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Facebook remove contas falsas acusadas de promover ações coordenadas no Brasil durante a campanha eleitoral de 2020. Os perfis removidos tinham como principal objetivo aumentar a popularidade de três candidatos do Espírito Santo por meio de compartilhamentos, curtidas e comentários. Foram desativadas 18 contas no Instagram e 34 perfis falsos no Facebook.
De acordo com o Relatório de Comportamento Inautêntico Coordenado do Facebook, as contas foram usadas para aumentar o engajamento dos três candidatos: Sergio Vidigal (PDT), Euclério Sampaio (DEM) e Fabrício Gandini (Cidadania), o único que não venceu as eleições.
Segundo o Facebook, todas as contas removidas na operação tinham cerca de 2.400 seguidores. Apesar de ser um número pequeno de seguidores, os perfis falsos chegaram a fazer anúncios para os candidatos citados, o que foi proibido na campanha política de 2020.
O impulsionamento de postagens eleitorais só era permitido na página oficial dos candidatos ou dos partidos. Além disso, o dinheiro gasto com as campanhas nas redes sociais precisava constar na prestação de contas. De acordo com o relatório, as contas removidas gastaram cerca de US$ 11.500 com os anúncios no Instagram e Facebook durante as eleições municipais de 2020.
O Facebook também encontrou ligação entre os perfis falsos e a empresa de relações públicas AP Exata Intelligence in Digital Communications que possui escritórios em Vitória, Brasília e em Braga, Portugal.
Como funcionava o esquema de contas falsas
De acordo com o Facebook, as contas falsas eram usadas para dar mais popularidade aos candidatos Sergio Vidigal, Euclério Sampaio e Fabrício Gandini. Os perfis falsos se passavam por pessoas reais e promoviam engajamento nas redes sociais dos candidatos, usando ações coordenadas, ou seja, toda vez que algum dos candidatos postasse alguma informação os perfis falsos entravam em ação fazendo comentários favoráveis, além de curtir e compartilhar as postagens. O Facebook afirma que as contas não espalharam fake news (notícias falsas), os perfis falsos foram usados para gerar engajamento e impulsionar anúncios a favor dos candidatos.
O que diz a empresa e os políticos citados no relatório
Em nota, o CEO da AP Exata Intelligence in Digital Communications, Sergio Denicoli negou a participação da empresa no esquema de criação de contas falsas, divulgado pelo Facebook. Em comunicado divulgado pelo jornal A Gazeta, o empresário afirma que uma outra empresa, na qual é proprietário, foi contratada pelo candidato Sergio Vidigal para monitorar as redes sociais, mas que o trabalho foi feito “de maneira idônea”. Sergio Denicoli informou ainda que vai entrar em contato com o Facebook para esclarecer e “reparar qualquer tipo de interpretação equivocada” sobre os serviços da empresa.
O advogado Altamiro Thadeu Sobreiro informou que seu cliente, Sergio Vidigal (PDT), contratou os serviços da empresa de Sergio Denicoli para a gestão e análise das redes sociais durante a campanha, mas que desconhece “qualquer outra atividade fora dessa finalidade”. Euclério Sampaio (DEM) afirmou que não contratou a empresa citada no relatório do Facebook e que não é favorável à criação de perfis falsos nas redes sociais. Já Fabrício Gandini (Cidadania) disse que a empresa contratada por ele durante a campanha eleitoral não foi citada no relatório e que também não “compactua com a criação de contas falsas nas redes sociais, sejam elas utilizadas para qualquer interesse”.
Facebook remove contas falsas no estado do Paraná
Além da operação no Espírito Santo, o Facebook remove contas falsas no estado do Paraná. Entre as contas desativadas estão a de uma empresa chamada Continental Marketing, uma conta chamada Tamandaré Hoje que se passava por um página de notícias e perfis de programas de afiliados, sendo que um dos perfis removidos era o político Antonio Claret Giordano Todeschi (PSD).
Ao todo, foram removidas 25 contas e três páginas do Facebook, além de 10 contas do Instagram. A operação no sul do país teve como foco remover contas falsas ligadas a programas de afiliados. Vale lembrar que o programa de afiliados em si não viola as políticas do Facebook, mas a criação de perfis falsos para divulgar os produtos viola a política de comportamento inautêntico coordenado da rede social.
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Fonte: Medium; Facebook; A Gazeta
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