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A Huawei acaba de lançar oficialmente o seu sistema operacional próprio, produzido no intuito de fugir da dependência do Android. Na China, esse sistema operacional será chamado de Hongmeng, mas para o resto do mundo o seu nome oficial será Harmony OS. Ele foi apresentado durante uma Conferência de Desenvolvedores, nesta sexta-feira (09), realizada pela empresa.
Já é sabido que a Huawei estava trabalhando nesse novo sistema operacional há um tempo, possivelmente desde 2012. Porém, a pressão para que ele ficasse pronto o mais rápido possível ficou ainda maior depois do dia 15 de maio, data em que o presidente americano, Donald Trump, colocou a empresa em uma lista proibida por causa de uma guerra comercial contra a China.
Por estar na lista, a Huawei foi proibida de adquirir produtos de companhias americanas, o que significaria que seus smartphones não poderiam mais rodar o sistema operacional Android, do Google. Por enquanto, o prazo para que essa medida seja efetiva foi prorrogado, porém ele poderá acabar a qualquer momento a depender de como ficarão as negociações entre os países.
Harmony OS
A Huawei anunciou que seu novo sistema operacional poderá ser utilizado em diversos dispositivos, desde smartphones até alto-falantes inteligentes, dispositivos vestíveis e sistemas automotivos. A ideia é criar um ecossistema compartilhado entre esses dispositivos. Inicialmente, ele será lançado como uma plataforma de código aberto para encorajar a adoção.
A empresa começará lançando o Harmony OS primeiro para “produtos de telas inteligentes” ainda esse ano, porém ele só deverá ser lançado para outros dispositivos vestíveis nos próximos 3 anos. O primeiro a receber o novo SO é o Honor Smart Screen, que será revelado amanhã (10/08).
É durante esse lançamento que a empresa deve explicar melhor o que significa os “produtos de telas inteligentes” e quais serão os felizardos. Muitos já revelaram que é bastante provável que as Smart TVs Honor estarão na lista. Isso porque a Huawei pretende primeiro focar no seu país, a China, e distribuir o sistema por lá antes de começar a distribuir para outras partes do mundo.
Harmony x Android
O CEO da Huawei, Richard Yu, já afirmou que o Harmony OS é completamente diferente do Android e iOS. Isso porque ele poderá justamente passear por diversos dispositivos diferentes. Isso faz com que os desenvolvedores de aplicativos só precisem desenvolver uma versão deles, e essa versão poderá rodar em qualquer dispositivo que tenha o sistema operacional.
Exatamente por isso ainda é difícil identificar se ele será um sistema operacional para smartphones ou se faz parte de uma plataforma para os dispositivos da Internet das Coisas. Por enquanto, o que parece é que ele foi desenvolvido para ambas as funções, algo similar o que está acontecendo com o Fuchsia, o sistema operacional experimental do Google.
Ao que tudo indica, a empresa está visando focar em diversos aparelhos, principalmente para que possa ganhar mais palco em seu país de origem, a China, onde a Internet das Coisas já vem se desenvolvendo de forma ideal.
Harmony OS vai estar nos smartphones da Huawei agora?
Vale ressaltar, entretanto, que em um comunicado de imprensa liberado logo após o anúncio, a Huawei deixou claro que, embora o Harmony OS chegue em alguns dispositivos nos próximos 3 anos, a empresa ainda tem a intenção de continuar usando o Android em seus smartphones por enquanto.
Richard Yu comunicou que a situação sobre poder usar o Android ou não em seus smartphones ainda está incerta, e que eles estão esperando por uma atualização nessa história para descobrir.
Na China, o impacto da decisão de Trump não foi sentido tão duramente, uma vez que algumas ferramentas como Google, Facebook e Twitter já eram bloqueadas mesmo antes do acontecimento. Porém, a presença da Huawei por lá é fortíssima, o que pode ser uma passo a frente para a empresa que vende mais celulares no país de origem do que a Apple no mundo todo.
Impasses
O novo sistema operacional da Huawei já foi revelado e já tem até nome oficial, mas a empresa não liberou grandes detalhes sobre ele. Por enquanto, ainda existem alguns impasses, como por exemplo em relação aos aplicativos. Será necessário que os desenvolvedores façam uma nova versão de seus aplicativos para que rodem em um novo sistema operacional, e essa versão precisa estar preparada para rodar em vários outros dispositivos, não apenas smartphones.
Ainda não se sabe o quão trabalhoso isso poderá ser, ainda que a Huawei tenha dito que os desenvolvedores poderão compilar várias línguas dentro da máquina de códigos em um ambiente único. Ou seja, isso significa que apesar do anúncio, ainda existem muitas promessas e desafios pela frente.
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