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Hades foi lançado primeiramente para o PC e Nintendo Switch em setembro de 2020 e foi um enorme sucesso, afinal, a Supergiant Games (de Transistor, Bastion e Pyre) trouxe com o game uma experiência maravilhosa para o gênero. Para os que não conhecem, roguelike — ou rogue-like — é um subgênero dos RPGs onde a sua principal característica é a geração aleatória ou procedural dos níveis, isto é, a cada vez que você joga o game, o cenário, inimigos e até mesmo as suas habilidades serão diferentes.
No caso de Hades, como o próprio nome sugere, isso foi aplicado no universo da mitologia grega no qual você controla Zagreus, filho de Hades, o qual a missão é sair do Submundo. Utilizando o famoso subgênero, o game te coloca em uma jogabilidade frenética e com uma ótima variedade de armas, inimigos e ajuda dos deuses que fazem com que cada tentativa de fuga do Submundo seja única.
Isso não garante que o game irá clicar com você e isso era inclusive um medo meu. Por mais que eu tivesse adorado a estética e a temática do jogo, tinha um certo medo de acabar não gostando do gênero, afinal, o único game que joguei que passou perto de um rogue-like foi Sundered e bom, não funcionou para mim.
Hades, por outro lado, me conquistou desde o início. Desde a sua tela inicial com uma trilha sonora maravilhosa até o mais profundo da sua história foi e ainda está sendo difícil encontrar algo que seja realmente um ponto negativo. A forma como a jogabilidade, história e a narrativa se entrelaçam são tão intuitivas que até mesmo quando você morre, isso não te deixa triste ou bravo — exceto em casos específicos —, mas sim interessado no diálogo que virá a seguir.
Principais diferenças entre Hades para PC/Switch e o port para PS4/consoles
Eu joguei o game em um PlayStation 4 Slim e em comparação à sua primeira versão, ele conta apenas com alguns “bônus”. São coisas que não alteram nada em jogabilidade ou na história do game, por exemplo, mas que se adaptam aos consoles de mesa. No caso da família PlayStation, a questão das cores do LED do Dualshock 4 e Dualsense — que ficam na frente e no touchpad do controle — se adaptam conforme o deus que você está conversando no momento. Se está com Zeus, fica amarelo, se está com Poseidon, azul e assim por diante.
Outra alteração que não tinha nas versões originais e pode fazer uma diferença em alguns casos é a questão da vibração. No caso do Dualshock 4 temos apenas uma vibração comum em momentos específicos e a única funcionalidade útil da mesma fica por conta da pesca, já que te ajuda a saber o momento certo de puxar os peixes. Já com o Dualsense, segundo uma amiga que jogou no PS5, em um caso específico onde você pode fazer carinho no Cérberos, o Dualsense vibra de uma forma diferente para simular os “ronronados” do cachorro.
Para os caçadores de conquistas e troféus, nas novas versões você pode platinar o game no Playstation e adquirir os 1000g no Xbox. São 50 troféus/conquistas que contam com os desafios base do game, ou seja, se você fez tudo o que é possível nele, provavelmente seu troféu ou conquista estará liberado.
Já em questão de desempenho, história ou qualquer mudança de jogabilidade, não tem nenhuma diferença apontada pela Supergiant Games. Em minha experiência tive e ainda tenho uma situação estranha na área Asfódelo. Na grande maioria das vezes em que a Górgona gigante apareceu, por algum motivo bizarro o meu jogo ficou com quedas de FPS. É um caso bem específico e às vezes acontece, às vezes não. Por ser algo que vi acontecer somente comigo, acredito que deva ser alguma incompatibilidade com meu PS4.
A experiência Hades
Como mencionei no início do texto, Hades foi uma das minhas primeiras experiências com games rogue-like, mas, felizmente, ele clicou muito bem comigo. Nesse tópico quero destacar alguns pontos da minha experiência com o game antes de voltarmos para questões mais técnicas.
Eu estava esperando um jogo interessante, mas ser jogado para a ação de forma tão direta foi algo que eu não esperava. Além disso, o fato do game conectar todos os elementos dentro da sua narrativa fez eu ir gostando cada vez mais dele. No início você ainda está conhecendo os excelentes personagens da história e tentando entender os motivos de Zagreus querer sair do Submundo. Em determinada parte do game você entende esses motivos e tudo isso é feito in-game, sem vídeos ou cortes, apenas em diálogos.
Já na questão do combate, é algo surreal de bom. É um sentimento parecido com o que tive com Sekiro quando consegui masterizar as técnicas do mesmo. Em Hades ainda tenho muitas “manhas” para aprender, mas é uma comparação adequada na minha experiência, afinal em ambos os jogos eu comecei apanhando demais.
Para finalizar essa parte eu não posso esquecer de comentar sobre a trilha sonora do game que desde o menu principal já é muito impactante e marcante. Temos músicas calmas, mais agitadas e aquelas de momentos que te marcam muito nos games.
Como é jogar no Dualshock 4
A questão de controles no game é um ponto muito positivo também. As configurações padrão de controles são boas e bem funcionais. E o fato do game deixar você remapear os botões da forma que você julgar melhor é ótimo e eu sou sempre a favor do jogador ter as mais variadas opções de controle, legendas e qualquer outra coisa. No meu caso, inclusive, fiz uma única mudança nos botões. Troquei o botão de interação e o de “esquiva”. No caso a esquiva era no “X/A” e a interação no “R1/RB” e eu inverti suas funções, pois achei mais funcional apertar o R1 para se esquivar.
Tirando isso, jogar Hades para PS4 foi excelente e ainda tem sido, já que é uma experiência um tanto quanto viciante e desafiadora. No começo você apanha MUITO até entender o que funciona melhor para você, quais armas são mais interessantes, mas a cada morte e item novo, além de novas surpresas, você se aperfeiçoa na jogabilidade até que em determinado ponto você passa de “fase” num flash.
Por fim, para encerrar a questão de jogabilidade nos controles, ele não é nenhum diferencial para melhor nem para pior. Vai depender de cada jogador e da forma que você prefere jogar. Se sua preferência são os teclados, jogue a versão de PC, se não, agora você tem não só o Switch, mas todas as outras plataformas disponíveis.
Vale a pena comprar Hades para consoles?
O game foi relançado no dia 13 de agosto para Playstation 4/5 e Xbox Series S/X, com uma diferença muito interessante — mas não tão boa. No caso dos donos de Playstation, o valor do game é de R$124,50, enquanto em suas versões de Xbox e Switch sai por R$92,50. O grande diferencial para os donos de Xbox, no entanto, é que o game foi lançado diretamente na assinatura do Game Pass. Não se tem uma resposta concreta sobre o motivo dos valores da Sony serem sempre mais altos nos jogos, mas é de fato algo estranho.
Se você for assinante do Game Pass, faça o favor de testar o game o mais rápido possível. Já no caso de ter de comprá-lo na PSN, mesmo pelo valor um pouco mais elevado, pela qualidade do game, compensa muito, mas isso não significa que a política de preços da Sony esteja correta.
Por fim, Hades é uma experiência única, que te entrega uma jogabilidade diversa e gostosa de jogar, além de oferecer um ótimo desafio. Caso você não tenha o Game Pass e o dinheiro esteja curto, espere uma promoção, mas dê uma chance a um dos melhores jogos que tive o prazer de jogar.
O game foi testado em um Playstation 4 Slim com uma cópia cedida pela Supergiant Games
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