Google DeepDream: a tecnologia que cria alucinações

Explicamos: o DeepDream da Google utiliza convolutional neural nets (tipo de rede neural frequentemente utilizada para reconhecimento gráfico) que detecta e enaltece padrões em imagens, através de algoritmos de pareidolia – fenômeno psicológico em que você percebe padrões familiares onde não existem; como enxergar rostos em carros. Ufa.

Ele se assemelha àqueles aplicativos que poem um filtro “artístico” na sua foto e chamam de arte, mas se diferencia principalmente porque funde duas fotos em uma. A primeira como base e a segunda como textura. O próprio nome tem origem nessa função: Deep – como em deep neural network – e Dream; o programa inicialmente foi batizado “Inception”, em referência ao filme “A Origem”, onde os sonhos estavam contidos um dentro do outro, de forma análoga às imagens.

Foi acidentalmente criado: sua intenção original foi possibilitar a pesquisadores enxergar como redes neurais visualizam imagens. Então o programa foi feito open source e diversas novas aplicações surgiram na  web, como a mais proeminente Dreamscope (c0m versão mobile que se assemelha a um Instagram). Hoje sua principal aplicação está sendo na criação de artes digitais, mas já está sendo proposto o uso para testes de desempenho e treinamento de redes neurais.

Usabilidade

Testamos o DeepDream Generator que tem uma usabilidade interessante: funciona como uma rede social, onde você pode filtrar as criações entre mais recente, trending, e as mais curtidas. Porém antes de poder apoiar e curtir as criações da sua preferência, você é requerido a criar ao menos duas de autoria própria, de maneira a incentivar o uso da plataforma. Nos parece que está funcionando: após selecionar suas imagens de input, a renderização entra na fila, aguardando disponibilidade do processador.

As imagens são incrivelmente semelhantes – para aqueles familiarizados – às experimentadas através de substâncias alucinógenas. Por algum motivo, percebemos a frequente utilização dessa tecnologia para criar imagens com repetições de… cachorros?

Finalmente, para descontrair, te desafiamos a não vi-a-jar apreciando essa tecnologia de ponta empregada no novo hit da banda Foster the People – Doing It for the Money: