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A chegada de uma nova tecnologia no mercado é um processo cuidadoso e nem sempre tão rápido quanto muitas fabricantes e até mesmo usuários desejam. Um dos exemplos mais recentes é a nova era do smartphone dobrável que teve início esse ano com grandes anúncios como o Samsung Galaxy Fold e o Huawei Mate X.
Esses aparelhos chamam a atenção por muitos aspectos, mas principalmente pelo preço elevado. E isso faz com que muitas pessoas se perguntem se vale a pena estar no grupo pioneiro e adquirir um smartphone dobrável agora ou se é melhor esperar para quando a tecnologia já estiver consolidada.
Existem alguns obstáculos nesse percurso, e as empresas precisam superar todos para que a novidade se torne algo viável para o consumidor em geral.
Mais caros em fases de testes
Toda inovação em matéria de telas precisa passar por um longo processo de fabricação e principalmente testes. Por isso, o caminho do laboratório até se tornar um produto próprio para consumo acaba sendo lento e cuidadoso.
Processos de fabricações mais caros, assim como de um hardware mais complexo, necessitam de um grande investimento, e por isso, para que essas empresas tenham um lucro, inicialmente o preço do produto final é mais elevado para equilibrar essa balança.
O cuidado também é importante, afinal um painel com um pixel morto já não pode sair da fábrica para vendas. Foi o que aconteceu com a tecnologia OLED, por exemplo, que passou por um longo período de testes e de produção em pequena escala até se tornar comercialmente viável.
Muitas empresas já estavam testando a tecnologia e quando começaram a vender smartphones com esse tipo de tela, eles eram mais caros no início. A Samsung, por exemplo, levou anos para diminuir o preço de seus smartphones com OLED para se tornar competitivo com o LCD.
Processo mais complexo
E a fabricação de um smartphone dobrável é, de fato, bastante complexa. Embora painéis OLED com um substrato flexível já sejam usados há algum tempo, eles não foram feitos para serem realmente dobrados pelo consumidor e por isso são protegidos em vidro, como acontece nos aparelhos da família Galaxy S e o iPhone.
Já em um smartphone dobrável, esse painel precisa ser durável e resistente sem essa proteção. Ele precisa conseguir ser dobrado várias vezes por muito tempo sem apresentar nenhum defeito, e por isso são mais difíceis de serem produzidos.
Um exemplo é o Nubia Alpha, o smartphone de pulso com tela dobrável, que precisa de um filme protetivo com 11 camadas diferentes.
Produção limitada
Outro fator que interfere no preço final do produto atualmente é que sua produção é limitada. As empresas não podem começar a vender várias unidades de uma vez em uma tecnologia tão nova, e com isso cada um dos exemplares acaba tendo que custar mais para que a aposta valha a pena.
Isso também faz com que as empresas que realizam a produção de telas OLED dobráveis não consigam produzir para muitas fabricantes de uma vez. Com isso as opções se tornam mais limitadas.
As empresas querem chamar atenção
O que é bastante notável com a chegada desses novos dispositivos, é que as empresas querem ter o controle deles o quanto antes e por mais tempo possível. Por isso temos no mercado aparelhos que são o melhor que podem ser hoje em dia, mas ainda são imperfeitos.
No fim, a disputa não é sobre qual aparelho é o melhor tecnicamente falando e sim qual empresa vai chamar mais atenção com eles primeiro.
Ou seja, por enquanto os smartphones dobráveis lançados lutam para quem tem o melhor conceito ao invés de quem vai fazer mais sucesso no futuro. Obviamente eles serão modificados e melhorados consideravelmente nos próximos anos até que se tornem realmente aparelhos competitivos no mercado.
Vendendo exclusividade
Então agora o apelo dos smartphones dobráveis não está em suas vantagens e na qualidade em si, e sim na chance de exclusividade. Quem puder e quiser comprar uma das poucas cópias que serão vendidas vai estar na frente da corrida e experimentar uma nova tecnologia antes da maioria das pessoas. As empresas não estão querendo realmente vender em larga escala agora, e por isso os preços são mais elevados.
Nem a Samsung nem a Huawei sabem ainda o valor real dos seus novos produtos já que eles não estão tendo uma produção em massa. O preço colocado nesses aparelhos agora é uma das formas de ter o controle sobre eles, oferecer exclusividade e segurá-los mais um pouco até eles estarem realmente prontos.
Quando devo comprar um smartphone dobrável?
O CEO da Huawei, Richard Yu, afirmou que vai levar mais um tempo para que o smartphone dobrável possa ser produzido e vendido por uma quantia inferior a 1.000 euros. Segundo Yu, eles precisariam de ao menos mais dois anos para isso, e a partir desse período o preço ainda tenderia a baixar mais.
Isso quer dizer que com tempo, a tecnologia chegará também a aparelhos com especificações mais simples e não tão absurdamente poderosas como o Galaxy Fold, por exemplo. Isso porque outras empresas já estão começando a trabalhar com esse tipo de tela também, o que significa que com o tempo também existirão mais opções, obviamente.
Em conclusão, é possível perceber que 2019 será o ano marcado pela apresentação do smartphone dobrável, mas não sua consolidação no mercado. Para isso, a tecnologia ainda precisará de mais alguns anos e talvez por volta de 2021 ele comece a ter uma produção mais elevada com aparelhos que custem menos do que um iPhone.
Fonte: AndroidAuthority
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