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Começou no dia 3 de julho o FILE Festival São Paulo 2018 – Festival Internacional da Linguagem Eletrônica. O evento traz obras de artistas do mundo inteiro, os quais unem arte e tecnologia. Assim, robôs, realidade virtual e aumentada, peças interativas disparadas por sensores e outras diversas obras exploram os limites da arte feita com hardware e software e fazem você pensar e se divertir. Ou seja, uma exposição imperdível para qualquer nerd de carteirinha.
O FILE este ano está mais robusto que em edições passadas, trazendo muitas obras que exigem o uso de óculos RV, o que gera aquele fenômeno característico paulistano: a fila. Como obras de realidade virtual só podem ser apreciadas por uma pessoa de cada vez, é preciso paciência. Mesmo assim, vale a pena esperar. Uma dica é ir com sapatos fáceis de tirar, pois em algumas obras é preciso entrar descalço.
Robôs ou esculturas?
Uma das atrações principais, logo na entrada do evento, são duas esculturas cinéticas de Peter William Holden, Vicious Circle e Arabesque. São dois grupos de robôs, um formado por braços e o outro por pernas, movidos por pistões que dançam de forma sincronizada com peças clássicas como Danúbio Azul.
Além disso, ema câmera ligada a um projetor mostra a visão superior da dança, que se transforma em uma mandala na parede. O autor diz que se inspirou em Frankenstein e na Revolução Industrial para criar as esculturas.
Habitat: uma experiência relaxante
Habitat, da sueca Josefin Lindebrink, é uma obra composta por três camas que vibram de acordo com a pulsação de quem está deitado nelas. Essa pulsação é captada por nada mais que um sensor ótico, que transfere as informações de volta para a cama.
Com isso, a vibração da cama acompanha o a vibração do seu próprio corpo, tornando a experiência única. O resultado é tão relaxante que alguns participantes chegam a dormir por alguns minutinhos meio da experiência.
A arte da realidade virtual
Outrospectre, dos holandeses Frank Kolkman e Juuke Schoorl, usa a realidade virtual para simular a sensação de sair do próprio corpo. Isso porque usuário fica imerso em realidade virtual com um óculo próprio. As imagens transmitidas para o óculos são de uma cabeça poligonal com câmeras localizada logo atrás da pessoa.
Além disso, essa cabeça poligonal encontra-se em um trilho que se afasta gradativamente das costas do sujeito. Isso proporciona a experiência de ver seu próprio corpo indo cada vez mais para longe da sua visão. Bacana, não é mesmo?
No papel de um eletrodoméstico
Em Objective Realities, do coletivo Objective.farm em parceria com o “papa do cyberpunk”, Bruce Sterling, você se transforma em um eletrodoméstico. É isso mesmo. Aqui você interage com objetos dentro de uma casa. As interações são bem divertidas e inusitadas.
Bote um capacete em forma de ventilador e faça voar papeis e cortinas em uma sala. Ou então, se transforme em um aspirador de pó para limpar o chão. Entre as diversas opções, é possível até ser uma tomada!
Tron com amarelinha?
Light Pong pode ser resumido exatamente assim: uma mistura de Tron coma a boa e velha brincadeira da amarelinha. Na obra, você pula em cima de hexágonos coloridos e dispara raios de LED pelo chão. Isso até atingir o jogador que está do outro lado do tapete.
Sem dúvida, essa é uma das atrações mais chamativas para as crianças. Já para os adultos, o desafio é descobrir quais as regras que fazem você acertar ou não o adversário. Eu, sinceramente, não descobri. Mas foi uma experiência muito interessante ainda assim.
Andando quase sem sair do lugar
Por fim, ainda pude experimentar o chamado Corredor Infinito, dos japoneses Keigo Matsumoto, Yohei Yanase, Takuji Narumi e Yuki Ban. Este é um bom exemplo de como criar jogos de realidade virtual, onde você pode percorrer cenários enormes sem dar de cara na parede no mundo real.
E sem recorrer a esteiras multidirecionais ou cordinhas, como em Jogador Número 1. Na obra, você anda em um corredor circular com raio de apenas três metros, mas a sensação no mundo VR é que está andando em linha reta.
FILE São Paulo 2018 acontece até agosto
Completando 19 edições, o FILE teve como título este ano “O corpo é a mensagem” numa analogia interessante ao teórico Marshall McLuhan, que dizia que “O Meio é a Mensagem” em seu livro “Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem“.
Na feira, podemos ver que a ideia é justamente tranformar a interação entre nosso corpo e as máquinas mais íntima e experiencial. Vale lembrar que as obras apresentadas aqui são só algumas das várias apresentadas durante o evento! O Festival Internacional de Linguagem Eletrônica está aberto ao público, no Centro Cultural FIESP (Av. Paulista 1313) até o dia 12 de agosto. A exposição está aberta de terça a sábado, das 10h às 22h. Domingo, das 10h às 20h.
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