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Um processo iniciado estado da Califórnia trouxe um escândalo na indústria de tecnologia: Elon Musk, que foi um dos principais investidores da OpenAI quando ela ainda dava seus primeiros passos, processou a criadora do ChatGPT.
Ele alega que o CEO Sam Altman fechou um acordo com a Microsoft com o intuito apenas de lucrar, o que vai contra o propósito inicial, definido quando Musk ainda era investidor. Saiba mais sobre o processo e como isso se desdobrará no futuro.
O propósito original da OpenAI
No final de 2015, a OpenAI iniciou suas atividades como uma empresa que não seria focada em lucro, mas sim em desenvolver novidades tecnológicas que seria acessíveis para todas as pessoas. Quando acessamos o site da OpenAI, este é o texto falando sobre a companhia:
Fundamos a OpenAI sem finalidades lucrativas no final de 2015 para construir inteligência artificial geral segura e benéfica para o benefício da humanidade. Um projeto como este poderia ter sido anteriormente proveniente de um ou vários governos – um empreendimento à escala da humanidade que visa amplos benefícios para a humanidade.
Texto da OpenAI falando sobre seu propósito.
Mas, como você precisa imaginar, o dinheiro para a pesquisa e desenvolvimento das tecnologias de inteligência artificial teria que sair de algum lugar. Em 2020, Sam Altman fechou um acordo com a Microsoft, que foi e ainda é uma das maiores investidoras da empresa no momento.
Alegações do processo
Nos primeiros anos de funcionamento da OpenAI, Elon Musk também foi uma das pessoas que fez parte deste time de financiadores. Ele se afastou do conselho de 2018 por motivos não explícitos e, seis anos após isso, alega que Sam Altman praticamente “vendeu” a OpenAI para a Microsoft, já que a maior empresa de tecnologia do mundo é uma das que mais implementam recursos da OpenAI em seus aplicativos e no Windows. O processo diz que:
A OpenAI Inc. foi transformada em uma subsidiária de fato e de código fechado da maior empresa de tecnologia do mundo: a Microsoft. Sob o seu novo conselho, não está apenas a desenvolver, mas também aprimora uma AGI para maximizar os lucros para a Microsoft, e não para o benefício da humanidade.
Processo de Elon Musk contra a OpenAI
Além disso, outra acusação de Musk é que a OpenAI está colocando a humanidade em risco ao desenvolver uma AGI (sigla para Artificial General Intelligence) sem o conhecimento de especialistas. Uma AGI é um tipo de IA que possui a capacidade geral de entender, aprender e realizar qualquer tarefa que um ser humano é capaz de fazer.
A implementação deste sistema permanece em discussão constante, levantando questões éticas e de segurança e podendo afetar diversos cargos em empresas. Até o momento, a AGI ainda não foi compreendida, porém, diversas pesquisas continuam realizadas para desenvolver o sistema sem prejudicar outras pessoas.
Elon Musk também cita que o Google está querendo lucrar com o desenvolvimento de uma novidade como esta e isso pode sair do controle dos humanos, mesmo que alguns cuidados sejam tomados.
Quando pessoas como Musk, veem uma ameaça existencial na AGI, outros veem a AGI como uma fonte de lucro e poder. A AGI representa um particularmente agudo e perigo nocivo para a humanidade.
Processo de Elon Musk contra a OpenAI
Possível existência da Q* (Q-Star)
Em novembro de 2023, publicamos uma matéria sobre a possível existência de uma “super inteligência artificial” que pode ser considerada uma AGI e leva o nome de Q-Star. Tudo segue na casa do “talvez”, pois não há dados concretos que Q* (também chamada de Q-Star) exista e a OpenAI nem mesmo comenta nada sobre o assunto.
Dados vazados mostram que a Q* teria capacidade para quebrar criptografias, que são nada menos do que a base da segurança em processos digitais. Além conseguir criar mensagens e criptografar as mesmas, a IA super avançada também teria a possível capacidade de ter acesso aos dados dos clientes de uma forma rápida. A depender de quem tiver acesso à Q*, isso pode ser um verdadeiro problema.
Mas comenta-se sobre esta AGI antes mesmo de um nome sobre ela realmente existir. No dia 17 de novembro de 2023, Sam Altman foi demitido do cargo de CEO da OpenAI pelo conselho da empresa, após ele supostamente esconder a existência da Q-star. Em seu processo contra a OpenAI, Musk afirma que a Q* realmente está em desenvolvimento e ela trará grandes problemas para a humanidade.
Caso a Q* realmente exista, isso confirma o principal motivo de Sam Altman ter sido removido de suas obrigações, já que não informou o desenvolvimento da AGI para o conselho. Elon Musk também alega que o desenvolvimento do GPT-4, modelo de linguagem lançado em 2023, foi feito em sigilo pela OpenAI, Sam Altman e Greg Brockman, presidente da OpenAI.
Ele diz que, praticamente, o modelo de linguagem foi disponibilizado apenas para a Microsoft, além de estar disponível apenas para usuários pagantes. E foi neste momento que o “acordo de fundação da OpenAI” foi queimado. “Este sigilo é motivado principalmente por considerações comerciais, não por segurança”, cita o processo.
Por fim, ele aponta que a Microsoft tem “poder de alavancagem” dentro da OpenAI, alegando notícias reais como a contratação de Altman por alguns dias pela criadora do Windows. É importante lembrar que Sam Altman retornou ao cargo de CEO da OpenAI dias depois, agora com a empresa da AI tendo um novo conselho. Mas Musk cita que isso também trouxe problemas:
O novo conselho introduzido após a reintegração de Altman não tem experiência para determinar se a empresa alcançou AGI e, portanto, se produziu um produto fora do escopo da licença da Microsoft. Este processo foi aberto para obrigar a OpenAI a aderir ao acordo de fundação e retornar à sua missão de desenvolver AGI para o benefício da humanidade, não para beneficiar pessoalmente os réus individuais e a maior empresa de tecnologia do mundo.
Processo de Elon Musk contra a OpenAI
Próximas implicações
Especialistas citam que é improvável que o processo de Elon Mus contra a OpenAI realmente se sustente no tribunal, pois ele se baseia em uma troca de Musk entre o homem mais rico do mundo e Sam Altman feita em 2015. A justiça dos EUA até aceita que contratos sejam firmados via e-mail, mas Brian Quinn, professor de direito da Boston College Law School, cita que o e-mail mais parece uma proposta e uma “discussão unilateral”, do que um contrato.
Outro comentário é que Musk não poderia processar a OpenAI devido a não fazer parte do conselho da OpenAI. Dessa forma, não há a possibilidade de alegar que a empresa quebrou seu acordo de fundação.
É difícil ver que ele tenha qualquer legitimidade para tentar fazer cumprir o seu ‘acordo de fundação’ ou o certificado
Brian Quinn, professor de direito da Boston College Law School
Por fim, Musk gostaria de receber o dinheiro que investiu na criadora do ChatGPT, mas isso também não deve dar certo: ele cita que a empresa deixou de seguir seus propósitos apenas em 2023, quando não fazia mais parte dela.
Você acha que este processo realmente terá chances de dar certo? Diga pra gente nos comentários!
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Com informações: The Guardian l Reuters l Courthouse News Service
Revisado por Glauco Vital em 1/1/24.
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