A cantora e compositora canadense Grimes está propondo uma abordagem um tanto quanto diferente para a questão dos direitos autorais na indústria da música: compartilhar os lucros e direitos autorais em 50% com a inteligência artificial que ajudou a criá-los. Em uma postagem no Twitter, a cantora explicou que a IA tem sido uma grande parte de sua abordagem criativa recentemente, e que essa tecnologia é capaz de produzir música por conta própria, e por outro lado, ela também reconhece que a IA ainda é propriedade da empresa que a desenvolveu.
No caminho oposto
Essa solução proposta por Grimes indica que, em vez de a empresa manter todos os direitos autorais e lucros gerados pela inteligência artificial, uma porcentagem seria compartilhada igualmente com a IA em si. Ela acredita que essa abordagem seria justa, já que a tecnologia foi fundamental na criação da música e merece ser compensada.
A proposta de Grimes surge neste momento em que a questão dos direitos autorais e da propriedade intelectual na indústria da música — das artes em geral, como imagens, também — está sendo cada vez mais debatida. A tecnologia está desempenhando um papel cada vez mais importante na criação de músicas, mas muitos artistas e compositores estão preocupados com a possibilidade de suas criações serem exploradas por empresas de tecnologia sem uma compensação justa.
Vou dividir 50% dos royalties em qualquer música bem-sucedida gerada por IA que use minha voz. Sinta-se à vontade para usar minha voz sem penalidade
Afirma a cantora através de sua conta no Twitter
Há (mais) exceções!
Grimes não é a primeira artista a adotar a clonagem de voz e ferramentas de inteligência artificial. Holly Herndon, uma musicista experimental, apresentou sua própria voz artificial chamada Holly Plus em 2021. A artista permite que os usuários enviem arquivos de áudio e posteriormente recebam uma nova versão, sendo essa cantada em sua voz. Somente os membros da organização autônoma descentralizada — conhecida pela sigla DAO — de Herndon podem lucrar usando este modelo de voz.
Os modelos de voz treinados em um conjunto de gravações de um artista estão agora mais acessíveis do que nunca, gerando resultados bem diferentes, engraçados e alguns até mesmo um pouco assustadores. Uma música gerada usando modelos de voz de The Weeknd e Drake viralizou na semana passada, inclusive sendo retirada das plataformas de streaming pouco tempo depois.
No meio da viralização dessa música que se chama “Heart on My Sleeve“, a Universal Music Group emitiu uma declaração bem incisiva, afirmando que treinar modelos de inteligência artificial com o trabalho de seus artistas era uma violação de direitos autorais. Horas após ela ter postado a oferta no Twitter, Grimes percebeu uma possível brecha ao permitir que qualquer pessoa usasse sua voz para música. “Ok, odeio essa parte, mas podemos fazer remoções de direitos autorais SOMENTE para letras extremamente tóxicas com a minha voz “, ela escreveu. “Tipo, por favor, nada de músicas sobre assassinato de bebês.“
E você, o que acha dessa novidade? Conte pra gente nos comentários!
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Fonte: The Verge
Revisado por Glauco Vital em 25/4/23.
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