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Após mais de um mês de paralisação, hoje (21) ocorre o julgamento da greve dos Correios pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A greve teve início em 17 de agosto, após a discussão de propostas de privatização da estatal e alterações nos benefícios trabalhistas. Nesse julgamento os ministros do TST poderão decidir termos do novo acordo coletivo da categoria, o que deve incluir novo reajuste salarial e novas cláusulas.
No último dia 11 houve uma audiência de conciliação com vistas à manutenção do acordo coletivo da categoria firmado em 2019 e com vigência até 2021, que foi suspenso em 1º de agosto pelos Correios em virtude da pandemia do novo coronavírus. Cláusulas trabalhistas importantes, como a licença-maternidade de 180 dias, pagamento de adicional noturno, auxílio-creche e indenização por morte deixaram de estar em vigor.
Entretanto, durante a audiência do TST que durou mais de 2 horas, a diretoria dos Correios presente na audiência não apresentou uma contraproposta aos sindicatos dos trabalhadores. A suspensão do acordo coletivo, que a empresa alega ser necessária para conter gastos extras durante a pandemia, teve a anuência do Supremo Tribunal Federal (STF). Com o julgamento da greve dos correios hoje, espera-se que haja um acordo para o retorno das atividades.
Privatização não deve ser assunto do julgamento da greve dos Correios
Outra demanda da paralisação dos funcionários é a privatização da companhia. A promessa de campanha do Presidente Jair Bolsonaro – que não é consenso entre a população brasileira – está sendo organizada pelo governo, e há grandes companhias interessadas nesta aquisição, como a brasileira Magazine Luiza e a multinacional de tecnologia Amazon.
“Somos 98.000 pais e mães de famílias que podem ficar sem emprego se os Correios forem privatizados”, afirma o presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect), José aparecido Gandara. Dentre os temores dos manifestantes estão a entrega de um patrimônio nacional a uma empresa estrangeira, a redução do quadro de trabalhadores e a redução de atuação dos Correios em áreas remotas, que não geram lucro para a companhia.
Posicionamento dos Correios
Por meio de nota, os Correios reforçam sua posição de supressão das cláusulas do acordo coletivo:
“Desde o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, a empresa tem sido transparente sobre sua situação econômico-financeira, agravada pela crise mundial causada pela pandemia de COVID-19. Situação, inclusive, que vem sendo reiterada ao TST, que julgará a ação de dissídio”
Nota dos Correios
Em outra nota, a empresa informa que segue com as agências abertas ao público, e trabalha para diminuir o impacto da greve:
“Nas últimas quatro semanas, seguindo o plano de continuidade do negócio, já foram mais de 187 milhões de objetos postais, entre cartas e encomendas, entregues em todo o país”
Nota dos Correios
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