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Depois de vários adiamentos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) finalizou o Censo 2022: o resultado divulgado hoje (28) mostra que o Brasil agora possui 203 milhões de habitantes. O total eleva a população do Brasil em mais de 12,2 milhões, comparando com o Censo realizado em 2010 — quantidade próxima ao número indicado pelo instituto para a população total de São Paulo (capital), que é de 11,4 milhões, em vista dos números atuais.
Mesmo com esse aumento, o ritmo de crescimento ao longo dos últimos 12 anos desacelerou, sendo o menor de toda a série histórica do IBGE, que iniciou em 1872. Os centros urbanos mais conhecidos do país, no entanto, se mantiveram com populações altas: é o caso de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF). A seguir, você confere no Showmetech outros destaques sobre os dados divulgados.
O que é o Censo?
Nos últimos anos, o IBGE enfrentou problemas para realizar o Censo, pesquisa que confere a situação da população do Brasil. Após os dados coletados (tanto presencial como via questionário online), o instituto consegue mostrar as condições econômicas do país, avaliando desde filhos por casa, grau de escolaridade, identificação étnico-racial até o acesso a diversos serviços públicos, como saneamento básico e abastecimento de água.
Durante a gestão anterior do governo federal, esse potencial do Censo Demográfico ficou de lado: o ex-ministro da economia Paulo Guedes defendeu cortes na pesquisa em 2019 e, mais tarde, culpou os senadores pelas reduções no Censo 2022. Além da falta de incentivo a empreender a pesquisa, a pandemia de COVID-19 também pesou no orçamento público. Dessa forma, houve cortes nas verbas destinadas ao IBGE.
Desde a primeira realização, em 1872, a população do Brasil cresceu 150 vezes. De lá para cá, o recorde de toda a série histórica do IBGE acontece no período de 1970 a 1980, quando o aumento foi de 27,8 milhões de pessoas no total, ajudando o país a chegar à marca dos 120 milhões. Nos últimos 12 anos, já estamos cada vez mais próximos de dobrar essa meta (confira o gráfico a seguir), dado que já somos mais de 200 milhões.
Ainda que o Brasil tenha chegado à casa das centenas de milhões, o instituto mostra que as mulheres tem tido menos filhos: em média, são 1,76 filho para cada mãe, considerando os dados divulgados em 2020. Por enquanto, o país ainda tem uma quantidade de adultos elevada, o que resulta em uma população economicamente ativa, mas, no futuro, pode ser que o número de pessoas mais velhas aumente, graças à queda na natalidade.
Quais as cidades mais populosas segundo o Censo 2022?
Ainda que a taxa de crescimento tenha sido menor, ficando em 0,52% ao ano, a maioria dos municípios brasileiros teve aumento no número de habitantes. Hoje, o Brasil conta com 5.570 municípios, sendo que 3.168 tiveram sua população aumentada: isso representa 57% de todas as cidades. Ou seja, podemos deduzir que quatro em cada dez municípios tiveram redução de habitantes.
Quanto às regiões, o IBGE indica que o Sudeste ainda mantém a posição de região mais populosa, com 84,8 milhões, com crescimento de 0,45%. Ao lado do Nordeste, que aumentou em 0,24%, as duas regiões foram as que mais tiveram queda na quantidade de habitantes (veja o gráfico interativo). Por outro lado, Norte e Centro-Oeste tiveram os maiores aumentos em população: 0,75% e 1,23%, cada uma — a região onde fica o Pantanal foi a única que registrou mais de um porcento no aumento populacional.
Como o déficit de domicílio revela um problema de habitação
O Censo 2022 mostrou que ao longo da década de 2010, junto aos anos de 2021 e 2022, o número de domicílios aumentou em 34%, ao passo que a população brasileira não cresceu numa proporção próxima, dado que a elevação só chegou a 6,5%. Porém, esse cenário de aumento existe ao mesmo tempo em que diversas pessoas continuam sem moradia, sobretudo pelo déficit de domicílio: mais de 18 milhões de lares estão desocupados, considerando os dados do IBGE.
Outro detalhe importante que o órgão de pesquisas revelou também dá conta de que cada vez mais os brasileiros estão morando com menos pessoas num mesmo domicílio, já que, em média, há 2,79 pessoas para cada casa, segundo os dados mais recentes.
Antes, um pouco maior, o número chegava em 3,31. Essa queda é acompanhada de uma forte diferença na quantidade de pessoas por km², já que 4,5 habitantes vivem numa área dessa dimensão no Norte, enquanto 91,8 habitam um km² na região Sudeste. Ao comentar os resultados mais recentes sobre domicílios brasileiros, o diretor de Geociências do IBGE Claudio Stenner afirma que essa queda já é uma tendência no país.
Cada vez a média de moradores é menor. Isso explica o crescimento de domicílio de forma tão expressiva. O restante é a quantidade maior de domicílios vagos e de lugares de uso ocupacional.
Claudio Stenner
A sua cidade registrou aumento na população? Fala pra gente como os números mudaram na sua cidade, aqui nos comentários do Showmetech!
Veja também:
Fonte: Agência de Notícias do IBGE | Nexo Jornal | O Globo | CNN Brasil | UOL Notícias
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (28/06/23)
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