Emojis são parte crucial da comunicação por texto, principalmente via smartphone, mas há pouco tempo não era assim. Essas expressões em forma de figurinhas existem há muito tempo e, um dia, começaram a ser populares no mundo inteiro. Onde exatamente elas surgiram? Por que se tornaram padrão na comunicação online?
A atualização dos emojis e criação de novos são responsabilidades do Unicode Consortium, uma instituição sem fins lucrativos que trabalha na universalização de caracteres. Sua missão é simples: garantir que textos escritos em qualquer língua possam ser entendidos por qualquer computador e sistema operacional.
O Unicode é um padrão universal de comunicação por texto que permite que uma mensagem escrita em japonês seja entregue em um celular brasileiro, configurado para português, sem falhas. É uma tarefa essencial para evitar bugs em sistemas operacionais. E, por muito tempo, esse foi o único trabalho da entidade.
Japão, 1999
Há 17 anos, o engenheiro japonês Shigetaka Kurita foi designado com a função de criar o sistema de mensagens de uma das maiores operadoras de telefonia do Japão. Foi quando ele teve uma ideia: criar carinhas que expressassem emoções para complementar a ferramenta.
Como um bom fã de mangá, se inspirou nos famosos desenhos japoneses para criar os primeiros 172 emojis – em japonês, um termo que une imagem (“e”) e caractere (“moji”) – com dimensões de apenas 12 x 12 pixels.
Um tempo depois, o Unicode se viu obrigado a incluir os já populares emojis japoneses à biblioteca mundial de caracteres. Universalizar os emojis foi uma decisão essencial do Consórcio para não restringir as figurinhas ao país asiático. Não fosse isso, suas conversas de WhatsApp seriam, hoje, um tanto diferentes.
Steve Jobs, de novo
O fundador da Apple e visionário Steve Jobs leva fama por várias inovações, mas poucos sabem de sua influência na popularização dos emojis. Isso porque, muito embora as “carinhas” já existissem há anos, só em 2007 elas começaram a se espalhar pelo mundo. E o que ocorreu em 2007? Ora, a chegada do iPhone.
E o interesse da Apple e de Jobs no mercado japonês foi decisivo. Rapidamente, donos de iPhone começaram a usar emojis embutidos no iMessage – que era desde já compatível com o Unicode – para se comunicar. O smartphone da Apple influenciou toda a indústria, o que tornou natural o uso de emojis em outros modelos de celular no planeta.
Como surgem novos emojis
Os emojis já são “patrimônio” global, e o Unicode mantém a mão firme para atualizar a lista de figurinhas que aparecem no seu celular. De tempos em tempos, e entidade lança novas opções. Na prática, qualquer pessoa pode sugerir novos ao Unicode Consortium. Mas, as regras são bastante estritas.
É preciso justificar muito bem: memes com validade curta e coisas muito específicas como o escudo do seu time não passam. É preciso também dar sugestões de design para o emoji. Se a submissão passar pelo crivo, pode ser aprovada. Mas, não é algo fácil de conseguir. O Unicode 9, que saiu em junho de 2016, trouxe 77 novos emojis, incluindo facepalm e selfie. Em breve, o Unicode 10 vai chegar com outras 51 adições, incluindo disco voador, zumbi, vampiro e pretzel.
Mas, há uma maneira mais simples de participar. Você pode votar nas opções já filtradas pelo Unicode na página Emoji Request. Quem sabe você tem chances de influenciar na escolha dos emojis que vão aparecer no teclado do celular e nas redes sociais? Não custa tentar.
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