De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o Facebook recentemente decidiu por remover duas páginas de apoio a Jair Bolsonaro (PSL-RJ), atual deputado federal e um dos pré-candidatos à presidência em 2018.
Das duas páginas retiradas do ar, a intitulada “Jair Bolsonaro Presidente 2018” era a maior, com mais de 845 mil seguidores. Enquanto isso, a segunda página a ser excluída, tinha cerca de 71 mil seguidores e se chamava “Jair Bolsonaro Presidente 2.0”.
Ambas as páginas eram conhecidas por compartilhar, extensivamente, links de três sites relacionados ao candidato e sua família. Assim como nota o jornal O Globo, a maior parte das notícias compartilhadas também eram ‘ultra-engajadas’ – isto é, continham textos da grande mídia reciclados e interpretados com um viés ideológico definido.
Embora o Facebook ainda não tenha se pronunciado sobre o porquê de decidir pela remoção das páginas, Pablo Ortellado, professor de Gestão de Políticas Públicas da USP, afirmou, também em entrevista ao O Globo, que não crê que haja alguma relação entre o conteúdo das matérias compartilhadas pelas páginas e a sua retirada da plataforma.
“Eu não creio que tenha sido qualquer tipo de conteúdo, porque o Facebook tem dito há muitos meses que não vai fazer o papel de juiz sobre o que é verdade ou mentira” – afirmou Ortellado
A afirmação nos leva a perguntar se, de alguma outra forma, as páginas descumpriram as regras de uso da rede social.
Caça aos perfis ‘fake’
Embora compartilhar notícias falsas ou infladas no Facebook não justifique a exclusão de determinada página, o uso de um perfil falso – ou ‘fake‘, como são conhecidos – para isso pode acarretar tal consequência.
Um caso recente e que demonstra isso com clareza envolve o site de notícias Ceticismo Político, que também teve a sua página do Facebook retirada do ar.
Após uma extensa matéria publicada pelo jornal O Globo, foi descoberto que o Ceticismo Político era responsável pela maior fake news divulgada sobre a morte da vereadora Mariele Franco, do PSOL. Durante a investigação, o jornal ainda descobriu que o perfil de Luciano Henrique Ayan, que se declarava como administrador da página do jornal no Facebook, também era falso.
Isto bastou para que o Facebook pudesse excluir tanto a página do jornal quanto o perfil pessoal do administrador, que na verdade se chama Augusto de Moraes Afonso.
MBL e Voxer
Outro motivo que também pode estar por trás da exclusão das duas páginas citadas pode ser visto no caso envolvendo a página do Movimento Brasil Live (MBL), que recentemente utilizou abusivamente, segundo o próprio Facebook, alguns recursos de sua rede social:
Na última sexta-feira (13/03), o jornal O Globo divulgou que a página do MBL utilizava o Voxer, um dos aplicativos disponíveis na plataforma do Facebook, para replicar suas postagens em centenas de perfis de usuários reais.
Com o discurso de que as páginas de direita estavam sendo perseguidas na rede social, o grupo conseguiu que seus seguidores dessem permissão para que o app funcionasse – utilizando o perfil de cada um deles para compartilhar as notícias postadas na página.
Após ser questionado pelo jornal, o Facebook decidiu excluir o Voxer de sua plataforma.
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