Durante o evento Think 2022, na última quarta-feira (31), a IBM anunciou, em parceria com a startup DrumWave, o projeto da primeira carteira digital de dados pessoais: a dWallet. As empresas prometem que a novidade dê mais poder de gestão de dados aos usuários.
Apesar de não existir um mercado de venda de dados desta forma, a previsão das empresas é que sua exploração traga benefícios para pessoas e empresas. Não sabemos se a proposta funcionará de fato, mas é um passo a mais ao futuro.
Quer saber mais detalhes sobre a novidade? Continue lendo a seguir.
O que é a carteira digital de dados?
A dWallet é um aplicativo em forma de carteira digital de dados, onde os usuários poderão armazenar seus dados pessoais, financeiros ou de consumo em forma de certificados. Desenvolvida pela startup DrumWave, a proposta é uma maneira de explorar e comercializar dados — tanto dos usuários, quanto de empresas.
Segundo Fernando Teles, presidente da startup, ao solicitar um certificado a empresa responsável pelo armazenamento atribuirá um valor comercial, que será repassado ao titular. A valorização e mapeamento de dados será fornecida pela estrutura da IBM, enquanto a operação de disposição e gestão da carteira será pela própria startup.
Assim, quando inserido o certificado no aplicativo, o titular poderá gerir a autorização de acesso e de uso de seus dados por empresas. Em contraponto, as empresas poderão ofertar vantagens e benefícios aos usuários.
Ainda segundo o presidente, o ganho para pessoas físicas será pequeno, não podendo ser almejado como uma renda extra. Entretanto, a DrumWave prevê que para as empresas seja favorável a logística, permitindo que todos seus dados possam estar reunidos e serem comercializados de forma centralizada.
É um produto sobre o valor do dado e a transparência do uso desse dado. Agora será possível atribuir valor a isso, cobrar para que terceiros tenham acesso e dizer que uso poderá ser feito e por quanto tempo
Fernando Teles, presidente da DrumWave
Qual é o objetivo da dWallet?
O objetivo da dWallet é facilitar a exploração de dados, como o que já ocorre em redes sociais, por exemplo. O mercado ainda não existe, e seu funcionamento ainda é um mistério, tanto para o público quanto para as empresas.
Ainda segundo o executivo da startup, a proposta é feita para alcançar todas as classes sociais, sendo um sinônimo de inclusão digital para todas as classes sociais, tanto as mais altas quanto os emergentes da classe média ou baixa. A principal medida de inclusão nesse sentido será a disposição gratuita da carteira, bastando o cadastro no serviço da empresa. A única cobrança será uma pequena taxa no momento que os dados gerem benefícios aos usuários.
A DrumWave não prevê que o ganho seja significante para pessoas físicas, porém, preveem o surgimento de agentes de operações. As previsões é que com crescimento do mercado, seja necessário a orientação e análise conforme a carteira do cliente, que será a função desses agentes.
Contudo, não há informações sobre a estimativa de lucros, ganhos, tampouco o quanto será cobrado de taxa nas translações. Assim, mesmo que interessante, a proposta de exploração de dados pessoais como mercadoria é uma zona cinzenta sem fim. A única estimativa concreta é a quantia de U$ 1,8 bilhões no PIB internacional.
Por enquanto, a dWallet ainda está em fase de teste fechado com algumas empresas parceiras. A previsão que o aplicativo esteja disponível a alguns usuários selecionados até o último trimestre de 2022, e a expansão internacional somente em 2023.
Veja também:
Vem aí a Lady GaGa no Fortnite?
Fonte: IBM