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Após a prisão de seu fundador do WikiLeaks, Julian Assange, no Equador no dia 11 de abril, todos os documentos, registros e informações sigilosas do WikiLeaks foram liberados na internet. Assange já havia comentado sobre a liberação das informações, caso fosse preso. Veja o momento da prisão:
Os dados brutos disponíveis no site mostram contatos, contratos, transações, atas de reunião e documentos sigilosos de vários países, especialmente dos Estados Unidos, o que pode ter causado a ira do governo norte-americano.
E há certo fundamento, já que um policial de Londres declarou que a prisão de Assange, que estava asilado no Equador há 7 anos, tem relação com um pedido de extradição feito pelos norte-americanos. No país, ele está sendo investigado por vazamento de documentos.
Muitos dos documentos liberados pelo WikiLeaks já haviam sido divulgados em outras ocasiões. A decisão de Assange e do site muito vem como um grande trunfo final.
WikiLeaks e seu fundador
Para seus apoiadores, o australiano de 47 anos é um corajoso paladino da verdade. Para seus opositores, ele é alguém que busca publicidade e mídia sem se preocupar nos riscos de trazer à público um grande volume de informações confidenciais.
Já seus ex-colaboradores são mais enfáticos: é uma pessoa extremamente inteligente, sagaz e intensa. Tem uma enorme facilidade em decifrar códigos de programação. O que não é para menos. Seus pontos fortes tornaram-se os grandes trunfos do WikiLeaks.
O site, fundado em 2006, tem feito um trabalho aos moldes de Robin Hood. Mas a fama mundial se consolidou em 2010, quando viralizou um vídeo de soldados norte-americanos atirando em civis no Iraque, matando 18 pessoas no processo. Eles atiravam dentro de um helicóptero. Veja o vídeo divulgado:
Os documentos controversos divulgados encontram-se no diretório do WikiLeaks, e incluem casos como:
- Coca-cola mata 10 crianças na Tanzânia em 2007;
- Relatório de inteligência bolivariana (contém coisas do Brasil);
- Rosana Sarney possui milhões em offshore;
- Manual de sobrevivência de espiões na Coreia do Norte (e outras coisas sobre o país em si);
- Instruções sobre as operações internas de organizações secretas da Maçonaria, OPUS DEI e os Mormons;
- Manual de Usuário para Alien;
- Soldado Americano eletrocutado em uma estação de Metrô na Coreia;
- E-mails do John Podesta, sobre o caso do Pizzagate;
- Mensagem escrita por Aliens (em 1963), a última página da carta diz que eles podem usar nosso planeta quando quiserem, para re-habitação;
- E-mails da Hillary Clinton;
- Relatório americano sobre instalações nucleares ao redor do mundo;
- Trafico de drogas dentro do exercito do EUA;
- O roteiro do Indiana Jones 4;
- Resultados de exame de HIV do Steve Jobs, em 2008.
A fama de bom moço, no entanto, durou pouco, já que no final daquele mesmo ano, Julian Assange foi detido no Reino Unido após a Suécia emitir um mandado de prisão internacional contra ele por denúncias de abuso sexual feita por duas mulheres contra ele.
Desde então, a figura controversa morava no Equador e afirmava que havia uma verdadeira perseguição do governo norte-americano contra ele no melhor estilo “caça às bruxas”.
Julian Assange: um impasse internacional
Julian Assange chegou a pedir auxílio sobre sua situação e, em 2016, comemorou sua pequena vitória: o painel da ONU decidiu em seu favor, afirmando que ele havia sido “arbitrariamente detido” pelo governo inglês e que deveria ser autorizado a andar livre, além de ser compensado por sua “privação de liberdade”.
No mesmo ano, Julian Assange pôde comemorar também o encerramento das investigações de abuso sexual. Isso porque a promotora-chefe da Suécia Ingrid Isgren viajou para Londres com o intuito de questionar Assange sobre a acusação de estupro de 2010 na baixada equatoriana.
Resultado? Incapazes de prosseguir com as investigações após perderem o prazo para tal, a Suécia optou por arquivar a investigação sobre Assange, e o mandado de detenção europeu expedido contra ele não existe mais.
Em 2017, o australiano conseguiu, por fim, a maior de suas vitórias: a cidadania equatoriana. Até então tudo parecia por encerrado. Mas o Reino Unido recusou o pedido e afirmou que Assange deveria deixar a embaixada e “enfrentar a justiça”.
Já em 2018, os dois países confirmaram que estavam mantendo conversas sobre toda a situação, alimentando especulações de que o impasse ainda pudesse ser resolvido. O que acabou sendo decidio foi a prisão de Julian Assange, concretizada no dia 11 de abril.
Sajid Javid, secretário de Estado para Assuntos Internos do Reino Unido, confirmou, também via Twitter, a prisão de Assange. Veja:
O WikiLeaks, por sua vez, tuitou que o governo do Equador agiu de maneira ilegal ao encerrar o asilo político de Julian Assange. Veja:
fonte: BBC News
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