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O conflito no Leste Europeu está chegando ao final de sua segunda semana de ataques. Segundo fontes oficiais, mais de 2 mil civis ficaram feridos por conta do conflito, enquanto o total de mortos já chega a 350. Em meio a um cenário turbulento que não parece ter fim a curto prazo, o que explode como as bombas são as fake news sobre a guerra na Ucrânia, informações fraudulentas que têm circulado nas plataformas digitais com um único objetivo: confundir o inimigo e também a população dos dois países.
A desinformação em torno da crise entre Rússia e Ucrânia é abundante. Não é preciso procurar muito para encontrar notícias que não correspondem com a verdade, fotos editadas digitalmente, mídia manipulada e todo tipo de propaganda e desinformação que estão sendo disseminados tanto por pessoas mal-intencionadas quanto por aqueles que estão sendo enganados por eles. Para tentar combater esse mal, as principais redes sociais, como o Facebook e Twitter, já anunciaram algumas medidas preventivas. Confira, a seguir, as iniciativas de cada rede social para conter as fake news relacionadas ao conflito.
Fake news sobre a guerra nas redes sociais
O site Mashable entrou em contato com as principais plataformas para entender como cada uma delas estava trabalhando para impedir a desinformação a medida que as forças russas avançam pelo território ucraniano. Entre as empresas procuradas estão a Meta, controladora do Facebook, o Twitter, o YouTube e o TikTok. Confira as estratégias adotadas pelas empresas a seguir.
Meta
A Meta, empresa que hoje controla o Facebook, Instagram e WhatsApp, afirmou ter bloqueado totalmente a mídia estatal russa, como o Russia Today e o Sputnik, em países pertencentes à União Europeia e também na Ucrânia. Além de tentar combater a desinformação, a companhia também bloqueou a monetização das páginas de mídias estatais russas. A empresa, inclusive, afirmou que grupos pró-Rússia fizeram campanhas de desinformação através de perfis falsos ou contas hackeadas.
Ainda falando de Facebook e Instagram, as publicações de perfis russos serão rebaixadas em todos os feeds de notícias no resto do mundo onde o bloqueio não é válido, de modo que o algoritmo não as recomende para os usuários. Além disso, o Meta continuará a rotular a mídia estatal como fazia anteriormente, recusando o pedido da Rússia para parar de checar fatos e rotular seu conteúdo.
Os usuários na Ucrânia também podem ter notado uma ferramenta de “bloqueio de perfil” do Facebook, que fornece às pessoas no país acesso fácil a medidas adicionais de segurança e privacidade. Se um usuário ativar esse recurso, apenas amigos na plataforma poderão compartilhar ou baixar fotos, ou ver as postagens do usuário em sua linha do tempo.
Já no WhatsApp, a empresa alega ter reforçado junto a seus usuários dicas de como não cair em fake news e também de como proteger suas contas através de recursos de privacidade, como o Modo de Desaparecimento, que exclui mensagens enviadas e recebidas após 24h. Por fim, a empresa também afirmou ter bloqueado todas as contas engajadas em atividades ilegais tanto no Facebook quanto no Instagram.
Muito utilizado na propagação de notícias, o Twitter também torna-se uma rede social propícia para instalação de informações fraudulentas. Entendendo a importância de se adotar medidas mais enérgicas, a plataforma adotou alguns padrões de modo a minimizar o compartilhamento de notícias falsas entre os seus usuários.
Uma das alternativas adotadas pela rede social foi centralizar informações sobre o conflito em perfis oficiais do Twitter. Dessa forma, os usuários conseguirão se informar por fontes confiáveis e sem risco de serem enganados. No caso de mídias forjadas, como vídeos manipulados e imagens adulteradas, ela é automaticamente rotulada ou removida da plataforma, com as contas podendo ser suspensas conforme a gravidade da violação.
Segundo a empresa, a política de rotulação também foi ampliada durante os últimos dias. Anteriormente, apenas os perfis mostravam um selo para a mídia estatal russa. Agora, as contas de funcionários dessas publicações e todos os posts com links desses veículos apresentam o rótulo. No domingo, a companhia anunciou que mais de 12 contas foram suspensas por violação da política de manipulação e spam. A violação dessa política geralmente envolve o uso de contas falsas para divulgar conteúdo e “inflacionar artificialmente” o engajamento.
Antes mesmo de as tropas russas entrarem no país, o Twitter já havia suspendido a publicidade na Ucrânia e na Rússia para que os anúncios não minimizassem informações cruciais nos feeds dos usuários. O Twitter também pausou as recomendações de tweets de contas que os usuários ainda não seguiam. A empresa diz que esta ação foi tomada para “reduzir a disseminação de conteúdo abusivo”.
“A principal prioridade do Twitter é manter as pessoas seguras e não temos economizado esforços para manter a nossa comunidade segura”, disse um porta-voz do Twitter. “Continuamos atentos e estaremos monitorando de perto toda a situação atual envolvendo a Rússia e Ucrânia“, finalizou.
O Google, assim como fez o Meta, bloqueou a monetização de canais russos em plataformas como YouTube e AdSense. No caso do YouTube, além bloquear a monetização de canais, ela limitou as recomendações de canais estatais russos, como RT e Sputnik, e bloqueou esses mesmos perfis em todo o território europeu. Em nota divulgada a imprensa, a plataforma de vídeos ainda afirmou que retirou do ar mais de cem canais e milhares de vídeos que violaram suas políticas de uso.
A Alphabet, controladora da empresa, também baniu apps de jornais russos da sua loja de aplicativos para dispositivos Android. A decisão seguiu de perto a adotada pela Apple, que também bloqueou o download e acesso à aplicativos russos ligados ao Kremlin. Com isso, novos usuários não podem baixar o app no celular, mas quem já tinha, consegue acessar, só não receberá mais atualizações.
O Google também desabilitou algumas funções presentes no Google Maps, como informações sobre o trânsito e a lotação de estabelecimentos comerciais. Segundo a companhia, tal atitude visou inteiramente a proteção dos cidadãos ucranianos.
Snapchat
Devido à natureza de como o Snapchat funciona — principalmente feeds privados e conteúdo efêmero — o app evitou com sucesso se tornar um centro de desinformação e outros conteúdos problemáticos. Mesmo assim, a controladora por trás da rede social afirmou que removerá qualquer desinformação que encontrar em sua plataforma sobre a Ucrânia.
“Ao contrário das plataformas sociais tradicionais, apresentamos um feed de notícias fechado e controlado”, afirmou um porta-voz. “Até o conteúdo público (Discover e Spotlight) tem uma pré-curadoria. Se encontramos informações erradas, nós as removemos imediatamente”, completou o representante da plataforma.
Ainda assim, a rede social adotou algumas sanções contra a Rússia. Segundo o Snapchat, a plataforma “interrompeu toda e qualquer publicidade na Rússia, Bielorrússia e Ucrânia”, além de ter interrompido também as vendas de publicidade para empresas na Rússia e na Bielorrússia. A empresa ainda destacou o fato de nunca ter permitido a distribuição de conteúdos da mídia estatal russa dentro do Snapchat.
TikTok
O TikTok disse que tomou medidas contra usuários que agem de má-fé e removerá conteúdo que infrinja as regras do TikTok em relação à disseminação de desinformação. “Continuamos monitorando de perto a situação, com recursos crescentes para responder às tendências emergentes e remover conteúdo que viola nossas políticas, incluindo desinformação prejudicial e promoção da violência”, disse um porta-voz do TikTok. “Também fazemos parceria com organizações independentes de verificação de fatos para ajudar ainda mais nossos esforços para ajudar o TikTok a permanecer um lugar seguro e autêntico”.
Na terça-feira (1), o TikTok começou a restringir o acesso a informações provenientes de jornais russos, como Russia Today, Sputnik e outras contas de mídia estatal russa na União Europeia. A plataforma também fez parceria com organizações como MediaWise e a National Association of Media Literacy Education para ajudar a educar seus usuários sobre como manter uma boa convivência no ambiente digital.
Embora a maioria pense no LinkedIn como uma ferramenta de networking, a rede social também foi alvo de notícias falsas e desinformação. A plataforma da Microsoft diz que suas equipes de segurança estão monitorando de perto as atividades e garantindo que as notícias e atualizações venham de fontes confiáveis. A rede promete tomar medidas restritivas a qualquer conteúdo que não cumpra suas políticas de informação.
O Reddit, rede social que funciona como uma espécie de fórum anônimo, resolveu colocar o subreddit da Rússia em quarentena, dessa forma limitando a sua visibilidade e acesso. Com a decisão, a página não deve aparecer mais nos primeiros resultados de pesquisa da plataforma, tendo o único caminho para acesso através de um link direto.
Além disso, a plataforma de mídia social bloqueou todos os links vindos de nomes de domínio russos, incluindo os sites de notícias patrocinados pelo estado, como o RT e Sputnik. Algumas comunidades no Reddit também já bloquearam links da mídia estatal russa e suas afiliadas em idiomas estrangeiros, mas a nova política se aplica a todo o site.
Veja também:
Em comunicado oficial divulgado nesta semana, o Google e a Apple removeram jornais russos de suas lojas de apps por tempo indeterminado.
Fonte: Mashable.
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