Descubra 55 eventos históricos que NUNCA aconteceram

Você já se pegou imaginando o que teria acontecido se certos fatos que aprendemos e conhecemos tivessem tomado rumos diferentes? Mas e se te disséssemos que há uma série de eventos históricos que nunca aconteceram, mas que permeiam nossa cultura e acreditamos até hoje, seja porque nos foi ensinado na escola ou porque ouvimos do boca a boca popular?

Separamos uma lista com diversas curiosidades mundiais e até do nosso país. Desde lendas antigas até teorias modernas, você ficará bastante surpreso ao terminar de ler. Confira a seguir!

Pedro Álvares Cabral e o descobrimento do Brasil

Através de pesquisas, foi-se visto que nossa terra já havia sido explorada algumas poucas vezes antes de Pedro Álvares Cabral aparecer para tomar tudo de fato. No começo do século XVI, Portugal estava imerso no comércio de especiarias do Oriente, por isso, o Brasil não despertava grande interesse para investimentos substanciais. Contudo, ele ainda assim era visitado em expedições, como a de Duarte Pacheco Pereira em 1498, no intuito de resgatar especiarias e metais preciosos. Tempos depois foi que a exploração do famoso Pau-Brasil surgiu como uma oportunidade viável para a exploração do território recém-descoberto, visto que se tratava de uma matéria-prima que não exigia tantos recursos. É aí que finalmente Cabral entra em cena.

Em resumo, o Brasil não foi simplesmente descoberto por ele, mas sim gradualmente explorado e colonizado por meio de diversas viagens e interações ao longo do tempo. Vale ressaltar que, dessa forma, o que também acreditávamos ser um episódio ocorrido por força do destino, através de ventanias que surpreendentemente tiraram a caravela de rota, é outra inverdade.

O vampiro Drácula existiu?

Drácula, o famoso vampiro da literatura, também é um mito. No entanto, apesar de não existir na vida real, foi inspirado por uma figura histórica: Vlad III, conhecido como Vlad, o Empalador, nascido na Transilvânia. Ele foi um príncipe da Valáquia (que hoje faz parte da Romênia) no século XV, notório por sua crueldade, pelo uso do empalamento como método de execução e ainda beber o sangue dos cadáveres — de acordo com lendas da região. O nome tão conhecido na literatura também, muito provavelmente, foi criado a partir da realidade. Vlad ganhou a alcunha de Dracul por sua entrada na Ordem do Dragão, uma fraternidade militar.

Foi com isso que o escritor Bram Stoker usou Vlad como inspiração para criar o personagem do Conde Drácula em seu romance publicado em 1897. Embora o vampiro não passe de uma criação fictícia, ele carrega a influência de uma figura histórica real e temível.

Imperador Nero e o incêndio de Roma

O incêndio de Roma em 64 d.C. é um dos eventos mais infames da história antiga, frequentemente associado ao Imperador Nero. A tradição conta que ele teria causado o incêndio e tocado lira, um instrumento musical, enquanto a cidade ardia em chamas. No entanto, essa versão dos acontecimentos é amplamente contestada por diversos historiadores. Essa grave acusação poderia ter sido propagada por inimigos políticos da época.

Enquanto acreditou-se que o imperador simplesmente não se importava com o que acontecia com a cidade, alguns novos estudos sugerem que Nero, na verdade, não estava em Roma quando o incêndio começou e que ele teria retornado rapidamente para ajudar nos esforços de socorro. Além disso, não há evidências de que ele tenha realmente tocado lira durante a tragédia.

Terra plana x Terra redonda

Essa é uma questão discutida até os dias atuais, mas a ideia de que a Terra seria plana é um dos maiores equívocos da história. Os antigos gregos foram alguns dos primeiros a fornecer evidências de que a Terra seria esférica: Pitágoras já especulava e Aristóteles forneceu argumentos observacionais, como a forma curva da sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar e a mudança nas constelações visíveis ao viajar para o sul.

No entanto, a ideia de uma Terra plana persistiu em vários contextos, especialmente na Europa medieval, onde o conhecimento científico dos gregos foi em grande parte perdido ou mal interpretado. Esse equívoco acabou sendo superado com a redescoberta e a disseminação dos textos clássicos durante o Renascimento, bem como com as explorações marítimas que demonstraram a curvatura da Terra. É aí que entra Cristóvão Colombo, uma vez que se acredita que ele foi o primeiro a provar toda essa teoria. Contudo, seus argumentos se estabeleciam mais sobre a geografia e não a forma do planeta. Foi a viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, no século XVI, que forneceu uma prova prática incontestável sobre habitarmos em um espaço redondo.

Walt Disney foi congelado?

Por muitos anos, a criogênese do criador do Mickey Mouse foi debatida. A verdade é que Walt Disney faleceu em 1966 devido a complicações de um câncer de pulmão e, após sua morte, ele foi cremado.

A persistência desse mito se deu devido ao próprio comportamento da família dele na época, visto que começaram a suspeitar desde o momento do anúncio do câncer de Disney. Mas a lenda urbana, de fato, surgiu quando seus herdeiros solicitaram que, em vez de que enviassem flores ou coroas ao cemitério, as pessoas doassem ao Instituto de Artes da Califórnia. Isso alimentou as teorias da conspiração, sugerindo que o dinheiro estaria sendo desviado para financiar a criogenia de Walt Disney, técnica que acabava de surgir na época e era cara. No entanto, não há nenhuma evidência ou documentação que comprove isso.

O homem é um bípede sem penas

A história dessa frase tem relação à uma disputa filosófica entre os filósofos Platão e Diógenes. Segundo a narrativa, o primeiro teria definido o homem como “um bípede sem penas” em sua obra O Banquete. Então, em resposta a essa definição, Diógenes teria entrado na academia de Platão carregando um galo depenado e exclamado: “Aqui está o homem de Platão!”. Com essa ação, Diógenes procurou ridicularizar a definição do colega, sugerindo que a simples descrição física de um ser humano como um bípede sem penas era insuficiente para capturar a complexidade e a essência do ser humano.

Apesar de esse acontecimento ter entrado para a história de alguma forma, não existe nenhum documento que comprove que isso realmente ocorreu no passado. Talvez esse seja um conto que surgiu apenas para demonstrar o quão Diógenes era divertido, já que alguns relatos históricos o descrevem assim.

Colarinhos de camisas: uma estratégia de marketing

Nos séculos XVIII e XIX, aqueles que usavam colarinhos tinham muita estima. Quanto maior e mais alto era, mais rico e importante o homem era na sociedade. No entanto, esses acessórios costumavam sujar bastante e isso incomodava as esposas de muitos por terem sempre que lavar não apenas o colarinho, mas a camisa que o acompanhava. Então, certo dia, uma mulher resolveu cortar essa parte específica da veste para poupar tempo. Essa seria a história que deu origem aos colarinhos removíveis que surgiram na indústria em meados de 1820.

Mas, ao que parece, essa situação nunca aconteceu no passado e serviu apenas como uma estratégia de marketing para que mulheres convencessem seus maridos a comprarem o produto.

O julgamento do Rei Salomão

A história do julgamento do Rei Salomão é conhecida e até admirada, mas sua veracidade histórica é um tanto incerta. O relato aparece na Bíblia, mas enquanto muitos consideram a história um exemplo da sabedoria e justiça atribuídas a Salomão, não há evidências históricas ou arqueológicas concretas que comprovem que o evento realmente aconteceu.

A narrativa descreve um caso em que duas mulheres alegam ser a mãe de uma mesma criança. Ambas vivem na mesma casa e deram à luz recentemente, mas um dos bebês morre e cada uma afirma que o que sobreviveu é seu. Salomão, para resolver a disputa, propõe cortar a criança ao meio, dando metade para cada mulher. Uma delas aceita a decisão, mas a outra abre mão, desejando que o bebê seja poupado. O rei então revela sua sabedoria ao declarar que a mulher que mostrou compaixão é a verdadeira mãe, pois prefere perder seu filho a vê-lo morrer. Fato é que se trata de uma história com intuito de ensinamento moral do que como um registro histórico.

Albert Einstein e as notas baixas em matemática

A história de que Albert Einstein tinha notas ruins em matemática é um mito. Na verdade, Einstein sempre se destacou na matéria, bem como em ciências durante seus anos escolares. Ele começou a mostrar uma aptidão notável ainda jovem, resolvendo problemas complexos muito antes de seus colegas. O que acontece é que essa lenda pode ter surgido de um mal-entendido sobre o sistema de notas usado na Suíça, onde o cientista estudou. Quando ele frequentava a escola, as notas eram invertidas em comparação com os sistemas usados em outros países, onde uma nota “1” era a melhor e “6” era a pior.

Além disso, ele também enfrentou dificuldades no sistema educacional rígido da Alemanha e não se adaptava bem ao ensino tradicional, o que pode ter contribuído para a perpetuação da história toda. No entanto, registros escolares e relatos de professores confirmam que Einstein sempre foi um aluno excepcional em matemática.

“Até tu, Brutus?”

Essa se trata de uma história que mais parece um Efeito Mandela. “Et tu, Brute?” é uma frase em latim que significa “Até tu, Brutus?” em português. Ela é mais conhecida por sua associação com a peça Júlio César, escrita por William Shakespeare. A frase é proferida pelo próprio personagem no momento de sua morte, quando ele reconhece que até seu filho adotivo Brutus está entre os conspiradores que o apunhalaram. Mas também há quem diga que a frase, na realidade, era “Kài sù, tèknon?”, algo como “Até você, filho?”.

No entanto, embora a famosa frase não tenha sido registrada nos relatos históricos contemporâneos ao evento, Shakespeare a popularizou em sua peça, onde ela simboliza a traição de um amigo próximo. Tal frase acabou se tornando um símbolo muito usado em contextos e situações de traição e decepção ao longo dos séculos, sendo mundialmente reconhecida e citada na cultura popular.

A pipa de Benjamin Franklin

Em 1752, Benjamin Franklin teria amarrado uma chave metálica a uma linha de um papagaio (pipa) e a soltou durante uma tempestade. Ele esperava que o raio carregasse a eletricidade da nuvem para a chave, passando pela linha e dando um choque em sua mão, mostrando assim que as tempestades elétricas eram causadas por eletricidade. No entanto, Franklin não estava tentando atrair raios, mas sim demonstrar que os raios eram uma forma de eletricidade. Embora o experimento tenha sido perigoso, o cientista conseguiu provar sua teoria, e sua descoberta contribuiu muito para o desenvolvimento do entendimento humano sobre eletricidade e até para a invenção do para-raios.

Alguns detalhes exatos do experimento podem ter sido romantizados ao longo do tempo, mas a essência do ocorrido e sua importância histórica se mantém.

A fidelidade retratada no quadro da Independência do Brasil

O que poucos sabem é que o clássico quadro de Pedro Américo não busca ser uma representação precisa do momento histórico da proclamação da independência do Brasil, mas sim uma idealização romântica e propagandística do episódio. O artista não estava interessado em reconstituir a cena de forma verdadeira, mas sim em destacar a importância do gesto de D. Pedro I para a criação do Brasil como nação.

Ele retrata o imperador em uma posição heroica, desembainhando a espada em um gesto dramático, cercado por uma atmosfera grandiosa e épica. É uma abordagem que reforça a intenção do governo imperial de exaltar a monarquia e promover um sentimento de orgulho nacional entre a população. Porém, o riacho do Ipiranga não estava no local apresentado no quadro, os trajes pintados também não condizem com a realidade e D. Pedro estava montado em um burro, com vestes simples, assim como sua cavalaria.

A lenda do Nó Górdio

Segundo a lenda, o Rei Gordias de Frígia amarrou uma carroça a um poste na acrópole da cidade, e o nó resultante era extremamente emaranhado e aparentemente impossível de desfazer. Uma profecia antiga afirmava que quem conseguisse desatá-lo, se tornaria o governante da Ásia. Quando Alexandre, o Grande confrontou o nó, ele não obteve sucesso, mas ao invés disso, resolveu o enigma de uma maneira diferente: o cortou com sua espada, afirmando que, de acordo com a profecia, “o que desataria o Nó Górdio, o desataria”.

Estamos falando de uma história que se tornou um símbolo de solução rápida e decisiva de problemas, independentemente dos métodos utilizados. Ela também é frequentemente interpretada como uma metáfora para a ideia de que a complexidade pode ser superada com ações diretas e determinadas, além de também ter se tornado uma expressão popular ao longo do tempo. Mas esse também é um conto que não apresenta veracidade devido à falta de provas.

Os paradoxos de Zenão de Eleia

Zenão de Eleia foi um filósofo grego antigo conhecido por seus paradoxos, que desafiavam conceitos como movimento e infinitude. Um de seus mais famosos é o Paradoxo de Aquiles e a tartaruga, que argumenta que, se Aquiles desse uma vantagem a uma tartaruga em uma corrida, ele nunca a alcançaria. Isso ocorre porque, toda vez que Aquiles alcança o lugar onde a tartaruga estava, a tartaruga já terá avançado um pouco, e assim sucessivamente, resultando em uma série infinita de distâncias a serem percorridas. Portanto, mesmo que cada segmento seja cada vez menor, o número infinito deles impede que Aquiles alcance a tartaruga. Com isso, segundo Zenão, o movimento seria uma ilusão.

Ao que foi dito e repercutiu na história, é que Diógenes, apesar de conhecido por sua vida e comportamento, também tinha uma fama de refutar teorias ao longo do tempo. Com isso, foi-se dito que o paradoxo de Zenão foi criticado pelo filósofo, que afirmava categoricamente que era falso e impossível. Mas a verdade é que essa história nunca aconteceu, afinal, Zenão de Eleia tinha apenas 11 anos quando Diógenes morreu.

Os navios de Cristóvão Colombo

O que se sabe é que ao descobrir a América, os navios de Cristóvão Colombo se tornaram famosos por seus nomes. Inclusive, diversos livros de história as denominam como Niña, Pinta (caravelas) e Santa María. No entanto, os dois primeiros nomes nunca existiram.

Normalmente, marinheiros costumavam dar apelidos para embarcações e é por isso que Ninã e Pinta levaram fama em algum momento. Basicamente um “telefone sem fio” que resultou no que sempre pensávamos que era real. Mas, posteriormente, foi-se descoberto que a primeira caravela tinha o nome original de Santa Clara. Já o nome original de Pinta ainda se mantém desconhecido.

A morte de Catarina, a Grande

Catarina, a Grande foi uma das líderes mais proeminentes da Rússia e governou o país por mais de três décadas, durante as quais implementou reformas significativas e expandiu os territórios russos. No entanto, sua morte em 1796 passou a ser objeto de muitas teorias e boatos ao longo dos anos. Uma das mais conhecidas é a alegação de que ela teria morrido enquanto mantinha relações sexuais com um cavalo. Hoje em dia, o que se acredita é que essa se trata de uma história considerada como um mito ou calúnia, tendo sido disseminada por detratores políticos para desacreditar sua reputação e legado.

Apesar dessa e outras alegações sensacionalistas, a maioria dos historiadores concorda que Catarina morreu de causas naturais, devido a um acidente vascular cerebral, e não devido a circunstâncias tão grotescas.

O salgamento de Cartago

Essa é uma história não muito conhecida, mas que surpreende. Ela afirma que, após a destruição de Cartago pelos romanos durante a Terceira Guerra Púnica, o general romano Cipião Emiliano ordenou que a cidade fosse completamente arrasada e que suas terras fossem semeadas com sal, as tornando estéreis e impróprias para a agricultura. Contudo, a veracidade é questionável. Muitos historiadores argumentam que o salgamento das terras de Cartago pode ter sido uma exageração ou uma interpretação figurativa de textos antigos.

A verdade é que as fontes históricas sobre a guerra são limitadas e tendenciosas, escritas principalmente por autores romanos, que poderiam ter distorcido os eventos para glorificar Roma e demonizar seus inimigos. Além disso, o salgamento de terras como forma de destruição total de uma cidade era uma prática incomum na antiguidade.

Mortes da Crise de 1929

Muito se fala sobre a crise que assolou os Estados Unidos em 1929, principalmente por ter entrado para a história não apenas pelo seu contexto, mas pelos suicídios de pessoas que se viram desesperadas na época. O mais inesperado são fatos sobre indivíduos, acionistas da bolsa de valores em sua maioria, se atirando de edifícios altíssimos. Mas essa é uma ideia bastante exagerada.

Embora a Grande Depressão, como foi chamado esse episódio posteriormente, tenha causado sofrimento econômico generalizado e um aumento nas taxas de morte, não há evidências sólidas de que houve um aumento significativo de suicídios trágicos nesse nível, durante esse período específico. A crise teve um impacto devastador, isso é inegável, porém também é comum que eventos históricos como esse possam ser frequentemente romantizados ou exagerados ao longo do tempo.

“Que comam brioches”

“Let them eat cake”, porém, mais comumente conhecido como “que comam brioches”, é uma frase atribuída a Maria Antonieta, rainha consorte da França durante o final do século XVIII. Contudo, não existem muitas evidências de que ela realmente tenha dito isso. A título de curiosidade, essas foram palavras associadas à insensibilidade e ao desdém da nobreza em relação à pobreza e à fome do povo francês antes da Revolução Francesa.

A história diz que, quando informada de que o povo não tinha pão para comer devido à escassez, Maria Antonieta teria sugerido que eles comessem brioches, um tipo de pão enriquecido com manteiga e ovos, considerado um luxo na época (a frase chegou a ser alterada ou interpretada de maneiras diferentes, e muitos também mencionam o bolo como alimento). No entanto, esse é mais um dos casos que parece ter sido proveniente da propaganda antimonárquica disseminada durante o período para manchar a imagem da família real, visto a divisão entre a elite e as classes mais baixas.

As 95 Teses de Martim Lutero

Embora essa seja uma imagem bastante propagada ao longo do tempo, há debates históricos sobre se Martim Lutero, uma das figuras centrais da Reforma Protestante, realmente pregou fisicamente as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, na Alemanha. Para quem não sabe, se tratavam de documentos que criticavam a prática da venda de indulgências pela Igreja Católica e defendiam que a salvação vinha pela fé em Deus, e não por meio de atos financeiros ou obras. Porém, não existem evidências documentais de que Lutero tenha pregado fisicamente esses papéis.

O primeiro relato conhecido vem de Philipp Melanchthon, um colega e seguidor de Lutero, mas ele só mencionou isso pela primeira vez anos depois da morte de Lutero, e Melanchthon não estava em Wittenberg na época em que as teses foram supostamente pregadas. Fato é que a prática de afixar teses ou anúncios nas portas de igrejas e outros edifícios públicos era comum na época, afim de anunciar debates acadêmicos. Portanto, mesmo que Lutero tenha feito isso, o ato em si não teria sido extraordinário, mas sua importância simbólica cresceu posteriormente.

O passeio de Lady Godiva

A lenda de Lady Godiva é mais uma história da ficção na época medieval. Ela conta sobre uma nobre anglo-saxã do século XI que supostamente cavalgou nua pelas ruas de Coventry, na Inglaterra, coberta apenas por seu longo cabelo. Esse teria sido um ato realizado em protesto contra os altos impostos que seu marido, o Conde da Mércia, impôs aos seus súditos. Segundo os rumores, Lady Godiva havia pedido ao mesmo que os reduzisse, e ele finalmente disse que o faria se ela cavalgasse nua pelo mercado da cidade.

Contudo, apesar de a história ser bem conhecida e ter sido romanticamente representada em arte e literatura, sua veracidade também deve ser questionada. Muitos historiadores acreditam que se trata de um mito, sem bases sólidas em registros históricos.

“Eureka!”

A expressão “Eureka!” é popularmente associada a Arquimedes e usada até hoje, mas seu contexto é duvidoso. Segundo a lenda, o Rei Hierão II pediu ao matemático para verificar a pureza de uma nova coroa de ouro sem destruí-la, suspeitando que tivesse sido adulterada com prata. Enquanto tomava banho, Arquimedes notou que o nível da água subia quando ele entrava na banheira e percebeu que poderia usar o deslocamento do líquido para medir o volume da coroa e determinar sua densidade e composição. Dessa forma, entusiasmado com sua descoberta, ele teria corrido nu pelas ruas de Siracusa, gritando “Eureka!”, que em grego significa “Eu encontrei!”.

Seria um conto bastante engraçado se realmente tivesse ocorrido, mas ele apenas se difundiu pelo relato do arquiteto romano Vitrúvio, que viveu dois séculos após Arquimedes. Historiadores acreditam que a dramatização da expressão pode ter sido um embelezamento posterior.

O Raio da Morte de Arquimedes

Arquimedes se torna vítima de mais uma lenda fascinante aqui. A história alega que o famoso matemático e inventor grego usou espelhos para criar um raio concentrado de luz solar capaz de incendiar navios romanos durante o cerco de Siracusa. Segundo a lenda, Arquimedes teria empregado grandes espelhos côncavos para concentrar os raios do sol em um ponto específico nos navios inimigos, causando incêndios e destruindo as embarcações.

No entanto, a veracidade dessa história é bastante questionada por historiadores e cientistas. Não há nenhum relato que confirme realmente a existência ou o uso de tal dispositivo pelo cientista. A primeira menção conhecida dessa história aparece séculos após sua morte, em textos de autores como Luciano de Samósata e, mais tarde, em obras de historiadores bizantinos. Além disso, várias tentativas modernas de recriar o “raio da morte” tiveram resultados mistos. Em experimentos de cientistas e engenheiros, incluindo um famoso teste feito pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em 2005, os resultados variaram, e a eficácia prática do dispositivo foi questionada.

George Washington e a moeda de prata

A história da moeda de prata de George Washington é basicamente uma lenda que ilustra a força física do primeiro presidente dos EUA quando mais novo. Segundo a história, ele havia recebido uma nova moeda de prata de seu pai e, curioso, decidiu testar sua habilidade lançando-a através do Rio Potomac (ou, em algumas versões, o Rio Delaware), que teria aproximadamente 1,6 quilômetros. Ele teria obtido sucesso. Mas acontece que esse é um conto que mais serviu para sublinhar as virtudes de Washington, e nunca teve comprovação.

Ele foi popularizado por Mason Locke Weems, seu biógrafo — conhecido por transmitir lições de moral aos seus leitores –, que incluiu esses tipos de relatos em sua biografia escrita logo após a morte do presidente. Além disso, seu enteado George Washington Parke Custis foi o que relatou a verdade por trás de toda situação, afirmando que a moeda, na realidade, era uma pequena pedra, e o rio, que seria próximo da casa onde o presidente morava, não tinha um tamanho tão extenso.

Guilherme Tell e a maçã

A história se trata de uma lenda suíça que tem sido contada ao longo dos séculos e, basicamente, é uma fábula. Segundo a mesma, no início do século XIV, o governador austríaco, Albrecht Gessler, colocou um chapéu em um poste na praça da cidade de Altdorf e ordenou que todos os cidadãos passassem a saudar o acessório como um sinal de respeito à autoridade austríaca. Guilherme Tell, um habilidoso arqueiro suíço, desafiando essa ordem, se recusou a cumprir o decreto. Como punição, Gessler ordenou que Tell mostrasse sua destreza acertando uma maçã colocada na cabeça de seu próprio filho. Então, em um ato de coragem, ele aceitou o desafio e conseguiu salvar a vida do garoto.

Esse conto é frequentemente usado para ilustrar temas de coragem, resistência à opressão e justiça. Embora sua veracidade histórica seja contestada, ela se mantém na boca do povo como uma lição de moral e um lembrete para diversas situações da vida.

Cass Elliot e a morte provocada pelo sanduíche

Cass Elliot era integrante do grupo musical The Mamas & the Papas, e a sua morte é um mito urbano que ganhou circulação ao longo dos anos. Segundo a história, a cantora teria morrido engasgada com um sanduíche de presunto enquanto estava hospedada em Londres.

No entanto, não há evidências confiáveis que sustentem essas informações. A causa oficial foi identificada como insuficiência cardíaca, devido a uma combinação de obesidade e doenças cardíacas em 1974. Além disso, não há relatos médicos ou autópsias que confirmem que a morte dela teve algum envolvimento, mesmo que mínimo, por um sanduíche. O que acredita-se é que esse rumor começou a repercutir muito provavelmente por conta dos desafios que a artista passava com relação a estigmatização de peso.

Benjamin Franklin e a decisão do animal oficial dos EUA

Segundo a história, durante a Revolução Americana, Benjamin Franklin teria sugerido que o peru fosse escolhido como o símbolo nacional dos Estados Unidos. Essa teria sido uma situação que se iniciou com uma carta escrita por ele a sua filha, Sarah Bache, em 1784.

No documento, Franklin teria feito observações sobre a águia e o peru como candidatos para o símbolo nacional, sugerindo que o último era uma “ave mais respeitável” e “um pássaro verdadeiramente original e americano”. No entanto, não há quaisquer evidências de que ele tenha realmente proposto formalmente o animal como símbolo nacional em qualquer contexto oficial. A escolha da águia foi oficialmente adotada em 1782 pelo Congresso Continental, no Grande Selo dos Estados Unidos, com a justificativa de que simbolizava majestade, força e longevidade, características que os líderes da época associavam à nova nação em formação.

As últimas palavras de Oscar Wilde

As últimas palavras do clássico escritor Oscar Wilde são uma fonte de controvérsia e mistério, cercadas por diferentes relatos e interpretações ao longo do tempo. Uma das versões mais populares é que ele teria dito: “Eu e este papel de parede estamos num duelo até à morte. Ou ele morre ou morro eu”. Essa frase sugere que Wilde estaria comentando sobre sua situação no leito de morte, em um quarto de hotel, onde o papel de parede era desagradável para ele. No entanto, a autenticidade dessas palavras não pode ser confirmada, já que não existem registros que as documentem.

Outras fontes sugerem que ele teria dito algo diferente, como “Eu estou morrendo como um cavalheiro,” ou “Eu estou morrendo além de meus meios”. Verdade ou não, esse é mais um fato que exemplifica o espírito irreverente do autor que sabia até transformar a morte em uma oportunidade para um comentário perspicaz.

Betsy Ross e a bandeira dos EUA

Betsy Ross é uma figura histórica nos Estados Unidos e que foi associada à criação da primeira bandeira americana, com suas treze listras representando as treze colônias originais que se separaram da Grã-Bretanha durante a Revolução Americana. A história conta que em 1776, uma comissão liderada por George Washington visitou a talentosa costureira na Filadélfia, e encomendou a tarefa de confeccionar a bandeira. De acordo com a lenda, Betsy sugeriu a ideia de incluir as estrelas de cinco pontas em vez das estrelas de seis pontas originais propostas, e teria costurado o primeiro modelo do estandarte.

No entanto, a veracidade dessa história foi e ainda é debatida, pois não existem comprovações concretas que confirmem o envolvimento direto da mulher na criação da bandeira. As primeiras referências à sua participação surgiram décadas após os eventos terem supostamente ocorrido.

Os julgamentos das bruxas de Salém

O julgamento das bruxas de Salém foi um evento histórico que ocorreu em 1692, na cidade de Salém, Massachusetts, durante o qual dezenas de pessoas foram acusadas de bruxaria e várias foram condenadas à morte. O evento expôs divisões sociais e políticas dentro da pequena comunidade, incluindo rivalidades familiares e disputas por poder. No entanto, uma característica importante desse episódio é que, ao contrário do que é frequentemente retratado na cultura popular, não houve queima na fogueira das acusadas. Ao invés disso, as pessoas condenadas foram enforcadas.

Esse poderia ser mais um dos fatos da lista causados por Efeito Mandela, uma vez que é sabido que o período de Caça às Bruxas na Idade Média foi repleto de punições que envolviam fogo. Foi justamente devido a isso que passaram a acreditar que o famoso julgamento também teria tido mulheres queimadas, mas não.

Guerra dos Mundos: pânico de rádio

Já imaginou ser pego desprevenido ao ouvir o anúncio de uma guerra? Foi isso que aconteceu com a famosa transmissão radiofônica de A Guerra dos Mundos em 1938. Acontece que o conflito não era real e se tratava de uma adaptação do romance de H.G. Wells. A produção foi feita no formato de noticiário, com boletins interrompendo a programação musical para relatar uma invasão alienígena em Nova Jersey. Muitos ouvintes sintonizaram durante a transmissão e, sem perceberem que se tratava de uma peça de ficção, entraram em pânico, fugindo de suas casas e ligando para serviços de emergência.

Porém, o mais curioso é que toda a situação ocorreu numa época em que a Europa estava à beira da Segunda Guerra Mundial e as rádios estavam sendo sendo uma fonte de notícias em tempo real. Isso ajudou a aumentar ainda mais o alarde e toda polêmica.

Leis de Newton

A história da maçã que caiu em cima de Isaac Newton ao estar no pé de uma árvore e supostamente o inspirou a formular sua teoria da gravitação universal é uma narrativa bastante popular, mas não é verdadeira. Ao menos, não completamente.

Os estudos de Newton sempre foram amplamente aceitos, porém, a queda acidental da fruta em sua cabeça não foi a razão para o cientista ter descoberto e desenvolvido suas leis. Uma biografia do mesmo, escrita por um de seus amigos, relata que a história da maçã é verdadeira até certo ponto. O próprio Newton contou que estava embaixo de uma árvore e avistou a fruta cair, mas ela apenas o inspirou em suas ideias quando refletiu sobre o fato de maçãs sempre caírem direto na terra, ao invés de sofrerem algum ângulo, por exemplo.

Batalha de Termópilas e os 300 espartanos

A Batalha de Termópilas, ocorrida em 480 a.C., é um dos eventos mais famosos da história militar antiga, principalmente por ter sido retratada pelo filme 300 (2006). Durante a Segunda Guerra Greco-Persa, uma coalizão grega liderada por Esparta enfrentou o vasto exército persa liderado pelo Rei Xerxes I, na passagem estreita de Termópilas, na Grécia central.

A lenda mais conhecida dessa batalha é a resistência heroica dos 300 espartanos, liderados pelo Rei Leônidas I, que escolheram ficar para trás para atrasar o avanço persa enquanto o restante das forças gregas se retirava. Mas, embora a bravura e o sacrifício dos espartanos tenham sido exaltados ao longo dos séculos, é importante notar que o episódio envolveu muito mais do que apenas esse pequeno contingente. A ideia de apenas 300 espartanos em Termópilas foi descrita por Heródoto e ganhou destaque pela dramaticidade e simbolismo de bravura contra adversidade.

A história do Cinto da Castidade

A história do Cinto de Castidade é frequentemente associada à Idade Média, alimentando a crença de que as mulheres eram obrigadas a usar esses dispositivos de metal para restringir sua sexualidade. No entanto, essa narrativa é totalmente um mito. Embora algumas referências a acessórios semelhantes possam ser encontradas em documentos históricos, não há comprovação de sua utilização generalizada. Muitos historiadores até argumentam que a ideia do cinto foi mais provavelmente uma invenção posterior, perpetuada por lendas sobre a opressão das mulheres na época.

A Cidade de Atlântida

A Cidade de Atlântida ainda é uma lenda que continua a intrigar as pessoas ao longo dos séculos, e tudo começou através de um relato de Platão. Segundo o filósofo, ela era uma civilização avançada e próspera, conhecida por sua tecnologia, cultura e riqueza. Atlântida era governada por uma elite sábia e poderosa, mas eventualmente se tornou corrupta e arrogante. Então, como resultado de seus pecados, ela teria sido destruída em um único dia e noite catastróficos, submergindo nas profundezas do Oceano Atlântico.

Embora muitos considerem a história como uma criação literária de Platão, alguns pesquisadores e exploradores ainda continuam a buscar evidências que possam sugerir uma base histórica para a narrativa. Teorias e especulações sobre sua localização surgiram em várias partes do mundo, desde o Mediterrâneo até o Caribe e até mesmo no continente americano. No entanto, até o momento, nenhuma evidência arqueológica foi encontrada para confirmar a existência da cidade como descrita pelo filósofo.

A famosa frase de Dr. Seuss

Dr. Seuss é conhecido mundialmente por suas obras, principalmente O Gato do Chapéu. Porém, poucos sabem que ele também inventou a palavra “nerd”, fez filmes de propaganda durante a Segunda Guerra Mundial e também foi responsável por diversas citações e rimas. Uma de suas mais populares é: “Seja quem você é e diga o que sente, porque os que se importam não importam, e os que importam não se importam.”

Apesar de se tratar de um conselho bonito e de se refletir, essa é uma frase que nunca saiu da boca do escritor. Algumas referências sobre essas palavras são datadas de meados de 1940, tendo aparecido, inclusive, em uma revista de engenharia de Londres, embora não correspondesse a ninguém em específico. Não se sabe a razão de ter sido relacionada a Dr. Seuss.

Representação das cores da bandeira do Brasil

A bandeira do Brasil também apresenta uma história que poucas pessoas sabem a realidade de fato. No contexto da transição da Monarquia para a República no Brasil, houve um esforço por parte dos defensores do novo regime para desvincular os símbolos nacionais do passado monárquico e construir uma identidade republicana diferente. Portanto, a criação de uma outra história sobre as cores da bandeira serviu como uma tentativa de apagar a conexão com suas origens.

É sabido que o amarelo representa o ouro do país; o verde simboliza as matas; e o azul teria relação com os mares. Contudo, o significado real é bem diferente: o verde remete à Casa de Bragança, dinastia de D. Pedro I. Já o amarelo remete à Casa de Habsburgo, dinastia da primeira mulher de D. Pedro, Leopoldina. Já o azul, em tese, não teria nenhum significado relevante, mas estampava o fundo das estrelas que seguiu representando cada província, como é até hoje.

A lenda do Triângulo das Bermudas

Quem nunca ouviu falar do Triângulo das Bermudas? Se trata de uma área do Oceano Atlântico que se estende entre as ilhas Bermudas, Porto Rico e Fort Lauderdale, na Flórida. A região ficou famosa por uma série de misteriosos desaparecimentos de embarcações e aeronaves ao longo do século XX. Esses eventos, juntamente com relatos de fenômenos estranhos, como bússolas que apontam para o norte magnético e falhas de comunicação, alimentaram uma série de teorias e lendas.

Entre as mais populares estão fenômenos naturais, além de explicações mais exóticas, como atividade alienígena ou portais dimensionais. No entanto, grande parte dos desaparecimentos pode ser explicada por condições meteorológicas extremas, erro humano e falhas mecânicas. A região está sujeita a tempestades tropicais frequentes, que podem ser intensas e repentinas.

A maldição de Billy Goat em Chicago Cubs

A Maldição de Billy Goat é apenas uma superstição associada ao time de beisebol Chicago Cubs, que começou em meados de 1945. Durante a World Series (série final anual do campeonato da Major League nos Estados Unidos e no Canadá) daquele ano, um dono de uma taverna local, William “Billy Goat” Sianis, tentou levar sua cabra para o estádio Wrigley Field para assistir ao jogo da série contra o Detroit Tigers. No entanto, os funcionários do estádio não permitiram a entrada da cabra, alegando que ela cheirava mal. Irritado, o homem supostamente lançou uma maldição sobre o time, declarando que eles nunca mais venceriam uma World Series.

Desde então, os Cubs passaram por uma longa série de derrotas e fracassos, alimentando a crença na maldição da cabra. Por décadas, os fãs do time acreditaram nisso, principalmente quando o próprio Sianis tentou levantar uma maldição em 1969, apenas para ver os Cubs sofrerem outro colapso. No entanto, em 2016, a maldição pareceu se quebrar e o time venceu a World Series, encerrando uma espera de 108 anos pelo título.

O coquetel de pérola de Cleópatra

A história do Coquetel de Pérola de Cleópatra é uma lenda que diz que a rainha teria feito um acordo com Marco Antônio, com quem tinha um envolvimento político e romântico, para apostar que conseguiria gastar 10 milhões de sestertius (a antiga moeda romana) em uma única refeição. Sendo assim, durante o banquete, Cleópatra teria dissolvido seu brinco com um das suas pérolas, avaliada nessa mesma fortuna, em um copo de vinagre. A joia foi rapidamente corroída pela substância e se tornou um drink exótico.

Essa história tem sido romantizada ao longo dos séculos, contudo, a veracidade é questionada, uma vez que sua fonte oficial é apenas o filósofo Plínio, o Ancião. Nenhuma evidência pode realmente comprovar que isso, de fato, aconteceu. Muitos acreditam que é apenas mais um dos muitos contos que envolvem riqueza e a famosa rainha do Egito, tendo em vista que, segundo rumores, ela fazia gosto de ostentar.

Presidente Taft preso em uma banheira

A lenda urbana do presidente Taft preso em uma banheira é uma história popular que circula há décadas, mas carece de evidências para respaldá-la. Segundo ela, William Howard Taft, o 27º presidente dos Estados Unidos, era tão corpulento que ficou preso em uma banheira na Casa Branca e precisou de ajuda de seis pessoas para ser libertado.

No entanto, a verdade é que não há registros históricos confiáveis que confirmem essa história. Embora Taft fosse conhecido por sua robustez física e seu peso considerável, essa é uma situação que pode ter sido exagerada ou até inventada ao longo do tempo, possivelmente como uma forma de caricaturar ou ridicularizá-lo por sua aparência física. Um dos relatos sobre o evento veio supostamente do mordomo de longa data da Casa Branca, Irwin Hoover, que simplesmente mencionou que Taft ocasionalmente ficava por um bom tempo na banheira e precisava de “ajuda” para sair.

A origem da batata frita

Poucos sabem, mas a origem da batata frita vem do século XVII e é atribuída à Bélgica, onde se diz que os habitantes locais fritavam fatias de batata como substituto do peixe durante os períodos em que os rios estavam congelados e a pesca não era possível. No entanto, há controvérsias sobre essa história, já que há relatos de que o alimento frito já era consumido na França antes desse período.

Uma teoria sugere que as batatas fritas foram introduzidas na Europa por imigrantes judeus, que traziam consigo o hábito de preparar “french fries”, fatias finas de batata fritas em óleo. Essa prática teria se popularizado na França e então, posteriormente, na Bélgica. Atualmente, devido ao nome, esse é um alimento que persiste sendo associado à nação francesa, no entanto, o correto é que sua história remonte a uma combinação de influências culturais e gastronômicas de toda a Europa.

Assinatura da Magna Carta

A Magna Carta foi um documento que limitou o poder do Rei João e estabeleceu direitos fundamentais que marcaram o início do governo constitucional em 1215, na Inglaterra. No entanto, existe um mito por trás dessa situação que veio a entrar para a história.

O rei enfrentava uma grave crise de legitimidade e revolta por parte dos barões ingleses devido a seu governo autoritário. Descontentes com abusos, eles tomaram Londres, forçando João a negociar e assinar a Magna Carta, mas a razão de ele ter cedido é algo que gerou e ainda gera alguns burburinhos sobre. Uma das ideias é que o rei assinou o documento ingenuamente ou sem entender o contexto devido a sua posição militarmente frágil e a pressão exercida pelos barões. Mas a verdade é que ele compreendia bem o contexto e as implicações do documento, tanto que rapidamente procurou anular o acordo. Contudo, essa pretensão levou a um novo conflito que só terminou com sua morte.

Santos Dumont: pai da aviação

A disputa sobre quem inventou o primeiro avião é discutida até hoje, principalmente por brasileiros e americanos. Ela envolve Santos Dumont e os Irmãos Wright, sendo que o brasileiro se tornou bastante reconhecido na Europa, especialmente pelo Aeroclube da França, por realizar o primeiro voo público em 1906 com seu 14-bis. Seu modelo de avião conseguiu decolar, voar de maneira controlada e aterrissar sem a necessidade de mecanismos externos de lançamento.

Por outro lado, os Irmãos Wright, dos Estados Unidos, são geralmente creditados com a invenção por terem realizado o primeiro voo controlado e sustentado de uma aeronave motorizada com o Wright Flyer em 1903. Embora seus voos não tenham sido divulgados na época, a documentação e os registros apresentados posteriormente convenceram muitos historiadores e instituições, incluindo o Aeroclube da França. Portanto, dificilmente irá haver um acordo sobre o verdadeiro pai da aviação, no entanto, é inegável que se deve considerar provas como registros que Santos Dumont não conseguiu entregar.

Presidente Lincoln e a frase sobre a Guerra Civil

A Guerra Civil Americana pode ter ocorrido por causa de um romance? É o que alguns ainda acreditam. Publicado em 1852, o livro de Harriet Beecher Stowe, A Cabana do Pai Tomás, expôs as crueldades da escravidão e estimulou o movimento abolicionista, teria influenciado a atmosfera política que levou à guerra.

Segundo a lenda, quando a escritora foi apresentada ao presidente Lincoln em uma reunião durante a Guerra Civil, ele supostamente disse: “Então, esta é a pequena senhora que escreveu o livro que começou esta grande guerra.” Se trata de uma declaração que marcou o folclore americano, mas é mais uma história que não se obteve evidências sólidas. O encontro entre ambos teria ocorrido em 1862, mas os relatos sobre a frase só vieram à tona anos depois.

JFK se declara um donut de geleia

Certa vez, o presidente John F. Kennedy se declarou um donut de geleia. Ao menos, é isso que muitos entenderam de seu famoso discurso em Berlim Ocidental, em 1963. Na verdade, Kennedy disse: “Ich bin ein Berliner”, expressão que significa “Sou um berlinense” em alemão. No entanto, uma interpretação equivocada levou algumas pessoas a acreditarem que ele estava dizendo que era um tipo específico de donut chamado “Berliner”, o que não é verdade. O que ele disse estava gramaticalmente correto, inclusive, tendo sido escrito pelo tradutor, um nativo.

O que acontece é que, apesar do doce ser chamado com a mesma palavra, não é um termo usado pela área circundante de Berlim, que prefere a palavra Pfannkucken. Além disso, a concepção errônea pode ter tido origem em um romance de espionagem de 1983, que falava sobre cartunistas terem tido um dia de festa após a fala do presidente. Tudo não passou de fake news, mas ainda assim, foi essa a notícia que persistiu.

George Washington e a cerejeira

George Washington já foi envolvido em diversos relatos, mas um de seus clássicos é a história da cerejeira, que destaca a honestidade e integridade do primeiro presidente dos Estados Unidos. Segundo a lenda, quando ele era criança, seu pai encontrou sua cerejeira favorita cortada em sua propriedade e perguntou aos filhos quem havia cometido o ato. Washington, apesar de temer as consequências, admitiu ter cortado a árvore com um machado, dizendo: “Fui eu que cortei a cerejeira. Não posso mentir”. A ira do homem logo se tornou em orgulho pela honestidade do garoto.

Apesar de essa ser uma história contada e valorizada como exemplo de virtude moral, não há nenhuma evidência que comprove o episódio. Esse é mais um mito que envolve a biografia do presidente, assim como a da moeda de prata.

A candidatura de Jimmy Stewart

A história da candidatura de Jimmy Stewart é um exemplo de um mito urbano que circulou por décadas. Na realidade, Ronald Reagan foi quem estava nessa posição, no entanto, antes de mais nada, ele era conhecido por ser um ator. Quando Jack Warner, um dos fundadores da Warner Bros., e seu chefe na época, descobriu da candidatura dele para o Governo da Califórnia, ele afirmou: “Não, Jimmy Stewart para governador. Ronald Reagan para melhor amigo [do governador]”. Stewart também era ator e colega de trabalho de Reagan.

Na época, a declaração foi publicada na Time Magazine, mas não ficou claro se Warner realmente disse isso. Apesar de todo o burburinho, o que acredita-se é que essa pode ter sido apenas uma piada sua.

Júlio César e o parto cesárea

É comum que remetam o parto cesárea com Júlio César, ainda mais por conta do sobrenome da figura histórica. Contudo, a relação é um mito que persiste na cultura popular. Segundo a lenda, Júlio César teria sido o primeiro bebê a nascer por cesariana, que na época era uma operação perigosa realizada apenas quando a mãe estava morta ou morrendo durante o parto.

Porém, na realidade, o nome “cesariana” é mais provavelmente originado da palavra latina caesus, que significa “cortar”, em referência ao procedimento cirúrgico de abertura do abdômen para a remoção do bebê. Embora os romanos tenham realizado algumas formas primitivas de cesariana para tentar salvar filhos quando as mães morriam durante o parto, não há registros específicos que confirmem que Júlio César tenha nascido dessa maneira.

Os rumores de Alice Cooper

A história envolvendo Alice Cooper e gatos é um exemplo de como boatos podem se espalhar e afetar a reputação de uma figura pública. O que se soube é que um certo dia, no começo do show do artista, ele subiu ao palco carregando uma mochila com alguns filhotes de gatos e teria dito algo como: “Eu me recuso a tocar até que esses gatos estejam mortos”. Logo em seguida, ele teria os jogado na direção do público para que seus fãs obedecessem.

De fato, não há nenhuma comprovação confiável de que o artista tenha feito tal declaração ou pedido durante um de seus shows. O boato parece ter sido criado e difundido por pessoas que não apreciavam sua música ou sua persona excêntrica, buscando assim manchar sua imagem. A polêmica foi tanta que até pais de alguns fãs de Cooper, que ficaram extremamente horrorizados com a situação, passaram a ficar preocupados e viram o artista como uma figura totalmente inapropriada.

A vaca que causou o Grande Incêndio de Chicago

Muito já se falou sobre a história de que uma vaca que teria causado o Grande Incêndio de Chicago em 1871, porém, esse é outro mito popular que continua a persistir na cultura americana. Segundo a lenda, o incêndio teria começado quando a vaca de uma senhora chamada Catherine O’Leary teria chutado uma lâmpada de querosene em sua casa, incendiando o celeiro e dando início às chamas que se alastraram pela cidade.

No entanto, isso foram apenas rumores. O relatório oficial sobre as origens do incêndio nunca mencionou o animal e sua lâmpada de querosene. Fato é que a verdadeira causa do Grande Incêndio de Chicago permanece desconhecida, embora tenha sido amplamente atribuída a uma combinação de condições climáticas secas, ventos fortes e a rápida propagação do fogo em edifícios de madeira na cidade.

A Queima dos Sutiãs

A história da queima dos sutiãs é um evento simbólico associado ao movimento feminista nos Estados Unidos. Mas embora o termo “queima de sutiãs” seja frequentemente usado para descrever um ato de protesto radical contra a opressão feminina, o evento real foi menos dramático do que a imaginação popular sugere.

Em 1968, durante uma manifestação organizada pela New York Radical Women em frente ao concurso Miss América, algumas mulheres jogaram sutiãs, sapatos e outros itens considerados símbolos da opressão feminina em uma lata de lixo. Apesar de relatos exagerados e sensacionalistas na mídia da época, não houve incêndio nem sutiãs queimados durante o protesto. No entanto, o termo “queima de sutiãs” acabou sendo utilizado para descrever a crescente resistência feminina e o movimento pela igualdade de gênero que estava ganhando força na época. A imagem da queima foi mais simbólica do que literal.

Princesa Isabel: uma heroína na abolição da escravidão

É sabido que a Princesa Isabel, filha de D. Pedro II, foi conhecida por ter assinado a Lei Áurea em 1888, que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil. Sua assinatura foi um marco importante na história do país e ela é frequentemente retratada como uma heroína e defensora dos direitos humanos. Mas será mesmo?

A questão da motivação por trás da assinatura do documento é debatida pelos historiadores. Alguns argumentam que a Princesa Isabel foi uma abolicionista comprometida e que estava genuinamente empenhada em acabar com a escravidão no Brasil. Por outro lado, há quem sugira que tudo se deu mais por resultado de pressões políticas e econômicas. O fim da escravidão já era uma tendência internacional, e a manutenção desse sistema se tornava cada vez mais insustentável para o país. Além disso, houve pressões da elite agrária e dos interesses internacionais para acabar com a escravidão.

A Guerra do Cachorro Fugido

A Guerra do Cachorro Fugido é uma lenda urbana que circula na internet há anos. Segundo a história, ela teria sido desencadeada quando um soldado norte-americano deixou acidentalmente a porta de um bunker aberta durante a Guerra do Vietnã, permitindo que um cachorro de rua entrasse e provocasse um ataque inimigo ao latir e alertar a presença das tropas.

No entanto, isso é apenas o que dizem. Nunca houveram registros oficiais de uma guerra desencadeada por um cachorro durante essa guerra, e a história parece se basear mais em folclore e especulação do que em eventos reais. É até possível que a história tenha sido inspirada por relatos reais de animais de estimação que acompanhavam soldados durante conflitos armados.

Hugo Boss foi estilista dos uniformes nazistas?

Essa não é uma história tão desconhecida assim, mas há nuances nesse relato. Embora seja verdade que a empresa Hugo Boss tenha fornecido uniformes para o regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial, a narrativa de que o estilista era o designer principal de seus uniformes é imprecisa. A companhia produziu principalmente uniformes para a SS (Schutzstaffel) e outras organizações paramilitares nazistas, mas não há evidências de que tenha projetado os trajes especificamente para o regime nazista.

Após a guerra, a empresa enfrentou críticas por causa dessa ligação, e isso gerou controvérsia em relação à sua história durante décadas. Não muito tempo atrás, a marca reconheceu seu passado e emitiu declarações pedindo desculpas pelo uso de mão de obra forçada e por sua colaboração com o regime durante a guerra.

E aí, qual curiosidade mais te surpreendeu? Conta para gente nos comentários!

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Fontes: Youtube, G1, Exame

Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim