O sonho da vida eterna é algo que acompanha os seres humanos desde que descobrimos que somos mortais. Mitos como o da “Fonte da Juventude“, encontrada pelo explorador espanhol Ponce de León, sempre inspiraram escritores, cientistas e religiosos a sonhar em viver eternamente. Flertando com essa utopia David Agus e Craig Venter – dois dos maiores pesquisadores de engenharia genética no mundo – acreditam que nossa expectativa de vida caminha em direção aos três dígitos com a ajuda do Big Data.
David Agus é professor de medicina e engenharia genética da Universidade do Sul da Califórnia. Durante o último Global Forum 2015 realizado na cidade de São Francisco (CA), Angus disse, em entrevista para a revista Fortune, que acredita que com a tecnologia atual, os seres humanos têm potencial para viver tranquilamente até sua “nona ou décima década“.
A hipótese do professor foi reforçada pela opinião de Craig Venter, co-fundador e CEO da Human Longevity Inc., que afirmou que não tem nenhuma dúvida que as atuais gerações são capazes de viver por cerca de um século. No entanto, ponderou que o fato tem proporções que precisam ser melhor avaliadas. “Precisamos ter certeza se o planeta será capaz de suportar mais gente vivendo por mais tempo“, ponderou.
Uma das tecnologias mais importantes para a ciência médica atual foi o Big Data. Com ele foi possível fazer enormes avanços em pesquisas sobre o envelhecimento, por exemplo. Venter lembra que quando fez parte da equipe que sequenciou o genoma humano há 15 anos, não havia dados comparativos para referenciar as descobertas. “Há dez anos, não imaginaria que seríamos capazes de prever a idade de alguém a partir de seu código genético. Agora, além disso, sabemos que nosso código genético está em constante mudança“, afirmou.
O Big Data permite que toda informação coletada nas pesquisas médicas seja armazenada, tornando o cruzamento de dados mais simples. Para ajudar nessa tarefa, Venter disse que sua equipe contratou o engenheiro que projetou o algorítimo do Google Tradutor. “Estamos usando a inteligência do software para tentar compreender e interpretar todos os dados“, explicou. Com isso seria possível, por exemplo, gerar um perfil completo do código genético de um indivíduo.
Naturalmente, o Big Data não irá simplesmente acrescentar anos a nossas vidas por mágica (ou tecnologia). A explicação de como todos esses dados irão estender nossa expectativa de vida é um pouco mais complicada. “Estamos fazendo novas descobertas sobre nós mesmos a cada seis meses“, afirma Angus. “Essas descobertas demonstram que somos muito complexos. Isso significa que talvez nunca iremos entender totalmente as doenças, mas não precisamos compreender tudo para controlá-las“, finalizou.
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