Westworld finaliza a 4ª temporada com chave de ouro em Que Será, Será

A quarta temporada de Westworld foi um interessante ponto na trajetória da série, o que foi evidenciado pelo episódio final, Que Será, Será. O ano do seriado modificou bastante a estrutura narrativa, ao mesmo tempo mantendo vivo aquele bom sentimento causado pelo programa de mistérios e situações labirínticas – e agora, com sua finalização, curiosamente prepara o terreno para uma quinta temporada em detrimento de resolver as várias pontas soltas vistas nas últimas semanas. Confira nossa crítica:

Aviso: spoilers a seguir!

Que Será, Será

Que Será, Será não teve grandes surpresas em relação aos episódios anteriores, começando com Caleb, Frankie e Stubbs fugindo da violência pós-apocalíptica iniciada no último capítulo e procurando lugares para cuidar das feridas de Stubbs.

A situação fica tensa, porém, quando eles estão em uma farmácia e Clementine aparece, dando o golpe final em Stubbs que falece nos braços de seus companheiros. Caleb e Frankie conseguem vencer Clementine, mas no processo o corpo de hospedeiro de Caleb começa a se desfazer, levando a um dos primeiros e principais momentos tocantes do episódio: sua despedida para Frankie – considerando o foco que Caleb teve durante toda a temporada, e como Aaron Paul pareceu mais confortável no papel nessa temporada, o fim do personagem foi forte, e um ponto alto do episódio.

Em outra frente, tivemos a conclusão da história de Christina/Dolores, outro momento forte com a revelação de que o mundo que ela pode arquitetar seria bem separado daquele da história – ela, praticamente, estava junto de vários fantasmas invisíveis para os outros. O twist que Teddy também era uma criação sua poderia ter funcionado melhor se o conceito não tivesse sido repetido quase à exaustão desde o quinto episódio da temporada, mas isso não mudou a carga das cenas em que os dois estavam juntos e compartilhando a dor dos momentos, o que também contribuiu para a carga emocional do final.

Por sinal, a revelação do mundo virtual de Christina ser por meio das cenas de Charlotte Hale foi algo… inesperado, e que talvez seja um dos pontos em que eu ainda estou em dúvida sobre o que realmente acho quanto ao episódio Que Será, Será. Com as instruções de Bernard, Charlotte parece ter assumido quase um papel de heroína, o que é, sinceramente, bizarro.

Veja, durante toda a temporada, inclusive como comentado aqui no Showmetech em críticas anteriores, Westworld parecia estar se esforçando para deixar Hale como uma vilã clássica, daquelas que só faltam soltar uma risada maligna.  Em Que Será, Será, a personagem agora parece estar do lado certo do conflito com William, tentando ao máximo impedi-lo de desativar o Sublime.

Após William ter sido derrotado, Hale se sacrifica e coloca a unidade de controle de Christina/Dolores no Sublime, causando uma intensa cena em que a Dolores original acorda dentro do Sublime e, analisando todos os acontecimentos da temporada, decide dar uma segunda chance para a vida inteligente – e inicia esse processo, veja só, criando o primeiro parque, lá da temporada inicial de Westworld, dentro do Sublime, fechando o ano da série em mais um daqueles momentos contemplativos que ela é tão famosa por ter.

Quando chega a quinta temporada?

Com a temporada terminando em um importante gancho, é óbvia a intenção da série continuar – algo que os produtores já confirmaram terem vontade, com a possível quinta temporada sendo a última, mas ainda aguardam o sinal verde da HBO para começar os trabalhos.

Ao mesmo tempo, é interessante ver como Westworld estará em uma possível quinta temporada, já que medalhões como William, Charlotte Hale e Caleb estão mortos, e muitos dos personagens que sobreviveram não são considerados os melhores da série.

Porém, estamos falando de uma série que durante todas as temporadas matou personagens a rodo, e mesmo assim sempre arrumou uma forma deles retornarem, seja por meio de inteligências artificiais, corpos de hospedeiros, flashbacks no passado ou qualquer outro tipo de loucura que justifique a permanência deles na narrativa – então não é errado pensar que o mesmo aconteça aqui.

Ao mesmo tempo, os humanos sobreviventes parecem estar muito separados do parque no Sublime, com a integração entre ambas as linhas narrativas podendo ser um verdadeiro desafio – mas, neste ponto, especulo que uma eventual quinta temporada começará com tudo já em andamento e saberemos como a situação ocorreu em flashbacks e explicações no decorrer dos episódios.

De qualquer forma, independente do futuro, o fato é que a quarta temporada de Westworld foi um forte retorno à forma da série, que parecia ter se perdido da metade do segundo ano para frente. Se vamos ter uma conclusão ou não no formato de uma quinta temporada, só o tempo dirá — mas o que temos por hora sobre a série acaba sendo satisfatório, embora não conclusivo.

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