Frente fria no rio de janeiro

Frente fria pode levar neve ao Rio de Janeiro, entenda o fenômeno

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Uma massa de ar frio polar causará uma intensa frente fria no Brasil, com chance de neve em alguns pontos do país como o Parque Nacional de Itatiaia, no RJ

Noticiada na última semana, as novas previsões do MetSul evidenciam uma forte frente fria chegando ao Brasil amanhã, terça-feira, (27). A massa de ar polar chega ao país inicialmente pelo Sul e já na quarta-feira, 28, se expandirá para a região Centro-Oeste e Sudeste até o fim do dia.

A previsão ainda confirma que a forte massa de ar frio polar pode causar frio extremo e há a possibilidade de geada, congelamento e neve em alguns estados, incluindo uma pequena área do Rio de Janeiro. O portal afirma que a frente fria causará, em determinados pontos, as temperaturas mais baixas do ano, porém, em outras regiões não deve bater as marcas atingidas pelo frio do fim de junho.

Segundo o MetSul, a frente fria que está por vir é descrita como “uma ‘bolha’ de ar gelado de grandes dimensões e que será responsável por um acentuado resfriamento em diversos estados brasileiros no meio da semana”. A massa de ar polar de trajetória continental será deslocada da região norte da Argentina em direção ao sul do Brasil.

Frente fria
O mapa revela uma das erupções de ar polar mais intensas na região Sul (valores em ºC não correspondem a temperatura da superfície)

Os cariocas vão sofrer com um frio intenso nos próximos dias, e há a expectativa de que as menores temperaturas do Sudeste sejam registradas entre quinta (29) e sexta (30). A Serra da Mantiqueira, que compreende os estados do Rio, São Paulo e Minas Gerais, deve ficar na casa de -2ºC, mas é incerta a possibilidade de neve no Parque Nacional de Itatiaia, que pertence ao RJ. As previsões iniciais do MetSul indicavam que a área tinha chances de ter neve, porém, em nota emitida emitida nesta segunda (26), o Climatempo não confirma a informação, apenas apontando o possível aparecimento de geadas na região.

No passado o Parque Nacional do Itatiaia já recebeu nevascas, como em 2012 e a mais forte em 1985. No entanto, a neve ocorreu apenas nas regiões de maior altitude da serra, como geralmente acontece. Devido a inconsistência de informações até o momento que essa matéria foi ao ar, podemos dizer que há a possibilidade, mesmo que muito remota, de neve no estado, mas de forma concomitante, estamos falando apenas de previsões. Seja como for, não espere fazer bonecos de neve no grande Rio com essa frente fria.

São Paulo também precisa preparar os casacos, pois a região metropolitana do estado deve ter mínima de 3ºC com grandes chances de geadas. Na região Sul a previsão informa alta possibilidade dos sulistas enfrentarem o frio mais severo de 2021 com neve fraca e moderada nas serras gaúchas e catarinenses. Em partes altas das serras a sensação térmica pode chegar a -25ºC.

Em comparação com a frente fria do mês de junho, a nova frente fria deve persistir por mais tempo, como apura o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

“Muito provavelmente, o grande diferencial dessa massa de ar frio será a persistência de dias consecutivos com temperaturas mínimas negativas nas áreas de maior altitude da Região Sul (entre -6°C e -8°C) e temperaturas máximas abaixo de 10°C no período de 28 a 30/07”

Viviane Nonato, Inmet
Frente fria pode levar neve ao rio de janeiro, entenda o fenômeno. Uma massa de ar frio polar causará uma intensa frente fria no brasil, com chance de neve em alguns pontos do país como o parque nacional de itatiaia, no rj
Variação da temperatura do ar entre 28 e 29/07 e temperatura mínima para 03:00H do dia 20/07, respectivamente. Via Inmet.

Como é feita a previsão do tempo?

Depois de ler matérias como essa, sempre surge a grande dúvida de como é feita a previsão do tempo. Na realidade, o processo pode parecer simples para muitos, porém, demanda uma grande movimentação e esforço dos meteorologistas para compreender as varações climatológicas de determinadas regiões.

Inicialmente, toda a coleta de informações é proveniente de aparelhos instalados em regiões específicas, como o barômetro, termômetros, pluviômetro, sensores, radares, balões, etc. A essas regiões nós damos o nome de estações meteorológicas. Além disso, as estações podem receber auxílio de informações mais detalhadas captadas por satélites.

Após isso, os dados são enviados para os meteorologistas, ou seja, profissionais com a capacidade de interpretação do estado atual da atmosfera, imagens, diagnósticos, etc. Como a ajuda de supercomputadores, o “pessoal do tempo” realiza uma série de simulações e discussões com pesquisadores para determinar a probabilidade matemática de qual será o estado da atmosfera em dado período de tempo e só então fornecer essa previsão aos veículos de comunicação.

Porém, nem sempre o clima deixa tudo tão fácil assim. Fenômenos climáticos, como os já conhecidos El Niño e La Niña, alterações no relevo, vegetação e biomas são fatores importantes e que podem alterar previsões. Aliás, como o próprio nome sugere, devido a complexidade de eventos que esse tema aborda, um meteorologista dificilmente trabalha com verdades absolutas, mas sim com suposições baseadas em anos de estudos para o que pode ou não acontecer.

Fontes: MetSul, Inmet, Climatempo, CPTEC

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