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Uma boa parte do time de desenvolvedores do Android O se reuniu esta semana no Reddit para uma sessão de ‘perguntas e respostas’ a respeito do sistema. Durante a última quarta-feira, os engenheiros e demais envolvidos na criação do sistema falaram de pontos importantes da próxima atualização – temas como personalização, tablets e o famoso ‘Project Trebble‘ comandaram a conversa.
Espera-se que o Android O seja repleto de novidades, tanto visíveis quanto invisíveis ao usuário. Já sabemos que o sistema trará, por exemplo, mudanças visuais na barra de notificações, ícones adaptativos e, sobretudo, um novo desenvolvimento em camadas que, em tese, promete acelerar o processo de atualização dos dispositivos não-Google, o Project Treble.
Ainda sem nome
Ninguém sabe como o Android O irá, de fato, se chamar. Segundo os engenheiros, o verdadeiro nome só será revelado no lançamento do sistema – o que, para as expectativas da mídia e de muitos entusiastas, acontecerá em meados de agosto.
Novos emojis, morte aos ‘blobs’
Por mais que o Google tenha tido boas intenções ao introduzir os ‘blobs’ no Android Kit Kat, em 2013, poucos foram aqueles que realmente gostaram do seu visual. Os emojis do Google tentam ser ‘diferentões’ demais e, por isso, acabam confundindo muita gente.
O Android O irá estrear um novo pacote de emojis, com 69 personagens totalmente redesenhados. Quando questionados sobre o assunto, os engenheiros do sistema disseram que o motivo da mudança seria a incompatibilidade dos chamados ‘blobs’ com os novos padrões Unicode – mas todo mundo sabe que o real motivo é a sua aparência: eles são simpáticos, mas, ao mesmo tempo, são estranhos.
A nova barra de notificações
Diferentemente de quase todas as versões anteriores do sistema, a barra de notificações do Android O será branca, eliminando anos de fundos escuros ou totalmente pretos. Nas palavras do Google, a mudança tornará o visual mais compatível com o restante do sistema – as próprias notificações, por exemplo, já são brancas;
Embora a mudança seja bem vinda, vale lembrar que fabricantes como Samsung, LG, HTC e companhia, são totalmente livres para modificar o visual do sistema – significando que, eventualmente, elas podem decidir por não adotar a novidade.
Bons temas são difíceis de fazer
Embora a personalização seja uma das maiores vantagens do Android, a versão pura do sistema sempre falhou em trazer grandes possibilidades de customização. Com o passar do tempo, os aplicativos passaram a ter mais controle sobre o visual do sistema, mas ainda assim, o Android puro não oferece temas completos ou com grandes mudanças visuais.
A explicação que o Google dá pra isso é extremamente técnica, o que soa curioso já que, desde há muito tempo, interfaces customizadas como a Touchwiz, ou até mesmo as chamadas custom ROMs, oferecem esse tipo mais completo de personalização.
Em suma, os engenheiros dizem que personalizar o sistema não é difícil, porém, por outro lado, um visual mais customizável pode trazer problemas de compatibilidade, acessibilidade e performance. Tornar o Android mais aberto às modificações o tornaria mais ‘pesado‘, e isso está longe da experiência desejada para o sistema.
O Google também respondeu algo parecido sobre a mudança de cores na barra de navegação, a que abriga as teclas Home, Voltar e Multitarefas. Respondendo a pergunta sobre o por que dos atuais Pixels não permitirem a mudança manual das cores da barra, e muito menos uma mudança automática com base na cor predominante do aplicativo aberto, a empresa disse que testou a ideia e ‘tudo pareceu muito chamativo’.
‘Uma barra de navegação colorida tiraria o foco do próprio aplicativo’, disseram.
Tablets
O Android nunca deu muita atenção aos tablets. Com a exceção do 3.0 Honeycomb, que pecava justamente por ser exclusivo a este tipo de eletrônico, todos os outros sistemas tinham funcionamentos praticamente idênticos, independentemente se estavam sendo utilizados em tablets ou smartphones.
Mike Cleron, um dos engenheiros responsáveis pelo Android O, afirma que o Google ‘ainda está trabalhando numa forma de tornar o Android mais amigável para os tablets’. Para ele, a questão não se trata de competir com a Apple e seus recursos específicos para o iPad, mas sim em tornar os tablets Android mais compatíveis com o Chrome OS. A intenção seria tornar ambos uma coisa só (ou quase isso).
É justamente por isso que o Google tem se esforçado tanto para fazer aplicativos do Android serem compatíveis com o Chrome OS, ele explica.
120FPS é pura satisfação
As telas com alta responsividade não estão restritas aos monitores para jogos. Há alguns meses, a Apple surpreendeu a todos com os novos iPad Pro e seus displays ProMotion, com uma taxa de atualização bem acima dos tradicionais 60Hz.
Além de melhorar a usabilidade da Apple Pencil, as telas com uma maior taxa de quadros por segundo também tornam as animações mais fluidas, bonitas e, acredite: satisfatórias. A coisa é tão bacana que muitos esperam algo parecido no próximo iPhone.
Os desenvolvedores do Android também foram questionados sobre isso. Atualmente, a taxa de atualização do robozinho está limitada aos 60FPS, no máximo, o que não é tão ruim até que você veja um display com o dobro disso. Para Romain Guy, um dos responsáveis pela estrutura de código do Android, a tecnologia tem muito potencial e não está sendo ignorada pelo Google.
De qualquer forma, Guy não comentou sobre a adoção de telas mais responsivas no Android O ou em um futuro próximo.
Project Treble
O Project Treble foi o processo mais difícil em todo o desenvolvimento do Android O. Segundo Stephanie Cuthbertson, modificar a estrutura interna do Android foi uma completa ‘cirurgia’ no sistema, mas trará grandes avanços na forma como o Android, e consequentemente os dispositivos o usam, receberão futuras atualizações.
A ideia por trás do Project Treble é modularizar o desenvolvimento do Android. Falando em miúdos, o Google irá separar os diferentes tipos de códigos relacionados ao sistema, diferenciando o que é feito pelas fabricantes de hardware (Samsung, Qualcomm e afins) do que é inerente ao próprio sistema.
A ideia é que ele chegue pronto às fabricantes e receba delas apenas uma ‘maquiagem’, sem que elas precisem intervir na sua estrutura interna, como é hoje.
Com isso, espera-se que as desculpas das fabricantes para atrasar o lançamento de atualizações sejam reduzidas, porém, é importante ressaltar que o Google não tem uma influência real neste processo – com isso, os updates continuarão sendo de competência de cada fabricante.
Via: The Verge
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