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Nesta segunda-feira (12), Elon Musk vai a julgamento no Tribunal de Chancelaria de Delaware, nos Estados Unidos, para responder por processo judicial a respeito da compra bilionária da SolarCity, corporação de painéis solares. A aquisição foi feita pela Tesla em 2016 por 2,6 milhões de dólares.
Movida por um grupo de acionistas da Tesla, a investigação alega o conflito de interesses de Elon Musk, que é CEO e presidente do conselho da Tesla e, à época da transação, CEO e acionista da SolarCity — que inclusive foi fundada por dois primos seus. O empresário já teve grande influência dentro da empresa antes de se retirar para prosseguir com o ramo automotivo. O julgamento estava agendado para março deste ano, mas havia sido adiado por conta da pandemia da COVID-19.
O conflito de interesses e a compra da SolarCity
Fundada em 2016 por Lyndon e Peter Rive, a SolarCity é uma empresa especializada na prestação de serviços de instalação de sistemas de energia solar em comércios e residências norte-americanas. Elon Musk quis promover a companhia unindo forças com a sua Tesla. A questão começa quando o empresário se mostrou ciente de que a SolarCity estava em queda constante, com prejuízos de 769 milhões de dólares em 2013 e 375 milhões dólares em 2014. Além disso, ele mesmo era um dos principais acionistas antes de realizar a compra.
Musk tentou reviver a companhia do prejuízo com a ajuda da SpaceX, seu empreendimento aeroespacial, comprando 255 milhões de dólares em títulos da SolarCity. Em 2020, já após quatro anos de integração entre ambas empresas, os membros do conselho propuseram um acordo para os acionistas de 60 milhões de dólares, sem admissão de irregularidades. Musk recusou e decidiu levar o caso para o tribunal. A acusação contra o empresário é de que ele tenha se beneficiado com os lucros da empresa, além de não divulgar devidamente suas responsabilidades monetárias. Seus três advogados dizem que a companhia era solvente e defendem as atitudes.
O CEO da Tesla é a primeira testemunha a ser ouvida. O processo deve perdurar por longos dias antes da sentença final, em 23 de julho. No entanto, é possível que se encerre antes se houver um acordo entre ambas as partes. Se perder o processo, Musk precisará pagar mais de dois milhões de dólares de indenização. O caso não apresentará júri público e está inteiramente nas mãos do vice-chanceler Joseph Slights III.
A aliança entre os dois grandes nomes significou o aprimoramento dos serviços a partir do uso de tecnologia de ponta. Nesse ponto, a gama da oferta foi amplificada para os consumidores após a união das empresas. A exemplo, em 2018, foi anunciado um conjunto que consistia em um teto solar acompanhado de um pacote de bateria. A exposição aumentou, bem como a divulgação da Tesla e da SolarCity.
Histórico manchado de Elon Musk com a reputação da Tesla
Esse não é o primeiro processo judicial que Elon Musk enfrenta. Em 2018, a SEC (Comissão de Valor Mobiliários dos Estados Unidos) processou a Tesla por fraude após uma publicação do CEO em sua rede social sobre o capital da empresa fechar em 420 dólares por ação. Um acordo de 20 milhões de dólares foi o passe de resolução.
Em outro caso, em 2019, o espeleólogo Vernon Unsworth acusou Musk de difamação, mas perdeu o processo. Esses são apenas exemplos de uma lista de ações criminais envolvendo o empresário e sua corporação. Enquanto o destino e a manutenção da Tesla é colocada em cheque, Musk tenta se sobressair em meio às polêmicas envolvendo seu nome.
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Fontes: CNBC | Financial Times
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