Na última sexta-feira (17) a Alphabet (empresa-mãe do Google) anunciou que passará a proibir que sites que possuam conteúdos sobre o novo coronavírus, que contradigam o consenso científico, possam exibir os anúncios gerenciados pela empresa (o Google Ads) em suas páginas.
O objetivo da proibição é mexer com a arrecadação de páginas que abertamente espalham mentiras sobre a pandemia de COVID-19, criando argumentos sensacionalistas que tentam desmentir as recomendações da Organização Mundial da Saúde e colaboram para colocar as pessoas em perigo, contribuindo para um ambiente onde alguns se recusam a usar máscaras e praticar o distanciamento social.
Alguns exemplos de conteúdos que passarão a não mais aceitar o Google Ads são teorias da conspiração que já foram desmascaradas e provadas que não passam de histórias inventadas, como a de que o novo coronavírus teria sido criado em um laboratório chinês como uma arma química, de que o vírus foi criado por Bill Gates para que o bilionário pudesse depois lucrar vendendo a vacina, ou de que tudo não passa de uma invenção da mídia e que na verdade não existe nenhuma pandemia acontecendo.
A empresa ainda afirmou que esta punição vale apenas para os sites que propagam essas teorias da conspiração, e sites especializados em desmascarar essas teorias ou veículos jornalísticos que apenas citam a existência delas em suas matérias não serão penalizados. Ao mesmo tempo, o banimento de anúncios é específico para sites que propagam teorias da conspiração referentes ao novo coronavírus, e qualquer outras teorias do tipo (por exemplo, sites que defendem que Michael Jackson forjou a própria morte ou que ex-presidente Barack Obama nasceu no Quênia) estão isentas de punição.
Esta nova política será uma atualização de uma já existente que proíbe a veiculação de anúncios que promovam práticas médicas ou curas milagrosas que contrariem a ciência, e assim a empresa passará não apenas a impedir que anúncios deste tipo sejam veiculados, mas também que sites que propagam este tipo de informação possam vincular qualquer tipo de anúncio do Google Ads dentro deles — igual ao que a empresa já faz em sites que promovem discursos de ódio.
Google Ads e a desinformação durante a pandemia
Uma das principais fontes de receita dos sites de teoria da conspiração é o Google Ads, que fornece ao dono do site uma parcela por cada visualização que um anúncio vendido pelo Google recebe de um usuário que acessar aquele site.
Desde o início da pandemia, o Google tem se esforçado para tentar combater campanhas de desinformação referentes ao novo coronavírus, como a decisão de não monetizar qualquer vídeo do YouTube sobre a pandemia — uma tentativa de frear a proliferação de teorias da conspiração sobre o novo coronavírus na plataforma de vídeos.
Atualmente, o Google permite que apenas organizações governamentais e planos de saúde possam criar anúncios voltados para termos relativos à pandemia de COVID-19, como forma de se evitar que anunciantes de máscaras e equipamentos hospitalares alcancem um público não especializado e os hospitais e agentes de saúde tenham ainda mais dificuldade em adquirir os equipamentos adequados para fazerem o tratamento de pacientes com a doença de forma segura.
Fonte: Business Insider
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