REVIEW: Hogwarts Legacy dá nova vida ao mundo mágico

Por muitos anos, os fãs apaixonados pelo universo de Harry Potter sempre desejaram uma forma de viverem suas próprias histórias no mundo bruxo, já que o universo de livros, filmes e videogames nos permitia apenas viver a história que já conhecíamos. Então, Hogwarts Legacy, desde seus rumores e anúncio oficial, mexeu com a comunidade potterhead. A pergunta é: será que ele atende todas as expectativas?

Além da matéria, você também pode assistir ao nosso review no canal do Showmetech do YouTube:

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Antes de entrarmos numa análise profunda sobre o jogo, gostaríamos de ressaltar que o Showmetech não compactua de forma alguma com os pensamentos da criadora desse universo. Apesar de a Avalanche Software confirmar que ela não teve participação direta no desenvolvimento do jogo, como dito numa das principais perguntas do FAQ, as histórias têm como base o material já desenvolvido por ela.

Visão geral sobre Hogwarts Legacy

Se você não quer saber os detalhes que debateremos sobre o que é bom e o que não é sobre o novo lançamento do universo de Harry Potter, desejando apenas ter uma noção se vale ou não a pena comprar, preparamos aqui um pequeno resumo sobre o que você pode esperar quando iniciar sua jornada por esse mundo mágico.

Em poucas palavras, Hogwarts Legacy é o que os fãs desse universo sempre desejaram. Provavelmente, não foi um dos melhores jogos que joguei na minha vida, mas, por outro lado, é o título que sempre sonhei. É a realização de todas as minhas expectativas desde a primeira vez que vi um comercial do SBT anunciando esse filme com exclusividade.

Então, é óbvio que esse jogo foi pensado, acima de tudo, para essas pessoas que cresceram e viveram com esse universo, escolhendo uma das quatro Casas conhecidas de Hogwarts para chamar de sua ou até mesmo brincando com galhos enquanto fingia soltar feitiços. Logo, Hogwarts Legacy se torna um novo marco dentro dessa cultura infantojuvenil que se espalhou para novas e velhas gerações, como se fosse um legado.

Claro, nem tudo nesse jogo é perfeito. Algumas coisas podem, inclusive, atrapalhar um pouco a imersão daqueles jogadores que gostam de fazer um roleplay mais profundo e se sentir como um verdadeiro aluno de Hogwarts, além de também faltar outro elemento-chave dessa história – o desequilibrado, mas emocionante, Quadribol. Entretanto, é possível ver o carinho de seus desenvolvedores em cada parte do cenário: os detalhes, referências e personagens.

Sem dúvidas, comprar Hogwarts Legacy é um investimento que vale a pena, principalmente para os fãs mais apaixonados e fiéis desse universo, pois terão em mãos um produto ótimo. Entretanto, até mesmo quem não acompanhou ou não entende essa febre de Harry Potter, pode encontrar uma história que vale a pena ser acompanhada e se divertir!

Agora, vamos entrar em maiores detalhes sobre os diversos aspectos do jogo. Apesar de tentarmos evitar ao máximo spoilers da história, isso pode ser inevitável em alguns momentos. Então, fique atento!

Enredo e ambientação do jogo

Para começarmos esta análise de Hogwarts Legacy, vamos destacar o principal: sua história e ambientação. Esses dois aspectos sustentam boa parte da qualidade e mostram, desde o começo da narrativa, que seu personagem não é um aluno convencional, mas sim alguém dotado de habilidades poderosas que atraem o interesse de diversas pessoas e seres, sendo que nem todos estão interessados para o bem.

Inclusive, as primeiras horas dentro desse jogo – com o perdão do trocadilho – são mágicas. O personagem criado por você não é uma criança que acabou de ingressar na escola e pouco sabe usar magia, pelo contrário, você já é introduzido no quinto ano de Hogwarts por conta de algumas condições especiais. Entretanto, muita coisa acontece antes de você entrar no castelo e poder aproveitar esse mundo aberto em todo o seu esplendor.

A introdução da história funciona muito bem, com o personagem principal levado de Londres por uma carruagem sem cavalos – referência que logo é compreendida pelos fãs da série – para a escola. Entretanto, durante uma conversa que estabelece os primeiros pilares da narrativa, ocorre o ataque de um dragão e você passa a ver os Testrálios.

No entanto, a intensidade dos primeiros momentos do roteiro não param por aí. Após ser transportado para os restos de uma ruína esquecida, você ainda precisa passar pelo banco de Gringotes, enfrentar alguns inimigos para – finalmente – chegar ao castelo de Hogwarts, sem esquecer que, antes disso, também descobrir que consegue controlar a Magia Ancestral.

Apesar de simples em algumas partes, há algumas cenas durante os momentos iniciais que tornam a experiência ainda melhor. Por exemplo, mesmo sendo um quintanista, você precisa passar pelo teste de seleção do Chapéu Seletor, onde ele o coloca numa das Casas de Hogwarts. Essa cena é muito boa e o Chapéu é sempre misterioso, fazendo questionamentos sobre o que lê na mente do personagem. Uma pergunta dele definirá seu destino. Ou seja, quem esperava algo bem complexo nessa etapa, pode ficar um pouco decepcionado pela simplicidade, mas é de longe uma das minhas partes favoritas.

Outra cena que mexe com o emocional dos fãs da saga Harry Potter é o momento em que você viaja pela primeira vez até o vilarejo de Hogsmeade para comprar uma varinha realmente sua – já que a utilizada pelo personagem no começo da história era apenas improvisada. Há toda aquela mística de que o objeto é quem escolhe seu dono, então, até o momento em que você pode personalizar a sua do seu gosto, há alguns testes que não dão certo. Isso ajuda muito na imersão e a se sentir parte desse mundo.

A partir desse momento, temos uma maior liberdade para explorar o mundo – mesmo que limitado pelo nosso conhecimento de magias e habilidades, que não nos permite entrar em qualquer lugar, ainda. A história, contudo, não é muito complexa e profunda, com algumas partes até bem previsíveis. Ainda assim, a trama funciona muito bem para nos levar a diversos pontos do castelo, Hogsmeade e às regiões adjacentes.

O peso de cada Casa

Houve uma época em que a melhor forma de puxar assunto com uma pessoa era perguntar: “Corvinal, Lufa-Lufa, Sonserina ou Grifinória?” Esse é um dos momentos mais legais na introdução da história de Hogwarts Legacy. Como já citado acima, a Casa escolhida tem uma leve influência para a história do jogo como um todo, mas além de algumas linhas de diálogos diferentes e poucas cenas exclusivas, não há muita influência no restante do jogo.

Cada uma mostra alguma coisa exclusiva a ser feita, além do Salão Comunal visitado: missões e enredos próprios que algumas vezes até o levam a cenários novos. Por exemplo, a visita até a Prisão de Azkaban, ver os dementadores e também um Patrono sendo utilizado, tudo isso está limitado a uma dessas opções, sendo que cada uma tem algo único para ser feito.

Logo, para quem gosta de aproveitar tudo, Hogwarts Legacy pode oferecer um bom fator replay nessa questão!

Onde está o Quadribol?

Apesar de muitos fãs acreditarem que o esporte está longe de ser justo, já que a partida pode ser definida muitas das vezes pelo apanhador capturar o Pomo de Ouro, que garante 150 pontos para o seu time, todos concordam que seria interessante ter esse elemento dentro do jogo, para dar mais opções do que fazer.

Não estou falando que Hogwarts Legacy contém pouco conteúdo, pelo contrário, mas é possível ver praticamente toda a estrutura pronta para receber o esporte dentro do jogo. O Campo de Quadribol montado, com seus aros e arquibancadas, conjuntos de roupas temáticos, vassouras para voar e, inclusive, muitos alunos e professores reclamando sobre a ausência do esporte naquele ano.

Apesar de sabermos que foi mais por uma questão técnica, a ausência do Quadribol em Hogwarts Legacy tem uma desculpa que é um pouco simples. Sempre ouvimos falar como Phineas Black, o atual diretor da escola, nunca foi dedicado em seu cargo, então ele costuma ser bastante curto e grosso: resolveu cancelar porque aconteceu uma lesão no final da temporada passada e, por isso, preferiu proibi-lo naquele ano.

Muitas coisas para se fazer em uma Hogwarts maravilhosa

Apesar de não ser possível participar de partidas de Quadribol, ainda há muitas coisas para serem feitas, tanto dentro como fora do castelo. Porém, vamos nos concentrar na Escola de Magia e Bruxaria primeiro. Já que ela por si só poderia ser um universo único.

A estrutura da construção em si pega elementos do livro, filme e também cria algo novo, que torna uma surpresa boa para todos andar pelos seus corredores, investigar as salas e procurar por segredos. Não é difícil virar em um corredor e escutar reclamações de gárgulas, conversas de fantasmas ou o Pirraça aprontando.

Dessa forma, o castelo em si é muito bonito. No começo, dá vontade de esquecer que existe uma história principal como plano de fundo e um perigo iminente que assola o mundo bruxo, apenas para ver quais segredos as salas e corredores guardam. Inclusive, há muita coisa para fazer só nessa parte do jogo, já que existem quebra-cabeças para serem resolvidos, pergaminhos e tudo mais.

Explorar é a chave!

Um dos principais fatores de Hogwarts Legacy é que você não está limitado apenas ao castelo, pois o mapa é muito grande e consegue ter algo para se fazer em todo canto. Então, explorar cada região o máximo possível é um dos pontos mais divertidos aqui. Depois de algumas horas de gameplay, esse mecanismo fica ainda melhor, já que você consegue uma vassoura e consegue ver a beleza dos cenários produzidos.

Em Red Dead Redemption 2, por exemplo, muitas vezes eu esquecia de qualquer coisa que estava fazendo, apenas para montar em meu cavalo e viajar pelo mapa sem preocupação, querendo curtir a experiência e aproveitar a beleza daquele universo. Em Hogwarts Legacy, eu também encontrei um prazer bastante parecido: é ótima e tranquilizante a sensação de liberdade quando você está nos céus.

Aliás, recomendamos muito que você aproveite o tempo livre entre as missões principais para explorar o mapa inteiro, já que é possível encontrar muitos baús com objetos poderosos que aumentam o seu poder, encontrar colecionáveis e até participar de desafios para expandir seu inventário. Inclusive, essa última dica é fundamental, já que muitas vezes é frustrante você tentar coletar uma veste nova e não ser possível porque os slots estão preenchidos.

Como são os estudos em Hogwarts Legacy?

Uma coisa que devo adiantar aqui é: quem esperava que o jogo fosse uma espécie de Persona dentro do universo de Harry Potter, pode abaixar muito as expectativas. A vida estudantil nem sempre é tão profunda e complexa como algumas pessoas podem esperar. Não há a necessidade de seguir um calendário próprio de aulas ou se preocupar com atrasos, já que elas acontecem no formato de missões.

Sendo assim, muitas vezes elas são utilizadas para introduzir novas mecânicas ou ensinar feitiços aos jogadores que serão utilizados em momentos importantes da história de Hogwarts Legacy. De forma geral, elas não são muito interessantes, já que a Avalanche Softwares recorreu a Quick Time Events para aprender as magias, algo simples e funcional, mas acho que seria complicado deixar os estudos mais interessantes. Já que até mesmo nos outros jogos de Harry Potter, os desenvolvedores precisaram inventar muita coisa para tornar esse momento mais divertido.

Entretanto, como forma de missões secundárias, os professores também frequentemente te mandam cartas com algumas tarefas que você deve realizar e depois conversar com eles, para aprender novos feitiços. Esses, por outro lado, são mais divertidos do que as aulas convencionais, já que é preciso cumprir alguns objetivos – como acertar inimigos com alguma planta mágica ou adquirir poções – antes de voltar à sala.

Então, o principal foco do Hogwarts Legacy está neste quesito: ele não quer prender o jogador a uma parte mais lenta do aspecto da vida estudantil, por isso o libera logo para poder explorar da forma mais livre possível.

A Sala Precisa funciona como uma base do personagem, onde é possível preparar poções, roupas e outras tarefas, também é um local que você passará boa parte do seu tempo. Seja em visitas rápidas apenas para coletar suas produções ou, se gostar de algo mais Animal Crossing/The Sims, é possível decorá-la de seu jeito, customizando desde a decoração até o formato das paredes. Outro aspecto importante do local está na possibilidade de cuidar de diferentes animais mágicos, gerando bons momentos de tranquilidade.

Quanto tempo para zerar?

Hogwarts Legacy não é um jogo de tamanho colossal, então os fãs que esperam centenas de horas podem se decepcionar um pouco. A história principal leva cerca de 30 a 35 horas para ser concluída, mas o tempo pode diminuir caso o jogador foque apenas nessas missões. Entretanto, é o tempo que considero suficiente para um enredo nesse universo, sem ficar maçante e aumentar artificialmente o tempo de jogatina.

Se você é um daqueles jogadores que gosta de explorar cada pedacinho do mapa e fazer tudo, então o tempo aumenta consideravelmente. Já que segundo estimativas dos próprios criadores, leva mais ou menos 100 horas para você fazer 100% da história.

Os personagens secundários

Outro ponto importante dentro de qualquer RPG está na qualidade do elenco de apoio. Gostamos de acompanhar não só a nossa história, mas também de ver as tramas deles se desenvolvendo conforme as horas de gameplay avançam. Felizmente, Hogwarts Legacy conta com alguns nomes carismáticos e tornam a experiência ainda mais interessante.

Cada uma das 4 Casas tem uma seleção de NPCs próprios, que podem interagir com o personagem principal em alguns momentos, como ajudar nas primeiras aulas ou interagir posteriormente em missões secundárias, além de também serem vistos vagando pelos corredores em alguns momentos. Entretanto, alguns foram escolhidos para ter mais destaque que os outros. Na minha opinião, um deles consegue roubar a cena: Sebastian Sallow.

O aluno da Sonserina funciona quase como se fosse um dos seus melhores amigos dentro de Hogwarts. Você o conhece na aula de feitiços e a partir daquele momento sempre o acompanha em diversas ocasiões. Além disso, Sebastian também foge um pouco daquele estereótipo padrão estabelecido nos filmes para a Sonserina, casa das serpentes, já que ele não é tão orgulhoso ou chato, pelo contrário.

Ainda é possível ver algumas características da Sonserina em Sebastian, mas elas foram trabalhadas de forma que ele não passe o ar de ser um anti-herói, rival do seu personagem ou qualquer coisa semelhante. O mesmo carinho e carisma também foi ampliado para os outros NPCs principais da Lufa-Lufa e Grifinória, como Poppy Sweeting e Natsai Onai.

No entanto, o mesmo não pode ser dito sobre Amit Thakkar, da Corvinal. Parece que a casa de Luna Lovegood foi deixada de lado dessa vez, já que ela não conta com o mesmo tratamento ou complexidade nessa questão.

Só que o elenco de personagens num geral é muito interessante, principalmente os importantes para a história, como o Professor Fig, que funciona como um mentor do seu personagem e sempre está do seu lado em muitos momentos chaves do roteiro. Os personagens secundários também têm seus momentos, mas nem todos com a mesma complexidade, já que algumas vezes estão ali apenas para te entregar uma sidequest e pronto.

O Dark Souls dos jogos de Harry Potter

Na primeira vez que vi o combate de Hogwarts Legacy, a primeira coisa que veio na minha cabeça foi a comparação eminente com Dark Souls, já que a mecânica de rolar para desviar dos ataques de inimigos está bastante presente aqui. Várias vezes, aliás, eu optei por simplesmente esquivar de feitiços assim do que simplesmente me proteger com alguma magia, pela comodidade.

Como era esperado, o foco desse elemento é muito claro: oferecer um combate fluído, em que você pode se sentir poderoso contra os mais diferentes inimigos e isso é feito com maestria. Não se trata de um sistema revolucionário, alguns até podem achá-lo meio travado, mas eu o vejo como um bom tipo de luta que serve para complementar ainda mais a experiência.

Não são muitos feitiços disponíveis, sendo que alguns ainda não são utilizados em combate. Os que são, funcionam de forma harmonizada juntos. É satisfatório puxar o oponente para perto de onde está, acertá-lo com alguns “ataques básicos”, então usar o feitiço de levitação para tirar ele do chão, continuar com os golpes e, por fim, arremessar um barril, tudo isso sem que ele toque no chão. São combos gostosos, divertidos e que funcionam bem, aliados com boas animações do seu personagem.

Como também foi mencionado no começo desta análise, Hogwarts Legacy trata muito sobre a questão da Magia Ancestral. Em combate, ela funciona como alguns poderes especiais que facilitam muito as lutas, apesar de o seu uso ser bastante limitado. Em muitas ocasiões, ele é tão forte que consegue tirar toda a vida inimiga, enquanto em outros casos quase o deixará perto da morte.

Assim, no final, o combate é bastante divertido e fluído. Mesmo que no nível mais difícil muitas das vezes ele pareça fácil. Não há muitos padrões de ataques nos inimigos, mas nesse quesito Hogwarts Legacy nunca se propôs a ser algo tão complexo, então funciona bem.

Infelizmente, nem tudo dentro do combate de Hogwarts Legacy funciona, já que caso o jogador goste de uma abordagem diferente, algo mais silencioso, terá alguns empecilhos. Embora essa tática seja possível, muitas das vezes os inimigos são tão burros que essa deixa de ser uma experiência positiva. Por exemplo, eles apenas conseguem te enxergar quando está bem perto e também não reagem aos companheiros morrendo ao redor.

Nem tudo são flores

Apesar de ser uma experiência maravilhosa jogar Hogwarts Legacy, nem tudo dentro do jogo é perfeito, sendo que alguns problemas incomodam bem e podem atrapalhar um pouco a experiência, como acontece com o combate citado acima.

Expressões faciais deixam a desejar

De forma geral, os gráficos de Hogwarts Legacy são maravilhosos, os cenários são bonitos, coloridos, grandes e de várias formas. Entretanto, o mesmo não dá para dizer das expressões faciais de todos os personagens durante o jogo.

A ausência, muitas vezes, de uma expressão mais forte, entra em colisão com a qualidade da dublagem, que em português foi excelente. Só que é bem chato você ver a voz do personagem triste e a expressão dele não acompanhar esse sentimento.

Já quando o assunto é cutscenes, principalmente em alguns flashbacks que acompanhamos sobre a história, esse detalhe muda. É possível ver que um trabalho melhor foi realizado nesse aspecto, principalmente conforme conhecemos um pouco mais sobre outras pessoas que tiveram acesso ao poder da Magia Ancestral, bem antes de nós.

Às vezes, parece que o mundo é sem vida

Outro ponto que também pode incomodar, conforme você vive a sua história nesse universo de Hogwarts Legacy, está no modo como o mundo reage a determinados eventos que pode também atrapalhar um pouco sua imersão. Por exemplo, apesar de existirem diversos NPCs que você pode interagir, conversar e fazer missões, a grande maioria está ali apenas para preencher um espaço e povoar o mapa.

Eles sequer têm nomes, definidos como “Aluno da Lufa-Lufa” ou “Habitante de Hogsmeade“, apenas para parecer que um mapa tão grande e repleto de coisas para descobrir não está vazio de pessoas. Além disso, grande parte dos NPCs não possui um ciclo de atividades para fazer.

Por exemplo, em “The Elder Scrolls: Skyrim” muitos dos personagens acordavam em determinada hora, andavam até outro lugar, conforme fosse avançando o dia e, durante a noite, voltariam para suas respectivas casas. Até mesmo as lojas funcionavam em momentos específicos do dia. Essas coisas, por mais simples que fossem, ajudavam você a se sentir ainda mais imerso naquele universo.

Infelizmente, o mesmo não pode ser dito sobre Hogwarts Legacy. Quem é fã do universo, sabe que a noite há um toque de recolher, com vários monitores e professores espalhados por corredores em busca dos alunos que podem infringir as regras. Entretanto, dentro do jogo, a não ser pela iluminação diferente, isso não muda em nada, já que os alunos continuarão em seus lugares como se nada tivesse acontecido.

Nem mesmo as lojas fecham, então é possível viajar para Hogsmeade durante a noite e encontrar os vendedores trabalhando, como se não tivessem outros compromissos além de vender os produtos deles para o jogador.

O veredito sobre Hogwarts Legacy

Quando colocado tudo na ponta do lápis, Hogwarts Legacy é um jogo que vale muito a pena. É mais um capítulo primoroso nesse universo que começou com o Menino Que Sobreviveu. Ele tem de tudo para ser um dos principais títulos da indústria de jogos lançados em 2023.

Obviamente, o jogo pode ter pesos diferentes para as pessoas interessadas nele. Os fãs de longa data do universo Harry Potter encontrarão um lugar onde poderão continuar com esse legado, agora vivenciando a sua própria história, enquanto se emocionam com diversas referências escondidas pelos cenários.

Entretanto, quem está conhecendo o universo mágico de Harry Potter agora pode não sentir a mesma profundidade e emoção do outro público, mas ainda terá um excelente jogo em mãos que, mesmo com os seus defeitos, consegue entregar uma experiência divertida.

Além disso, a Avalanche Software, com o lançamento de Hogwarts Legacy, agora se torna um dos estúdios mais promissores dessa geração. Antigamente, eles eram conhecidos por desenvolver jogos de baixa qualidade em filmes e o Disney Infinity. Fico curioso para saber o que eles têm a oferecer no futuro, principalmente agora com a experiência de desenvolver um título de mundo aberto para um público tão grande como os fãs de Harry Potter.

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Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim