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Nada de WhatsApp, Messenger, Telegram ou Skype. Sabe qual programa os jovens de escolas dos Estados Unidos estão usando para conversar? O Google Docs! Adaptando-se aos novos meios, estudantes não trocam cartas durante a aula, sendo o editor de texto o método mais eficiente para conversar escondido do professor.
Google Docs colaborativo é Google Docs conversativo
Tal situação ainda não acontece no Brasil por questões materiais. Nos Estados Unidos, as escolas de ensino fundamental e médio são normalmente equipadas com notebooks para os estudantes. O maior mercado do Chromebook é o educacional, com a compra de grandes volumes de aparelhos.
Os professores usam o Google Docs como programa para passar tarefas, fazer exercícios colaborativos e ajudar os estudantes durante as aulas. Por outro lado, os estudantes estão usando a editor para conversar sem que o professor perceba.
Como os estudantes não podem usar celular e podem ser pegos passando cartas, o uso alternativo do Google Docs aconteceu naturalmente por descobrimento dos conversadores em aula.
Há diversos modos de conversar pelo Google Docs. Primeiramente é necessário chamar o amigo para colaborar em um documento. Muitos professores não sabem, mas há uma janela de bate-papo para os colaboradores.
A forma mais usada é por comentários. Clona-se o documento que o professor enviou, chama os amigos e cria uma espécie de janela de bate-papo em uma seção de comentários sobre alguma sentença.
Para o professor, parece que estão apenas fazendo comentários construtivos sobre alguma parte do exercício, mas caso ele olhe de perto, verá um chat de assuntos paralelos. Na menor suspeita de ser descoberto, o estudante pode clicar em “resolver” e todos os comentários desaparecem.
Alguns exercícios não são realizados em um documento colaborativo, mas as artimanhas dos estudantes acham meios de contornar esse impasse. O aluno cria um novo documento em branco e cada amigo digita em uma fonte diferente para se identificar.
Lucas (15), pseudônimo para o anonimato do entrevistado, revelou ao The Atlantic que utiliza o Docs para conversar em aula: “Eu tenho um bom amigo e estamos em salas diferentes. Então, mandamos e-mails um ao outro com um documento apenas para conversar sobre o que estava acontecendo”. Lucas diz não passar papel durante a aula desde o quinto ano.
Ferramentas produtivas para ser improdutivo
Além do Google Docs, a depender da escola, o programa mensageiro pode ser o Microsoft Word ou o OneNote, também com funções colaborativas. Nathan (16) comenta que em sua escola o OneNote é o programa predileto para conversar. A possibilidade de desenhar nas seções de anotações é um dos recursos mais divertidos para as conversas, comentan.
Esses programas não são pensados como mensageiros. O verdadeiro objetivo é ajudar na produtividade. A Microsoft chega a oferecer o pacote Office gratuitamente para estudantes, sem imaginar que na realidade seus programas estão sendo usados para a improdutividade.
Nathan contou ao pessoal do The Atlantic ainda que sua classe ficou bastante animada ao descobrir como poderiam usar o OneNote como mensageiro. “Parece que estou sendo produtivo”, disse, que também usa o método para enganar seus pais em casa. “A desvantagem é que você não está trabalhando no que deveria estar supostamente trabalhando, então você não está fazendo nada”, admite.
Os assuntos abordados no Google Docs geralmente são bobagens, como falar mal do professor, contar sobre o dia, desabafar problemas, flertar, coisas que os jovens já faziam com papéis. Porém, não tem o risco do professor pegar o papel passando pela classe e ler para todos. Ufa!
Ao chegar na faculdade, esse jovens abandonam a “função mensangeira” do Google Docs, uma vez que os smartphones são menos proibidos. Eduarda (20) já comenta: “Conversar no Google Docs é muito nostálgico de quando nós éramos mais novos”.
Fonte: The Altantic
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