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No último domingo (14), Game of Thrones voltou para sua oitava e última temporada. O primeiro episódio, Winterfell, mostrou reencontros, revelações surpreendentes para os personagens e elevou mais ainda a expectativa para os próximos episódios.
CONTÉM SPOILERS DA OITAVA TEMPORADA
Neste domingo, o segundo episódio vai ao ar às 22h, na HBO e pelo serviço de streaming do canal, HBO Go. E ele deve começar a partir do final do primeiro capítulo do final: com Bran Stark reencontrando Jaime Lannister em Winterfell.
Desde que o episódio foi lançado, muitas entrevistas com os roteiristas e os atores principais foram publicadas por vários sites gringos. Em várias das entrevistas, eles deram detalhes sobre cada momento do episódio e ressaltaram os momentos mais importantes da primeira parte.
Além disso, Winterfell conteve muitas referências à outros acontecimentos da série que podem indicar a direção que Game of Thrones vai tomar conforme chega ao final.
Nova abertura
Todos os anos, Game of Thrones foi mudando os créditos iniciais, fazendo uma viagem por Westeros. A cada personagens e lugares novos apresentados no enredo, a abertura adicionava os locais ao mapa que iam se desdobrando enquanto a música tema tocava. A oitava temporada, no entanto, trouxe um começo diferente.
Em entrevista ao Indie Wire, Angus Wall e Kirk Shintani, dois membros da equipe responsável por criar os créditos iniciais, falaram sobre a criação e a escolha de trocar a narrativa dentro do mesmo modelo de tirar o fôlego.
“Chegamos na última temporada, [ou seja], não precisamos continuar a dizer onde é o que porque todo mundo já sabe quais são os lugares principais da série e o que eles representam. Isso nos permitiu ter a chance de mergulhar um pouco mais fundo nos lugares e não nos preocupar em situar o público”.
Kirk Shintani, um dos responsáveis pelos créditos iniciais de Game of Thrones
Encontros no primeiro episódio de Game of Thrones continuam
Em entrevista ao Entertainment Weekly, o roteirista Dave Hill falou sobre o dramático primeiro episódio que trouxe reencontros não apenas positivos, mas também cheios de tensões.
Sobre o começo do episódio, Hill disse que eles “brincaram com a ideia de uma abertura congelada”, mas o que mais apelou para eles foi uma “abertura de Game of Thrones tradicional”. O roteirista também disse que muito da abertura se espelha na criada pela primeira temporada.
“Ao invés do rei chegando, temos a rainha chegando. Agora nós temos o orçamento e a equipe para fazer isso do jeito certo, com várias multidões. Nós começamos com esse garoto órfão correndo para tentar ver a coisa mais incrível que eles vão ver na vida: uma rainha Targaryen que possui dragões. Ninguém consegue não olhar, mesmo que tenham medo. Eles tem uma nova monarca com monstros que irão lutar contra outros monstros”.
Dave Hill, roteirista da série
No começo do episódio, também temos aquele momento que Emilia Clarke descreveu como o filme Entrando Numa Fria (2000), no qual Daenerys Targaryen conhece a família do namorado, mas os pais dele (no caso, as irmãs) não gostam tanto assim.
Dave Hill disse que o encontro é um momento delicado para Sansa porque ela vê Daenerys como uma estrangeira se metendo onde ela não devia:
“[Sansa] confia em sua família e em mais ninguém. Você ver pelo lado dela que Jon foi se encontrar com essa rainha sulista que queimou o avô e tio deles vivos e, do nada, decidiu dobrar o joelho para ela”.
Dave Hill, roteirista da série
Sansa também reencontra seu ex-marido, Tyrion Lannister. Segundo Hill, existe um elefante no quarto porque ela abandonou ele. Mas mesmo com esse momento esquisito, Tyrion percebe o quão rápido ela cresceu e se tornou uma mulher forte e grande jogadora no jogo dos tronos.
Mas também tiveram reuniões positivas, como a de Arya e Jon: “são os dois Starks que tiveram a conexão mais forte desde o começo da história“. Afinal, foi Jon quem sempre incentivou Arya a lutar e deu Agulha para ela.
Hill falou sobre a importância de escrever uma cena dessas bem: “Você tem que converter emocionalmente a informação [de tudo que aconteceu] sem ter que dar detalhes.” Um exemplo foi quando Jon pergunta se Arya teve que usar Agulha.
De acordo com ele, o segundo episódio de Game of Thrones também terá outros jeitos de tratar informações que alguns personagens não sabem:
“Os primeiros dois episódios, em particular, são difíceis porque eles contém tantos personagens. É difícil roteirizar quando você tem 6 ou 7 personagens juntos no mesmo lugar e tem que deixar tudo ocorrer de um jeito orgânico”.
Dave Hill, roteirista da série
Agora, no segundo episódio, esses reencontros continuam. E todos esses personagens juntos no mesmo lugar irão construir ainda mais a tensão que já foi mostrada no começo da oitava temporada.
Jon descobrindo que é um Targaryen
Esse foi um dos momentos mais esperados: Jon Snow finalmente descobre que não é um bastardo, mas sim um verdadeiro Targaryen, filho de Rhaegar com Lyanna Stark.
O roteirista Dave Hill, na mesma entrevista para o EW, também falou sobre essa cena, dizendo que Jon Snow se sentiu enganado por Ned Stark, o homem que sempre considerou seu pai.
Kit Harington, que interpreta Jon Snow, disse em entrevista ao EW que a revelação foi a coisa que mais poderia chatear o personagem no mundo: “Se ele pudesse voltar no tempo e dizer [para Sam] ‘o que quer que você vai me dizer, não diga’, ele faria isso. Ele ficar feliz de continuar na ignorância.”
JáJohn Bradley, que interpreta Sam Tarly, disse que é um momento impactante porque Jon está revendo sua vida toda e vendo-a de um jeito completamente diferente. Ele concluiu: “[Jon] não leva numa boa. Mas [acho que] se [a informação] viesse de qualquer outra pessoa que não fosse o Sam, teria sido pior.“
Cersei e os Elefantes
No primeiro episódio da nova temporada de Game of Thrones, Eyron Greyjoy chega à Porto Real com 20 mil homens e 2 mil cavalos para a rainha Cersei Lannister, tentando conquistá-loa.
“Mas e os elefantes? Você me disse que teriam elefantes”, responde Cersei. Mas por que ela estava querendo tanto assim os elefantes? “Eu realmente queria aqueles elefantes.”
Como apontou a Vulture, essa referência, que gerou alguns dos melhores memes do episódio, é por causa da Golden Company, um grupo de mercenários de Essos que foram trazidos através do Mar Estreito por Euron Greyjoy.
No livro A Dança dos Dragões, o quinto volume dos livros criados por George R.R. Martin que basearam a série, a Golden Company invade Westeros. Essa companhia foi formada após uma rebelião liderada por um bastardo Targaryen, com nome Blackfyre, que aconteceu 100 anos antes dos acontecimentos dos livros.
Depois que o líder da rebelião morreu, os sobreviventes fugiram para Essos e formaram a companhia de mercenários para manter a causa viva. Eles tentaram, durante anos e anos, reclamar o Trono de Ferro com os bastardos dos Targaryen. A Companhia é conhecida por nunca quebrar um contrato e por ter um tipo de cada soldado existente em Westeros e nas Cidades Livres: com mais de 10 mil soldados, arqueiros e escudeiros. “E elefantes”, diz um soldado no livro. “Não podemos nos esquecer dos elefantes”. No total, a companhia tem 24 elefantes.
Nos livros, a companhia é presente porque é liderada por um jovem que diz ser o verdadeiro filho de Rhaegar Targaryen – o qual a série apontou como Jon Snow. Mas por que o jovem falso Aegon e toda a companhia não fazem parte de Game of Thrones?
Quando a série estava tentando consolidar sua história principal e todas suas ramificações, a chegada de Aegon e da Golden Company iria criar uma expansão gigantesca da história. E, com apenas cerca 60 minutos por episódio com 10 episódios por temporada, fica com pouco tempo para abordar essas histórias laterais. Por isso, o jovem Aegon se junto à Lady Stoneheart (Catelyn Stark trazida dos mortos) na lista de histórias e personagens que não passaram dos livros pra série.
Os fãs dos livros que sentiam falta dessas histórias em Game of Thrones puderam, pelo menos, se divertir com a menção – um easter egg dos roteiristas para os amantes dos romances de George R. R. Martin.
Mas os elefantes sobrevivem para chegar à Westeros? Nos livros, parte da frota da Golden Company é destruída. Mas, conforme um pedaço do próximo livro da saga que ainda não foi publicado trazido pela Vulture, “alguns” elefantes sobreviveram a viagem e chegaram à Westeros.
Jaime e Bran
O ator Nikolaj Coster-Waldau deu uma entrevista ao site Entertainment Weekly sobre o reencontro com o jovem Stark, o qual não precisou de palavras para ser impactante e deixar o público desesperado pelo próximo.
O primeiro episódio termina com Jaime Lannister reencontrando Bran Stark – em uma referência ao primeiro episódio da primeira temporada de Game of Thrones, o qual termina com Jaime jogando Bran da torre.
“Primeiro de tudo, acho que uma cadeira de roda não é uma coisa normal em Westeros. Eu acho que foi tipo ‘o que diabos é isso?’, seguido por um ‘Ai meu deus, é aquele garoto.’ Acho que ele sabia que Bran não morreu, mas não esperava reencontrá-lo.”
Nikolaj Coster-Waldau, ator que interpreta Jaime na série
Na prévia do segundo episódio, podemos ver Jaime de pé sendo julgado por Daenerys – filha do rei que ele matou, o mesmo que ele tinha jurado proteger – e pelos senhores do Norte – que o culpam pela morte de Ned Stark.
“A missão dele muda mais uma vez. Vai de ‘eu sei que meu irmão Tyrion está lá e eu vou lutar numa boa briga’ para ‘estou ferrado’. Porque esse é o Lorde de Winterfell e eu tentei matá-lo e tenho certeza que ele quer vingança. isso é o que Jaime espera”.
Nikolaj Coster-Waldau sobre os objetivos de Jaime Lannister na oitava temporada de Game of Thrones
O filho dos Umber e o recado sangrento do Rei da Noite
Um momento que deu um susto foi quando a Patrulha da Noite, Tormund e Beric Dondarrion estão em Castle Black e encontram uma sala com o filho dos Umber pregado na parede, no centro de um símbolo montado com membros decepados.
O garoto volta dos mortos como um caminhante branco e tenta atacar Tormundo, que reage queimando o menino com sua tocha. O símbolo então fica mais evidenten, mas ele não é novo em Game of Thrones.
Logo no começo da primeira temporada, um dos membros da Patrulha da noite encontra membros decepados na flortesta, arranjados de forma a montar um símbolo (mesmo que não seja o espiral) com uma criança selvagem morta no centro deles. A garota, no entanto, revive e começa a andar, com os olhos azuis.
No terceiro episódio da terceira temporada, Jon Snow encontra o mesmo padrão formado por pedras em uma missão com Mance Rayder após integrar a tribo dos selvagens.
Na sexta temporada de Game of Thrones, também vemos o mesmo padrão em uma cena em que as Crianças da Floresta criaram o primeiro caminhante branco ao atingir um homem no coração com Vidro do Dragão.
O mesmo símbolo aparece nas inscrições em Pedra do Dragão, contando a antiga história de Westeros e dos Primeiros Homens, alertando sobre os perigos do Rei da Noite.
Em entrevista ao New York Post, Dave Hill falou, afinal, sobre o que é esse símbolo que apareceu tantas vezes na série:
“Conforme vimos Bran e o Corvo de Três Olhos, o padrão em espiral era sagrado para as Crianças da Floresta, que criaram o Rei da Noite ao sacrificar um homem capturado em uma espiral de pedras. O Rei da Noite então adotou esse símbolo como um jeito de blasfêmia, tipo o que Satã faz ao usar a cruz de ponta-cabeça.”
O roteirista Dave Hill sobre o símbolo do Rei da Noite
A oitava e última temporada de Game of Thrones continua neste domingo (21).
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