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Hoje foi um dia positivo para o mercado brasileiro que ainda está se adaptando ao novo governo e às alterações relacionadas ao comando da economia. Graças às notícias relacionadas às questões de juros tanto americanas quanto brasileiras, o dólar chegou a ser cotado em R$ 4,94. A moeda não fica abaixo de R$5 desde junho de 2022.
Dólar e o mercado brasileiro
É sempre um momento de instabilidade econômica quando acontece uma troca de governo como foi recentemente no Brasil. Os investidores tanto do mercado interno quanto externo ficam atenciosos aos nomes anunciados e suas principais falas para conseguirem ter melhores expectativas sobre como será a política econômica e assim determinar se terão uma boa ou ruim confiança no governo que assume.
No caso do Brasil, esse acontecimento foi ainda mais forte porque o governo teve uma mudança bem radical não só no ideal econômico, mas também político.
Recentemente algumas falas do então Presidente Lula não vinham repercutindo bem no mercado, e a preocupação com questões ligadas ao teto de gasto e inflação dentro do governo estavam incomodando investidores.
Apesar disso, o dólar completou agora sua 4º semana operando em queda, e não é só isso que temos para comemorar. Hoje, pela primeira vez desde junho de 2022, a moeda chegou a ser cotada abaixo de R$ 5, negociada por R$ 4,9417
Com essa queda em série, os especialistas da agência Reuters estão confiantes que finalmente e de forma mais segura o dólar rompa de vez com a casa dos cinco, e volte a ser cotado na casa dos R$4 de forma contínua.
Juros nos Estados Unidos
Dessa vez a queda foi impulsionada sobretudo pelo anúncio do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) de anunciar o aumento na taxa de juros em 0,25%. Embora o aumento em si não seja bom para o Brasil, a queda do dólar acontece porque seguindo os últimos aumentos, era esperado que a taxa subisse de 0,50 a até 0,75 pontos.
Vale lembrar que nesse momento os juros americanos estão bastante altos e isso acontece porque os EUA estão lidando com um problema não muito comum para eles: a inflação.
Uma das formas de conter a inflação – sendo essa a principal meta do FED – é aumentar juros, com isso o dinheiro fica mais caro e roda menos. Essa medida costuma ter como contrapartida a diminuição do crescimento econômico, afinal, com os juros mais caros, menos empresas e pessoas decidem fazer empréstimo e por consequência investir deixa de ser uma boa opção porque o risco fica mais elevado.
Juros no Brasil
Quando falamos de inflação e juros, estamos falando de problemas corriqueiros para o Brasil.
Atualmente o Brasil tem os maiores juros reais do mundo exatamente para combater a inflação. O Banco Central do Brasil decidiu manter a taxa sélic em 13,75%, e embora o número seja bem alto, a expectativa era que fosse aumentada.
Sendo assim, os anúncios de ambos os Bancos renderam uma maré positiva ao mercado brasileiro, que, sinceramente, esperamos e desejamos que dure por um bom tempo.
A importância de um dólar baixo
O dólar não é só a moeda mais forte do mundo, como também a moeda mais importante do mundo.
Muitas pessoas pensam “ah, mas eu utilizo o real, por que me importaria com o dólar?”, só que essa moeda, além de ser a moeda oficial da maior economia mundial – Estados Unidos da América -, é também a moeda eleita pelo mercado global para fazer negócio.
Isso acontece desde 1944, na Conferência de Bretton Woods, onde as maiores economias mundiais substituíram o ouro no comércio internacional pelo dólar. Isso aconteceu porque nessa época a economia dos Estados Unidos já era extremamente potente, e a partir daí sua hegemonia mundial somente aumentou.
Após essa decisão, os países começaram a fazer reservas em dólar, visto ser necessária a moeda para o comércio mundial. Desde então o dólar serve como base de especulação em todo o cenário mundial.
Um exemplo da importância do dólar para nós é que o Brasil não é autossuficiente na produção de trigo, e precisamos comprar trigo dos americanos. Quanto mais alto o dólar, mais alto pagaremos no trigo. Quanto mais pagamos no trigo, mais caro fica o pão que todo brasileiro coloca na mesa diariamente.
O dólar é uma moeda extremamente segura no mercado pelo seu peso. Por isso, em momentos de crise como aconteceu com as paralisações do COVID-19, todos os investidores e pessoas com reservas compram dólar, para não arriscarem perder seu dinheiro, e, como consequência, nesses momentos o dólar dispara, afetando a economia de todos os países – principalmente os em desenvolvimento com o Brasil.
A baixa no dólar é sempre entendida como um sinal de melhoras na economia interna e também mais confiança por parte dos investidores e acionistas do mercado.
FONTES: Investing.com, Reuters
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim
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