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Grandes empresas de tecnologia tomaram as notícias mundiais nas últimas semanas por interromperem milhares de contratos com seus funcionários. Essa prática que recebe o nome de lay-off está sendo utilizada por empresas como Amazon, Google, Microsoft e outras bigtechs.
Em um momento de contração econômica mundial, essas demissões em massa podem significar um prelúdio de algo maior que se aproxima.
Lay-off: O que é
Nas últimas semanas um novo termo ganhou as principais notícias mundiais e chamou nossa atenção para o que até então era desconhecido. Lay-off no bom português pode significar demissão, mas na prática esse termo é usado para um período de inatividade no contrato de trabalho que geralmente acontece em massa, e se popularizou por ser um evento que está atingindo em cheio grandes empresas de tecnologia.
A maior diferença entre o lay-off e uma demissão é que no lay-off é estipulado um prazo para que os funcionários voltem ao trabalho, ou seja, não há uma rescisão contratual, mas uma interrupção no contrato para que o funcionário tenha um período de inatividade em relação a empresa.
O lay-off tem surgido como uma forma de evitar demissões em massa, mas a forma como tem ocorrido tem chamado atenção pelos números em proporções jamais vistas, principalmente quando consideramos que as grandes empresas de tecnologia têm um grande peso na economia e no futuro das coisas, de forma geral.
Isso porque, essas empresas têm ocupado um trabalho central nas inovações nas últimas décadas, e o fato de precisarem recorrer a esse artifício gera um incômodo e um receio de que as coisas não terminem por aí.
O site https://layoffs.fyi/ reúne os principais dados sobre o acontecimento, e pelos números reunidos no site, somente em 2022, 158.951 pessoas tiveram seus contratos de trabalho interrompidos.
Se os números de 2022 já chamam atenção, a situação fica crítica quando observamos os números de 2023 e consideramos que sequer finalizamos o primeiro mês do ano.
Sendo as empresas de tecnologia as principais captadoras de tendências do mercado, o receio agora é: Essa tendência irá se espalhar pelo mercado de trabalho global?
Empresas afetadas
Até o momento, as principais big techs estão sendo afetadas por essa necessidade de recorrer ao lay off, com dispensas que assustaram e chocaram o mercado e o mundo não só da tecnologia pelo elevado número de trabalhadores atingidos.
Amazon, Google, Microsoft e Meta, todas grandes empresas de tecnologia interromperam mais de 10 mil contratos de trabalho até agora, sem nenhuma certeza de que esse número irá aumentar.
Embora como já falamos, o layoff trate de uma interrupção no contrato, algumas empresas como a Amazon já anunciam publicamente que estão falando em demissões em massa.
O que aumenta o receio do mercado é que essas interrupções sejam só o início, e que esses contratos jamais sejam retomados, mas acabam desaguando em demissões em massa, o que seria assustador para toda a economia mundial e puxado pelas big techs que já alguns anos tem sido exatamente as empresas de maiores destaques mundiais não só em lucro, mas em inovação e gestão empresarial.
O que está acontecendo
A economia dos Estados Unidos está à beira de entrar em uma recessão, e isso não acontece há alguns anos. A inflação galopante e o juros altos têm sido reflexo de um mercado que não conseguiu reagir como o esperado em sua recuperação pós-pandemia.
As expectativas com o resultado positivo da vacina e da retomada econômica era que o mundo sofreria uma fase de expansivo crescimento, principalmente as grandes economias, e as grandes empresas de tecnologia como captadoras de tendências reagiram a isso se preparando para demandas que, na prática, não existiam.
Essas empresas fizeram muitas contratações e se prepararam para atender um mercado irreal. Prova disso é que a economia mundial em 2023 entrará em recessão, segundo o FMI.
Além dos EUA, a situação na Europa não é das melhores, e quando consideramos que temos EUA, Europa e China como grandes potências econômicas mundiais, fica fácil perceber a retração mundial que vamos enfrentar.
Por uma visão mercadológica, esse movimento de lay-off tem sido tão assustador nas grandes empresas de tecnologia porque esse movimento está sendo observado como o primeiro grande prelúdio de uma recessão que se aproxima e em nenhuma análise se apresenta como algo brando.
Vale lembrar que todas essas empresas citadas aqui — e outras — são, atualmente, empresas que se destacam recorrentemente nas empresas com maiores lucros anuais.
O que esperar
É algo normal quando o Brasil tem problemas de inflação, mas não é muito comum Estados Unidos e Europa sofrerem com esse problema, e isso está acontecendo em um nível assustador atualmente.
A inflação americana está a níveis comparados aos de 1980 e a economia está a passos largos para uma recessão que por hora, tem sido observada como uma recessão leve. A última vez que os EUA entraram em recessão foi na grande recessão de 2007.
Em uma economia globalizada como a que vivemos, todas as economias estão conectadas como fios em uma rede. Quando um fio sofre problemas – principalmente quando um fio muito importante como é a economia americana -, toda a rede é comprometida. Prova disso é que, quando, em 2007 os EUA entraram em recessão, o mundo entrou junto.
O que queremos dizer com isso, é que, o lay-off nessas grandes empresas não tem acontecido por um motivo isolado desses dados que, quando analisados de forma criteriosa, assustam.
Essas empresas de tecnologia precisam de uma demanda – como a demanda que esperavam ter – para que precisem de funcionários ativos.
Ou seja, o lay off irá se expandir ou retrair à medida que essas empresas precisarem de funcionários ativos, e isso está diretamente relacionado à situação econômica atual, afinal, a ausência de demandas acontece exatamente pela retração econômica.
Não podemos dizer que estaremos em uma situação mais confortável no próximo semestre, mas podemos acompanhar os números e análises econômicas para assim conseguirmos compreender melhor o caminho que essas empresas irão continuar tomando, afinal em suas raízes, seus movimentos são tomados visando lucro.
Sendo assim, precisamos estar atentos aos gráficos e análises econômicas, sendo elas positivas ou negativas, e nos mantermos sóbrios em relação às futuras expectativas e os próximos acontecimentos econômicos, na certeza que aconteça o que acontecer, não estamos em um momento muito fácil da história.
FONTES: Dados sobre layoff, Layoff Amazon, LayoffGoogle, Recessão EUA, Recessão Mundial 2023
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