Brasil cai em nível de felicidade e fica em 49º; Finlândia lidera

O ranking de felicidade, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que o Brasil perdeu 11 posições no intervalo de apenas um ano. A liderança permanece: os finlandeses são a “cabeça de chave” da felicidade mundial dentro da lista do Relatório Mundial da Felicidade, que considera fatores como renda, liberdades civis e dados sobre corrupção das populações analisadas. Confira neste post detalhes sobre a produção desse ranking de nível de felicidade e os contextos do levantamento em mais de cem países.

Como o ranking se relaciona com os problemas atuais da população mundial

Se pensarmos nas mortes durante o auge da pandemia de COVID-19, a crise das economias ao redor do globo, o conflito entre Ucrânia e Rússia, além da situação climática, poderíamos dizer que tudo isso acaba minando nossa felicidade. Mas o que o relatório mostra é que as condições desfavoráveis dos países analisados, apesar de todo o drama que causam, nem sempre diminuem a percepção de felicidade das pessoas no geral.

Um exemplo importante para mostrar como a felicidade pode ser alta mesmo em contextos de crise é como a pandemia atingiu países do norte da Europa, que estão entre as vinte primeiras posições do ranking. O estudo indica que por lá as mortes foram cerca de um terço menores em relação à parte ocidental do continente, tendo em vista o período de 2020 a 2021.

Por outro lado, a condição da Argentina, que possui uma inflação em um crescente muito intenso — a maior taxa em 30 anos — pode ter levado o país a ficar atrás do Brasil na composição final da lista — vale lembrar que o PIB per capita dos nossos “hermanos” é 41% maior, de acordo com dados de 2021.

O que avalia o Relatório Mundial da Felicidade?

Os dados avaliados estão focados em seis aspectos das vidas das pessoas e da sua realidade: assistência social, renda, saúde, liberdade, generosidade e ausência de corrupção. Para fazer a pesquisa entre os países analisados, a sondagem busca saber se os participantes sentem-se satisfeitos com cada uma dessas características que o estudo avalia.

Ao final, a pontuação de felicidade mundial é calculada a partir da média de três anos das percepções de vida pesquisadas. Um caso que pode ser especial levando em conta a estatística é a Ucrânia, por causa dos conflitos armados que, entre tantas mortes e refugiados, diminuiu a qualidade de vida das pessoas. Apesar disso, um dos coautores do estudo de nível de felicidade, Jan-Emmanuel de Neve, disse que a situação trouxe um espírito maior de nação ao país que está sofrendo os ataques:

“O que é surpreendente é que, no entanto, o bem-estar na Ucrânia caiu menos que no momento em que a Rússia anexou a [região da] Crimeia”.

Jan-Emmanuel de Neve, co-autor do estudo

Lista dos países por nível de felicidade

O último relatório apontava o Brasil em 11 posições acima de que se encontra na mais nova edição do ranking, o 49º lugar. A Finlândia, mais uma vez, ficou no topo: é a 6ª vez que o país nórdico fica como líder no levantamento de felicidade. Entre os vinte primeiros, há uma presença em peso desses países europeus que, de maneira geral, têm uma população que se encontra numa situação mais favorável, como indicam os organizadores do estudo:

“[Os países nórdicos] merecem atenção especial à luz dos seus níveis de confiança institucional e pessoal, ambos geralmente altos”.

Relatório Mundial da Felicidade

Quando o assunto é América Latina, as posições de destaque são Uruguai e Costa Rica, assumindo o 28º e o 23º lugar, cada um. Panamá (38º) e Chile (35º) também estão acima da posição do Brasil na lista. Em contraste, países do continente africano ficaram em posições bem no final. Encontram-se distribuídos nas últimas posições Burkina Faso (104ª), Gana (107ª), Namíbia (105ª) e Níger (109ª, o último lugar). Veja abaixo o ranking completo:

1. Finlândia
2. Dinamarca
3. Islândia
4. Israel
5. Holanda
6. Suécia
7. Noruega
8. Suíça
9. Luxemburgo
10. Nova Zelândia
11. Áustria
12. Austrália
13. Canadá
14. Irlanda
15. Estados Unidos
16. Alemanha
17. Bélgica
18. República Tcheca
19. Reino Unido
20. Lituânia
21. França
22. Eslovênia
23. Costa Rica
24. Romênia
25. Singapura
26. Emirados Árabes Unidos
27. Taiwan
28. Uruguai
29. Eslováquia
30. Arábia Saudita
31. Estônia
32. Espanha
33. Itália
34. Kosovo
35. Chile
36. México
37. Malta
38. Panamá
39. Polônia
40. Nicarágua
41. Letônia
42. Bahrein
43. Guatemala
44. Cazaquistão
45. Sérvia
46. Chipre
47. Japão
48. Croácia
49. Brasil
50. El Salvador
51. Hungria
52. Argentina
53. Honduras
54. Uzbequistão
55. Malásia
56. Portugal
57. Coreia do Sul
58. Grécia
59. Ilhas Maurício
60. Tailândia
61. Mongólia
62. Quirguistão
63. Moldava
64. China
65. Vietnã
66. Paraguai
67. Montenegro
68. Jamaica
69. Bolívia
70. Rússia
71. Bósnia e Herzegovina
72. Colômbia
73. República Dominicana
74. Equador
75. Peru
76. Filipinas
77. Bulgária
78. Nepal
79. Armênia
80. Tajiquistão
81. Argélia
82. Hong Kong
83. Albânia
84. Indonésia
85. África do Sul
86. República do Congo
87. Macedônia do Norte
88. Venezuela
89. Laos
90. Georgia
91. Guiné
92. Ucrânia
93. Costa do Marfim
94. Gabão
95. Nigéria
96. Camarões
97. Moçambique
98. Iraque
99. Palestina
100. Marrocos
101. Irã
102. Senegal
103. Mauritânia
104. Burkina Faso
105. Namíbia
106. Turquia
107. Gana
108. Paquistão
109. Níger

Veja também:

Os maiores escândalos de corrupção no Brasil (Ranking)

Fonte: World Happiness Report

Revisado por Glauco Vital em 21/3/23.