Ultimamente, juros altos e burocracia vêm dificultando o acesso ao crédito. E para escapar desses empecilhos, os brasileiros estão recorrendo a empresas de tecnologia que estão revolucionando o mercado financeiro: as fintechs. Apesar de serem cada vez mais populares, muitas pessoas não sabem o que elas são. Para saber mais sobre o assunto, convidamos você para ler a matéria que segue:
O que são fintechs?
As fintechs são startups (empresas em desenvolvimento) que oferecem serviços financeiros. Estas empresas — capazes de aliar finanças e tecnologia — garantem soluções ágeis e inovadoras para empréstimos, com juros e taxas mais baratas que os praticados pelos bancos e financeiras tradicionais.
Fábio Ullman, consultor do setor financeiro da IBM Brasil, explica: “As fintechs, pelo lado de tecnologia, estão revolucionando já a forma como você trata o produto financeiro bancário. (…) Elas têm uma agilidade maior (…), têm menos processos de negócios baseados em papel, são mais ágeis e têm sistemas mais simples; não têm o legado que os bancos apresentam”, conceitua.
Quais as vantagens?
Crédito mais barato e sem burocracia na palma da mão: esse é o principal atrativo que as fintechs oferecem. Basta acessar o site da startup, preencher o cadastro e enviar o pedido de empréstimo. Esse pedido é analisado e, se for aprovado, o cliente recebe, em menos de um minuto, uma proposta de empréstimo. O cliente aceita a proposta, envia seus documentos pelo site e em seguida recebe o dinheiro na sua conta.
As fintechs pretendem atender às demandas e exigências dos novos consumidores, que têm hábitos diferentes e procuram experiências diferentes: “O consumidor não percebe mais valor em ter que ir para o banco, para uma agência tradicional. Ele quer fazer como ele faz para assistir a um filme. Ele não entende por que ele não precisa ir mais na locadora buscar um filme, mas ele ainda tem que ir na agência bancária”, afirma Ullman.
Os bancos diante deste novo cenário
A superintendente de Gestão de Tecnologia da Informação do Itaú Unibanco, Erica Jannini, indica: “A gente acredita que os bancos podem olhar para isso como uma ameaça ou como uma oportunidade. São empresas oferecendo serviços diferentes para os nossos clientes, mas, ao mesmo tempo, são empresas que a gente pode trabalhar junto”, pondera.
Paulo Marcelo, presidente da Capgemini do Brasil, concorda com essa visão. Para ele, “os bancos e as fintechs não são rivais. Não existe uma competição, uma guerra entre elas; existe uma oportunidade de colaboração, e é através da oportunidade de colaboração que os dois vão sair ganhando. A colaboração se dará porque os bancos têm mercado, têm um portfólio rico de produtos. As fintechs têm a capacidade de agregar inovação, rapidez, facilidade, e a orquestração deste processo é o verdadeiro ecossistema digital”, afirma.
Fintechs em destaque
Estima-se que existam cerca de 150 startups financeiras no Brasil. Algumas fintechs brasileiras que estão despontando são:
- BankFacil: Plataforma digital de empréstimos focada em produtos com garantia. Além disso, a empresa também atua no segmento de financiamento de automóveis no mercado C2C.
- Compare Em Casa: Trabalha com empréstimo pessoal em parceria com uma financeira.
- Easy Crédito: Plataforma de concessão de empréstimos facilitados para o consumidor final.
- Geru: Sistema de empréstimo online simples, inspirada no modelo internacional de marketplace lending. a Geru presta serviços de cadastro e avaliação de crédito de pessoas que desejam obter um empréstimo, realizando um rating da operação pretendida.
- Lendico: Sistema de empréstimo online que oferece créditos “de maneira simples e segura por um preço justo”.
Medidas de segurança
Conseguir empréstimos com mais facilidades e a juros menores parece ser a nova proposta do mercado financeiro digital. No entanto, valem as mesmas recomendações dadas pelos especialistas para qualquer operação financeira pela internet. “Procure saber quem é a instituição, há quantos anos está no mercado, sempre olhar o cadeado de segurança para ter certeza que a transação é segura”, aconselha Rafael Pereira, diretor da Enova.
Portanto, quer seja através das instituições financeiras tradicionais ou das fintechs, o mais importante é agir sempre com a razão.