Facebook removerá campos de opiniões políticas e de religião dos perfis

As redes sociais foram criadas com o propósito de promover uma maior interação entre as pessoas, e um dos artifícios utilizados para isso são as informações que os usuários preenchem ao criar seus perfis. O Facebook, bastante popular no Brasil, deixará de exibir informações um tanto quanto polêmicas ou sensíveis nesse âmbito. Campos de opiniões políticas, religiosas e outras informações mais pessoais que serão removidas a partir do dia 1º de dezembro de 2022; veja.

Menos informações pessoais no Facebook

O Facebook está notificando os usuários de que removerá quatro campos de informações dos perfis a partir do próximo mês. Esses campos incluem opiniões religiosas, opiniões políticas, endereços e o campo “Interessado em”, que indica a orientação sexual do usuário. A mudança entrará em vigor em 1º de dezembro. Um porta-voz da empresa através de um e-mail que o motivo da mudança é tornar a rede social mais fácil de usar.

A mudança foi detectada pela primeira vez pelo consultor de mídia social Matt Navarra, que tweetou uma captura de tela do aviso enviado aos usuários que preencheram esses campos. O aviso indica que as outras informações dos usuários permanecerão em seus perfis junto com o restante de seus contatos e informações básicas.

Essa decisão do Facebook de se livrar desses campos específicos de perfil faz parte de seus esforços para otimizar sua plataforma, que atualmente é composta por vários recursos um tanto quanto desatualizados. Vale a pena notar que os campos de informação que o Facebook está escolhendo remover são aqueles que outras grandes redes sociais não oferecem.

Possível estratégia de mercado

Plataformas como Instagram e TikTok têm biografias simples que permitem aos usuários compartilhar um pouco sobre si mesmos sem entrar em detalhes específicos, como opiniões políticas ou religiosas. No passado as pessoas podiam ter interesse em preencher seus perfis com informações adicionais, mas como as violações de privacidade vieram à tona, os usuários podem não querer mais compartilhar detalhes extras sobre si mesmos online.

A notícia chega alguns dias após a Meta demitir 11.000 trabalhadores, o que representa cerca de 13% de sua força de trabalho, na semana passada. As demissões ocorreram em meio a um momento difícil para a Meta, que forneceu uma orientação morna no mês passado em relação aos lucros do quarto trimestre. As demissões marcaram os cortes de empregos mais significativos na história da gigante da tecnologia.

Como parte de nossos esforços para tornar o Facebook mais fácil de navegar e usar, estamos removendo um punhado de campos de perfil: Interessado em, Opiniões Religiosas, Opiniões Políticas e Endereço. Estamos enviando notificações para as pessoas que preencheram esses campos, informando que esses campos serão removidos. Essa mudança não afeta a capacidade de ninguém compartilhar essas informações sobre si mesmo em outro lugar no Facebook.

Porta-voz do Facebook para o veículo TechCrunch

Propagandas que usavam essas informações

O algoritmo que utilizava informações como orientação sexual, opiniões religiosas ou políticas para direcionar suas propagandas também será revisto e atualizado. De acordo com a Meta, as pessoas ainda podem ver o conteúdo do anúncio no qual não têm interesse, porém a empresa está trabalhando para expandir o controle que permite que as pessoas optem por ver menos anúncios sobre determinados tipos de conteúdo.

Hoje no Facebook os usuários podem optar através das configurações do perfil por ver menos anúncios relacionados a política, maternidade e paternidade, álcool e animais de estimação. No início deste ano os usuários ainda tiveram mais controle sobre mais tipos de anúncios, incluindo jogos de azar e perda de peso, entre outros.

Ainda em janeiro de 2022 foram removidas as propagandas que eram consideradas sensíveis sobre certos assuntos. São opções que fazem referência a causas, organizações ou figuras públicas relacionadas à saúde, raça ou etnia, filiação política, religião ou orientação sexual. Exemplos incluem:

• Causas de saúde (por exemplo, “Conscientização do câncer de pulmão”, “Dia Mundial da Diabetes”, “Quimioterapia”)
• Orientação sexual (por exemplo, “casamento entre pessoas do mesmo sexo” e “cultura LGBTQIA+”)
• Práticas e grupos religiosos (por exemplo, “Igreja Católica” e “feriados judaicos”)
• Alinhamentos políticos, questões sociais, causas, organizações e figuras políticas.

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Fonte: TechCrunch.