Elon Musk anuncia fim das vendas da Tesla com Bitcoin, que desaba

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Após Elon Musk anunciar que vai suspender as vendas da Tesla com bitcoins, cotação da criptomoeda cai mais de 6%

Preocupado com os impactos ambientais causados pelo processo de mineração das criptomoedas, Elon Musk decide suspender as vendas da Tesla com bitcoins. Depois do anúncio Musk no Twitter, feito na manhã da última quarta-feira (12), as ações da montadora começaram a cair no after market da bolsa de valores de Nova York, chegando a registrar uma queda em torno de 5%. 

Já o Bitcoin teve perdas de 6,76% em 24 horas, o preço da criptomoeda caiu de US$ 54.602,77 para US$ 52.147,82. Até a manhã de hoje, quinta-feira (13), a desvalorização da moeda digital no Brasil chegou a 4,76%, com um Bitcoin valendo cerca de R$ 280.637.

Preço do bitcoin-fonte-bbc
Volatilidade do preço do bitcoin desde 2020

A decisão de Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, foi uma surpresa para os analistas do mercado financeiro. Afinal, há pouco mais de um mês a montadora anunciou que iria aceitar o bitcoin como forma de pagamento de seus veículos elétricos.

Em entrevista à BBC, a analista Julia Lee, da Burman Invest, acredita que a atitude de suspender as vendas da Tesla com bitcoins pode ser uma tentativa de mostrar aos investidores que a montadora está tentando minimizar os impactos no meio ambiente e que está comprometida com “ questões de governança ambiental, social e corporativa”. 

Para outros analistas a decisão de Elon Musk pode ser apenas uma jogada para “influenciar o mercado de criptomoedas”. Visto que em outras ocasiões o empresário também usou o Twitter para se posicionar sobre assunto e acabou influenciando o mercado.  Como aconteceu com a Dogecoin que começou a receber notoriedade depois dos tweets de Musk e hoje figura entre as cinco maiores criptomoedas do mundo.

Entenda o fim das vendas da Tesla com bitcoins e impacto no meio ambiente

Na publicação feita no Twitter, Elon Musk deixa claro que o fim das vendas da Tesla com bitcoins está diretamente ligado ao uso de combustíveis fósseis durante o processo de mineração da criptomoeda, “principalmente o carvão que possui uma das piores emissões de qualquer combustível”. 

Para efeito de comparação, um estudo realizado no Reino Unido, pela Universidade de Cambridge, aponta que a mineração de moedas digitais consome anualmente cerca de  130,9 terawatt-hora (TWh), o que resulta em um gasto energético maior do que é consumido na Argentina anualmente. O país latino-americano tem uma população estimada em 45 milhões de habitantes e consome aproximadamente 125,03 TWh por ano.

Outro estudo conduzido na University of Chinese Academy of Sciences, afirma que a China está no topo das emissões de carbono (CO2), chegando a 130,50 milhões de toneladas de CO2 por ano. O país é responsável por minerar mais de 75% dos bitcoins mundiais e as emissões de carbono causadas pela atividade chegam a ser maiores que uma das 10 maiores cidades chinesas. Isso acontece porque para minerar criptomoedas é preciso ficar com computadores ligados na eletricidade o tempo todo. Como na maior parte do ano a eletricidade é produzida por meio de combustíveis fósseis, a emissão de CO2 acaba sendo muito alta no país.

Os defensores das moedas digitais afirmam que o mercado financeiro tradicional gera tanta poluição quanto a mineração, uma vez que os escritórios, bancos e bolsas de valores também consomem muita energia elétrica, pois é comum o uso de diversos aparelhos eletrônicos nesses locais como ar-condicionado, cafeteiras, computadores, entre outros. Além disso, o deslocamento dos funcionários até os locais de trabalho, que na maioria das vezes acontece em meios de transportes que não usam energia limpa, contribui para o aumento da poluição.

Elon Musk terminou a publicação explicando que a Tesla não vai vender mais bitcoins por enquanto e que pretende usar a moeda “assim que a mineração transitar para uma energia mais sustentável”. Vale ressaltar que a montadora, que teve lucro recorde no primeiro trimestre, chegou a vender este ano 10% da sua carteira de bitcoin no início de 2021.

Fonte: Protocol, BBC, ZDNet; Interesting Engineering, G1


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