Na última sexta-feira (31), a polícia de Tampa, no estado da Flórida (EUA), prendeu Graham Ivan Clark, um jovem de 17 anos que teria sido o grande responsável pelo maior ataque hacker da história do Twitter.
De acordo com as investigações da polícia, Clark foi o líder do ataque que, no dia 15 de julho, fez com que diversas contas verificadas de celebridades e de algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo (como o ex-presidente Barack Obama e o perfil oficial da Apple) publicassem tweets de uma conhecida fraude envolvendo Bitcoins, que garantiu que cerca de US$ 120 mil fossem transferidos para as contas dos golpistas.
Apesar de ter apenas 17 anos, Graham será julgado como maior de idade pela Justiça, já que a lei da Flórida permite que adolescentes sejam julgados como adultos em casos de fraude financeira. Ele irá responder por 30 acusações criminais da Procuradoria da Flórida, que incluem fraude organizada, fraude de comunicações, uso fraudulento de informações pessoais e acesso ao computador ou dispositivo eletrônico de outra pessoa sem autorização.
De acordo com a investigação, Graham teria entrado em contato com um funcionário do Twitter e convencido esta pessoa de que ele era um colega do departamento de TI da empresa, conseguindo que este funcionário passasse para ele as informações necessárias para que Graham tivesse acesso ao portal de serviço ao consumidor do Twitter, que permitiu que o hacker utilizasse as próprias ferramentas da empresa para assumir o controle das contas das celebridades e empresas afetadas pelo golpe.
Histórico de hacker
Apesar de nem ter chegado ainda à maioridade, Graham já tem um belo histórico de golpes aplicados pela internet. Tudo começou quando ele tinha 11 anos de idade e, na época, ganhava uns trocados aplicando golpes que envolviam o jogo Minecraft.
Graham se aproveitava de algumas ferramentas do jogo – como a possibilidade de vender itens para outros jogadores – e da inocência de outros jogadores (muitos deles também crianças e adolescentes que não tinham muita experiência com golpes na internet) para anunciar a preços módicos itens raros e que são muito procurados e, depois de receber o dinheiro, bloquear o chat com o comprador e simplesmente não enviar o item que havia sido adquirido.
Também existem usuários que foram enganados por Graham na venda de usernames (nome de usuário) dentro do jogo. Nick Jerome, um estudante de 21 anos, conta que, em 2016, negociou com Graham pelos direitos de aquisição do username “Open” – ou seja, Jerome pagaria uma quantia para que Graham abdicasse desse nome e ele pudesse então nomear o seu próprio personagem como “Open”. As partes concordaram em fechar negócio por US$ 100 e, depois que o dinheiro foi transferido, Graham simplesmente bloqueou Jerome em todos os canais de comunicação entre os dois e não cumpriu com sua parte do acordo.
Mas, apesar do golpe do Twitter ter arrecadado cerca de US$ 120 mil, esta não foi a maior fraude monetária que Graham teria participado. Isto porque o rapaz teria feito parte de um golpe que, em 2019, assumiu o controle do celular de Gregg Bennett (um investidor do ramo de tecnologia na região de Seattle) e roubado 164 Bitcoins da carteira virtual dele – valor que, na época, valia US$ 864 mil.
Em entrevista, Bennett teria dito que recebeu uma carta do serviço secreto dizendo que teria conseguido recuperar 100 bitcoins dele, mas que não iria dar queixas contra o responsável por se tratar de um menor de idade.
Fonte: The New York Times