Os jovens que hoje têm aproximadamente 20 anos já estão começando a procurar por emprego, em breve eles começarão a se tornar grande parte do mercado de trabalho, mas isso mudará alguma coisa? Durante o SXSW, Denise Villa, CEO e co-fundadora e Heather Watson, designer de comportamento da The Center for Generational Kinectics LLC, apresentaram um painel interessante sobre essa perspectiva de futuro, chamado “Como a geração Z vai mudar meu trabalho: meu cubículo é minha cama”.
Durante o painel elas mostraram alguns dados interessantes sobre a geração Z, e com isso antecipar e prever algumas mudanças comportamentais e até mesmo corporativas que podem vir a acontecer com a chegada dessa geração no mercado de trabalho.
Geração Z
Segundo Denise, na teoria a é composta por pessoas que nasceram a partir do ano de 96, porém não é uma regra. A depender do comportamento, hábitos e traços de personalidade, é possível que pessoas de outras gerações se encaixem também nesse rótulo. São pessoas que tem como característica principal pais pessoas da geração Y, ou também conhecida como Milennial, uma categoria que a propósito já explicamos com detalhes aqui.
Outro fato importante sobre a geração Z é que eles já conhecem e estão familiarizados com a tecnologia desde muito cedo, visto que 25% deles ganharam seu primeiro smartphone antes dos 10 anos de idade. Ou seja, tudo para eles precisa ser instantâneo.
Durante o painel elas apresentaram mais alguns estudos a respeito da geração Z como o fato de 47% utilizarem ferramentas de chat por vídeo para se comunicar mais de uma vez na semana, 35% já pensam em se aposentar a partir dos 20 anos e 25% já trabalham mesmo que em meio período para começar a juntar dinheiro, porque é uma geração que busca independência o quanto mais cedo possível.
Emprego ideal
Em relação a procura do emprego ideal, 44% afirmam desejar um emprego pelo qual se apaixonem, 36% querem um emprego onde possam fazer alguma diferença para o mundo e 63% querem apenas fazer o que amam, e colocam isso como ponto crucial.
Já a respeito das empresas e a busca por um local de trabalho ideal, 56% afirmam que um dos motivos que mais levam em consideração é como essa empresa trata os seus funcionários. Ou seja, eles fogem de qualquer tipo de discriminação, principalmente em relação a pessoas jovens, porque eles querem mostrar que podem fazer. Outro ponto importante é conhecer primeiro a rotina de trabalho naquele lugar e, claro, o salário. Ou seja, a reputação dessa empresa vale muito e para isso eles buscam ferramentas como comentários e reviews sobre os lugares, principalmente vindos de pessoas que já trabalham nela.
Por estarem acostumados a comunicações através de vídeo chat, as entrevistas de emprego geralmente são melhor respondidas quando acontecem através de vídeo ao invés de ao vivo. Eles se sentem mais confortáveis com isso.
Um detalhe importante é a chance de ter horários flexíveis para o trabalho já que 78% dos jovens da geração Z apontam isso como um diferencial muito expressivo para sua escolha. Eles também não querem abrir mão do uso do smartphones e 40% afirmam que rejeitariam trabalhar em qualquer lugar que os privassem de utilizar o aparelho. Eles também querem retorno imediato, feedbacks constantes, 60% pedem isso pelo menos uma vez na semana e 40% querem ter contato direto com seus chefes.
Esses jovens também são interessados em qualquer tipo de treinamento e 70% dizem que preferem se candidatar a posições que exigem qualificações e treinamentos, já que é algo que os motiva. Em troca eles são bastante leais e 56% acreditam que devam ficar em uma empresa ao menos durante um ano.
Mudanças virão
A geração Z promete trazer um novo ambiente de trabalho, uma nova forma de relação entre funcionários e chefes e até mesmo em contratações, e essas mudanças já estão começando a acontecer, mesmo que gradualmente. O estudo em questão foi feito nos Estados Unidos, então é muito provável que exista uma diferença de identidade entre os jovens de lá e aqui no Brasil, mas no fim em todo lugar os jovens estão se comunicando mais e esperando mais do futuro do que seus pais. Podemos estar de frente com um novo tipo de mindset no mercado de trabalho com a chegada dessa geração.