma empresa que, por muito tempo, tinha seu nome associado à customização, no sentido de que dificilmente se comprava um computador pronto para o uso. O normal era que alguém da família ou um técnico – muitas vezes – “de confiança” ajudava na escolha das peças; placa-mãe, processador, memória RAM, disco rígido, modem, kit multimídia e gabinete. Depois de tudo comprado, essa mesma pessoa montava. Na cara e na coragem. Esses computadores (os chamados frankensteins) até que funcionavam bem. O Windows que acabava levando a culpa, já que o sistema ficava maluco tentando lidar com a diversidade de peças e seus respectivos drivers. Quem nunca passou horas tentando achar um driver para uma peça de seu PC que realmente funcionava?
Agora vemos este computador, que segue uma linha de montagem muito mais no estilo Apple, chegando ao mercado pela Microsoft, que tenta reverter essa imagem de décadas. É fácil comparar esse produto aos computadores Apple por conta da sua restrição ao hardware, a dificuldade de ser aberto ou consertado. O Windows 10 ajuda, um sistema operacional mais redondinho e casado com a configuração de hardware. Isso pode até ser o motivo decisivo para que as famigeradas telas azuis comecem a desaparecer e ser apenas um trauma dos usuários de informática do passado.
Será se esse novo modelo de fabricação de computadores gerará01 impacto nas vendas, pelo grau de dificuldade de conserto e o fato das peças mais importantes virem soldadas às placas? Só o tempo dirá. Mas esperamos que essa mudança se transforme em fator positivo e competitivo para o mercado. Assim, no fim, quem ganha é o usuário.
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