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A Samsung, segunda maior fabricante de smartphones em número de vendas dos Estados Unidos, pode ver com bons olhos as medidas que o governo americano tomou contra a Huawei, ao considerá-la perigosa para o país.
Após Donald Trump colocar a Huawei na lista negra como “adversária estrangeira”, diversas empresas americanas como Foxconn e Qualcomm, cortaram relações diretas com ela. Essa atitude também impactou o mercado Chinês, que estava às vésperas do lançamento da tecnologia 5G em seu país.
A situação da Huawei acabou piorando quando teve sua licença de desenvolvimento do Android cortada pelo Google, deixando-a apenas com a sua versão standard do Android. Mesmo que Huawei tenha garantido updates em seus smartphones até meados de agosto, isso a coloca atrás de empresas como Samsung, que tem acesso às licenças de desenvolvimento para poderem utilizar de forma mais abrangente todo potencial do sistema operacional.
“Estamos cumprindo a ordem e analisando as implicações. Para os usuários dos nossos serviços, o Google Play e as proteções de segurança do Google Play Protect continuarão funcionando nos dispositivos Huawei existentes.”
Comunicado oficial do Google
Impacto grande no mercado
Com diversas empresas encerrando suas relações comerciais com a Huawei, a empresa se vê na necessidade de tomar novas medidas perante o mercado internacional e nacional chinês.
Em termos de desenvolvimento, versões standard não permitem inovações, pois somente o código open source poderá ser alterado. Muitas funcionalidades do Android, no entanto, não poderão ser alteradas, e isso faz com que a empresa perca ramos de desenvolvimento em suas tecnologias associadas ao Android.
“A Huawei fez contribuições substanciais para o desenvolvimento e crescimento do Android em todo o mundo. Como um dos principais parceiros globais do Android, trabalhamos de perto com sua plataforma de código aberto para desenvolver um ecossistema que beneficiou tanto os usuários quanto a indústria”.
Porta-voz da Huawei em um comunicado enviado por email
Em termos práticos, a Huawei está com uma nova linha de smartphones e tablets no mercado, e alguns de seus aparelhos podem ser descontinuados por conta dos entraves. O P30 e o P30 Pro, lançamentos recentes da empresa, não estão proibidos de serem comercializados em solo americano, entretanto.
A maior dúvida, no entanto, está sendo com a linha Honor, e isso inclui o Honor 20 Lite. Ao que tudo indica, a linha Honor pode ser afetada nesse processo de cortes e entraves, mas não se sabe ao certo.
Samsung continua líder, mas possui problemas
Desde a fundação da Huawei, a empresa sempre almejou alcançar os maiores índices de vendas. Por anos, a Samsung mantém-se entre os primeiros lugares no mercado de smartphones dos Estados Unidos, seguido de perto da Huawei, que teve um crescimento expressivo nos últimos anos.
A Huawei sempre focou seu ponto em inovar as tecnologias do mercado. A Samsung largou atrás da empresa, já que seu último modelo, o P30 Pro, trouxe inovações mais significativas nas câmeras em relação à linha Galaxy S10, por exemplo.
Entretanto, não é que a situação da Samsung recentemente esteja muito boa. A empresa viu o seu produto mais inovador, o Galaxy Fold, apresentar problemas nas suas unidades para jornalistas, o que atrasou o lançamento do dobrável sem data de previsão.
Os impactos resultantes dessas medidas do governo americano de retirar Huawei do jogo vão prejudicar a capacidade da marca de vender celulares não só nos Estados Unidos, como também na China e Europa, onde possui uma parcela maior de vendas. Isso dá à Samsung a chance de sustentar sua posição nos países e continentes afetados pela proposição do governo.
A Samsung também pode se beneficiar desse afastamento, pois provavelmente a Huawei precisará atrasar o lançamento do Mate X, competidor direto do Galaxy Fold. Nesse meio, a nova versão do Android, chamada Android Q 10, terá suporte às tecnologias dobráveis, mas não se sabe ao certo o que isso impactaria no Mate X da Huawei.
Para competição das duas, em um mercado travado, a Samsung pode ver com bons olhos esses entraves econômicos, e pode tentar reaver o mercado que foi tomado pela chinesa ao longo dos anos.
Fonte: AppleInsider
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