Processador de origem chinesa

Dell quer deixar de usar componentes da China até 2024

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Com a tensão entre EUA e China, Dell, Apple e HP começaram a se movimentar para deixar de usar componentes da China em seus produtos

Atualmente classificada como a terceira maior fornecedora de PCs do mundo pela IDC, a Dell começa a indicar que escolheu um lado na tensão entre Estados Unidos e China, que vem crescendo dia após dia. A empresa começou a estudar e solicitar para seus fornecedores que a “dependência” de componentes da China deve começar a acabar. A HP é outra empresa que está indo pelo mesmo caminho.

As informações foram confirmadas por fontes internas da Dell e pegou especialistas de surpresa, mas indicam uma mudança importante em todo o mercado de fornecedores de tecnologia. Entenda a história agora mesmo.

Tensão entre Dell e fornecedores chineses

A Dell é uma das empresas mais presentes e que mais realizam vendas de computadores em todo o mundo, mas com a tensão entre Washington e China, em que os EUA estão criando leis mais rígidas para importação com o pretexto de garantir a segurança nacional, foi decidido que os componentes fabricados na China deixarão de ser usados até o começo de 2024.

Notebook da dell com componentes da china
Dell quer acabar com produtos “made in China” (Foto: Reprodução/Internet)

Fontes internas da Dell compartilharam ao Nikkei Asia que a companhia solicitou que o uso de chips da China seja “diminuído de forma significativa”. A regra é clara: por mais que não fabrique todos os componentes dos produtos que vende, foi exigido que os parceiros deixem de fechar negócios com fábricas chinesas.

Prédio da dell na malásia
Mudança pode impactar toda indústria de tecnologia (Foto: Reprodução/Internet)

Por exemplo: se a tela de um notebook é fabricada na China e revendida para a Dell por meio de um intermediador, será necessário que o fornecedor deixe de comprar a tela de uma empresa chinesa. A empresa de origem estadunidense quer acabar com tudo que seja “made in China”. Veja o comunicado enviado à imprensa:

Nós exploramos continuamente a diversificação da cadeia de suprimentos em todo o mundo que faz sentido para nossos clientes e nossos negócios. A China é um mercado importante onde temos parceiros e clientes para atender. Para melhor atender às necessidades e expectativas de nossos clientes e parceiros, temos diversidade geográfica, flexibilidade e estabilidade incorporadas em nossa cadeia de suprimentos global.

Dell sobre mudança de fornecedores

Caso não se adequem ao novo pedido da fabricante de modelos da linha Latitude, Alienware e mais, há o risco dos fornecedores perderem os pedidos — que vamos combinar, devem ser gigantes em meio à demanda mundial da Dell. O pedido interno pegou os fornecedores de surpresa, mas caso tudo se concretize, a manobra foi definida como “irreversível”.

Existem milhares de componentes para notebooks, e o ecossistema foi tão maduro e completo na China por anos. Anteriormente, sabíamos que a Dell meio que tinha planos de diversificar a partir da China, mas desta vez é meio radical. Eles nem querem que seus chips sejam fabricados na China, citando preocupações com a política do governo dos EUA. … Não é apenas uma avaliação, não é um alarme falso. É um plano real e contínuo, e essa tendência parece irreversível.

Executivo de um fornecedor de processadores para a Dell e HP

HP e Apple também procuram diversificação de fornecedores

Outra empresa que também escolheu um lado entre os problemas envolvendo os EUA e a China foi a HP. Assim como uma de suas principais concorrentes, a criadora de modelos de notebooks Dragonfly e muitas outras linhas já trabalha para que todos os componentes de seus produtos, incluindo processadores, placas-mãe e demais itens, agora sejam fabricados fora da China. A empresa também quer acabar com a montagem dentro do país asiático e ter parceiros de outras partes do mundo.

Processador de computador da hp
HP também procura por fornecedores de outros países (Foto: Reprodução/Internet)

A Apple também caminha para a mesma realidade: a partir da metade de 2023, é esperado que os Macbooks comecem a ser montados no Vietnã, sendo agora, neste primeiro momento, a primeira alternativa da empresa de Cupertino para deixar de trabalhar apenas com a China.

Tim cook em fábrica da apple no vietnã
Apple já tem fábrica fora da China (Foto: Reprodução/Internet)

Vale lembrar que juntas, Dell e HP venderam 133 milhões de notebooks em 2021 e esta mudança vai provocar uma grande “balançada” na indústria de tecnologia. Pode ser cedo para dizer como esta grande tradição será quebrada. Atualmente, as cidades com montadoras mais famosas estão na cidade de Kunshan, na província de Jiangsu, e Chongqing, na província de Sichuan.

E para onde vão as produções?

Especialistas de tecnologia apontam que em cerca de 05 a 10 anos, é esperado que centros de produção comecem a ser construídos na Índia, no Sudeste Asiático e também na América Latina sejam inaugurados. Ao mesmo tempo, as primeiras mudanças devem envolver apenas a montagem, para em que, em seguida, seja realizada a fabricação de componentes como placas, processadores e mais.

Componentes da china de um processador
Mudanças devem ocorrer primeiramente na montagem (Foto: Reprodução/Internet)

A alteração no processo de fabricação é mais incentivada por motivações políticas, do que para aumentar a diversidade nos fornecedores. As empresas estadunidenses e de outras origens querem diminuir a dependência da China de forma gradual.

As crescentes tensões geopolíticas entre os EUA e a China são uma das principais razões pelas quais os fabricantes de eletrônicos agora levam mais a sério a execução dos planos para construir uma base de produção alternativa significativa além da China. Isso é verdade para a Apple, bem como para outros fabricantes americanos de eletrônicos e marcas.

 Eddie Han, analista da Isaiah Research

O momento é, de então, de grandes mudanças para que novos fornecedores consigam atender as demandas da Dell, HP e Apple (e não se surpreenda se outras companhias forem no mesmo caminho). Você acredita que algum lançamento precise ser adiado por conta disso? Diga pra gente nos comentários!

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Com informações: Nikkei Asia

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