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Nas últimas semanas, muito se falou sobre a cantora Anitta e o sucesso da sua nova música Envolver. O hit fez com que a artista fosse a primeira latina a alcançar o 1º lugar nas paradas mundiais com uma música solo em espanhol. Além disso, a carioca chegou ao primeiro lugar no Top Global da plataforma de música Spotify em 25 de março, com 6,4 milhões de execuções — das quais 4,1 milhões vieram do Brasil. No TikTok, o “El paso de Anitta“, coreografia presente no clipe da música, também viralizou e deu ainda mais visibilidade à artista.
A quebra de recordes parecia ser o resultado de um longo trabalho da cantora, que tem tentado, nos últimos anos, alavancar a sua presença no mercado fonográfico internacional, realizando parcerias com cantoras internacionais, como Cardi B e Madonna. No entanto, parece que esse sucesso não é tão orgânico assim. De acordo com dados do site Rest of World, há evidências de que a base de fãs da cantora utilizou métodos que impulsionaram a contagem de reproduções da faixa, dentro dos termos e condições de uso do Spotify.
A polêmica chega em meio ao lançamento do mais novo álbum da cantora. Intitulado Versions of Me, o projeto — que antes de chamaria Girl from Rio — conta com nomes como Cardi B, Khalid e MC Kevin O Chris, além de músicas em três idiomas. Nas redes sociais, o lançamento dividiu a opinião de fãs e admiradores da cantora, apesar do bom desempenho que o álbum vem angariando desde ontem (12), dia em que foi lançado oficialmente nas plataformas de streaming.
Lançamento e sucesso meteórico de Envolver
Lançado no dia 11 de novembro do ano passado, “Envolver” traz uma letra sedutora ao som urbano do reggaeton. O clipe do single no YouTube já conta com mais de 120 milhões de views, tornando-se um dos vídeos mais vistos da cantora na plataforma de vídeos. Pouco tempo após a liberação do clipe, a Anitta chegou a comentar que o sucesso se dá também pelas estratégias adotadas.
Escrita pela própria Anitta em parceria com os colegas hispano-americanos Julio M. Gonzales Tavarez, Freddy Montalvo e José Carlos Cruz, o single quase não saiu do papel. Segundo a cantora, a Warner Records não queria levar a letra para dentro do estúdio. “Disseram que a música não iria a lugar nenhum e que eu não teria forças para lançar isso sozinha”, revelou a cantora aos fãs, em um claro descontentamento com a gravadora responsável pela obra da funkeira.
Aos poucos, a música começou a crescer nas reproduções diárias do Spotify, além de viralizar em plataformas como TikTok e Twitter. Graças a mobilização dos fãs, em questão de dias a música já estava entre as 50 mais tocadas de todos os países da América Latina onde o Spotify está presente. Apesar disso, aqui no Brasil a música ainda não havia despertado o interesse do restante dos brasileiros.
Foi somente no dia 12 de março que a música entrou, pela primeira vez, entre as 50 mais tocadas no mundo, ocupando a posição de número 48, com 1.461.708 reproduções na plataforma de streaming. Para se ter uma ideia de como a música ainda não havia conseguido decolar no país, desse total, apenas 322.649 foram reproduções únicas vindas exclusivamente do Brasil, o que representa apenas 22% dos plays totais da música.
Mas com a repercussão internacional crescendo dia após dia, os brasileiros se viraram para a canção e, do dia para a noite, fizeram dela um sucesso meteórico. Com cada vez mais pessoas descobrindo o ritmo envolvente, no dia 19 de março a música entrou pela primeira vez entre as 10 músicas mais tocadas do mundo, com mais de 2,5 milhões de reproduções. E pouco tempo depois, no dia 24 de março, a nova faixa tornou-se a música mais reproduzida globalmente com mais de 6,4 milhões de plays.
Era notório que o sucesso de Envolver estava ligado diretamente ao engajamento e mobilização dos fãs de Anitta, que fizeram inúmeras campanhas com o intuito de levar o nome da brasileira para as paradas mundiais. No entanto, esse fenômeno levanta polêmicas e ganha novos contornos, com direito a investigação oficial do próprio Spotify.
Manipulação e polêmicas com Anitta no Spotify
De acordo com dados do site Rest of World, que conversou com especialistas da indústria para analisar o fenômeno da cantora, há indícios de que fãs da cantora tenham utilizado métodos questionáveis para impulsionar o lançamento de “Envolver”. Entre as ações dos fãs de Anitta, suspeita-se de uma manipulação do algoritmo do Spotify utilizando não bots, mas a mobilização da base de fãs utilizando métodos que ajudariam a contabilizar uma maior quantidade de plays da música.
Tudo começou quando um usuário do Twitter fez uma publicação onde ensinava a criar mais de uma conta e criar playlists para Envolver tocar várias vezes por horas. O Rest of World identificou mais de 100 playlists com o nome da canção, que ajudaram a contornar as regras do Spotify para que Anitta chegasse ao topo. O mais curioso é que o próprio perfil da cantora participou ativamente nas redes sociais para estimular o “engajamento”, inclusive retuitando o post com as dicas para obter mais streams.
Apesar da polêmica atual, o “tamanho” das reproduções de Anitta já foram questionados no ano passado. No ano passado, um youtuber norte-americano chamado Scott Lowe já havia levantado suspeitas sobre os números de views e comentários do então lançamento Girl From Rio. Na opinião do youtuber, apesar do hit ter sido feito sob medida para o mercado norte-americano, dificilmente se via comentários de estadunidenses no YouTube ou em outras redes sociais da cantora, o que era, no mínimo, estranho.
Mas afinal, isso é proibido?
De um ponto de vista mais geral, não há nenhum crime no que foi feito pelos fãs da cantora. Apesar de ser visto como uma trapaça por alguns, isso só mostra a força que artistas como Anitta possuem hoje em dia, além do poder dos fãs. Mas isso muda de figura quando a finalidade é lucrar através do oferecimento de serviços automatizados para este fim.
No ano passado, dezenas de sites que fraudavam plataformas de streaming musical e vendiam o serviço de inflar artificialmente o número de audições de músicas foram fechados após uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Na notícia publicada pelo portal G1, está foi a primeira vez que a prática de “fake streams”, em que músicos compram “plays” para suas músicas, foi tipificada como crime e virou alvo de uma ação comandada pelo Núcleo de Investigações de Crimes Cibernéticos do MP-SP no Brasil. Estes sites utilizavam bots para inflar as reproduções das músicas.
Na ocasião, as autoridades brasileiras não divulgaram o nome dos sites que foram fechados, nem de músicos que compraram este serviço com o intuito de inflar os seus números no ambiente online. A ação, denominada Operação Antidoping ainda está em curso e terá um grande e árduo trabalho pela frente, já que muitos serviços com esta finalidade ainda podem ser encontrados com uma rápida busca no Google.
Spotify inicia investigações
Em resposta às denúncias de manipulação, o Spotify afirmou ter condições e ferramentas que podem revelar se houve “robotização” ou “fraude” por parte de fãs de Anitta no recorde mundial obtido no mês passado. A plataforma disse também que não irá mais se pronunciar sobre o assunto. Em nota, ela apenas afirmou que:
Ela ainda completa dizendo que “há recursos de engenharia e pesquisas significativos para detectar, mitigar e remover a atividade de streaming artificial no Spotify para que nada atrapalhe nossa missão de dar aos artistas a oportunidade de viver de sua arte e para que os detentores de direitos sejam pagos da maneira mais justa possível. possível para o seu trabalho. A integridade disso é incrivelmente importante para nós, porque um fluxo ilegítimo significa que há artistas honestos e trabalhadores do outro lado que são afetados”.
Apesar do Spotify afirmar ter todas as ferramentas para identificar possíveis fraudes, a plataforma não divulga publicamente o resultado dessas investigações. Os únicos a terem acesso a uma posição final são os artistas ou criadores de conteúdo envolvidos no caso.
Veja também:
A Billboard, uma das maiores referências sobre o mundo da música, elegeu as 10 melhores playlists de trilha sonora no Spotify. Confira!
Fontes: Rest of World, G1.
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Ela está fraudaudando plays, ou seja, ganhando dinheiro indevido de direitos autorais de plays falsos. Crime de estelionato. Cadeia pra Anitta.
Ela está burlando plays, ou seja, ganhando dinheiro indevido de direitos autorais de plays falsos. Crime de estelionato. Cadeia pra Anitta.
Não sou nenhum pouco fã da artista, mas sou menos ainda dos algoritmos do Spotify, YouTube, Deezer, do Meta no geral, e odeio com todas as forças a indústria que por meio de contratações dos “gênios” da programação os criam. Os algoritmos de redes sociais e mídia têm um objetivo: pulverizar o acesso de modo que o usuário permaneça mais tempo DENTRO. De cada plataforma ou dando dinheiro em assinaturas, ou vendendo anúncios para estes e ganhando dinheiro com A: assinaturas e B: comerciantes que pagam para anunciar. Ainda, a estratégia está em pulverizar os acessos fazendo com que um artista tenha menores vizualizações e com isso não atinja onpatamar de pagamentos. Eu mesmo atingi em um momento 5.000 vizualizações no Spotify e recebi 17 dólares. Depois disso obtive 45.0000 vizualizações em um ano, e não recebi mais nada. O streaming e as mídias sociais hoje são a maior magia contra o artista. Então está na hora de repassarem as fortunas aos criadores das obras. Pois sem estes, não haveria público em suas bolhas sociais.
É possível acabar com a festa! Só fazermos propagandinhas parar de colocar materiais lá, e abrir os olhos dos artistas que pensam em
Colocar suas obras lá.