Você também se assustou com essa notícia? Pois é, o pior é que ela não é falsa.
Chris Cox, CPO (chief product officer, ou diretor de produto) do Facebook, está forçando uma grande parte da sua equipe (sem divulgar números) a migrar para o Android. “Estou exigindo que uma grande parte da minha equipe mude para o Android, pois se você deixar que as pessoas escolham seus próprios aparelhos, elas muitas vezes preferirão o iPhone.” Essa foi a sua afirmação no último dia 29 de outubro, durante uma coletiva com um grande número de repórteres, muitos deles na sede do Facebook em Menlo Park, Califórnia, e outro grupo assistindo a uma transmissão online em várias partes do globo.
A princípio isso pode soar como algum tipo de disputa ou vingança contra a empresa da Maçã. Ou até mesmo um apoio repentino aos produtos da sua rival, Google. Pelo contrário, esta é uma decisão meramente prática e operacional.
O motivo? O Facebook tem atualmente 1,5 bilhões de usuários no mundo todo. E como qualquer outra empresa, quer continuar crescendo, é claro. Para isso, a expansão para mercados emergentes – normalmente países onde não existe uma infraestrutura adequada, inclusive serviços de internet – é quase uma obrigação. Como forma de entender melhor esse cenário, o Facebook criou, por exemplo, as “2G Tuesdays” (“Terças-feiras 2G”). Toda terça-feira, ao abrir os aplicativos da empresa em seus smartphones, os funcionários visualizam uma mensagem perguntando se eles gostariam de navegar com uma conexão 2G, simulando assim a conexão de dados mais utilizada e disponível em diversos países. Isso faz com que exista a experiência que muitos usuários tem ao navegar nos aplicativos do Facebook (mesmo que apenas por uma hora).
Essa vivência dos funcionários faz com que eles entendam a experiência que muitos usuários têm ao usar os serviços do Facebook e, consequentemente, faz com que a empresa sempre trabalhe para aprimorar essa experiência. O problema, segundo Cox, é que muitos funcionários utilizam iPhones, o que não ajuda a recriar o cenário acima (já que a disseminação da plataforma iOS nesses locais muitas vezes não chegam aos pés da plataforma Android). Por isso da “obrigação” pela troca de plataforma.
Concordo com os motivos apresentados pelo Chris Cox. Mas eu sou um dos que provavelmente não queria estar nesse grupo, sendo forçado a abandonar uma plataforma que eu já uso e investi pessoalmente na sua aquisição por conta do trabalho. Mas, de certa forma, faz parte do ofício. 🙂
[via WIRED]
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