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Após a morte da talentosa escritora, atriz e roteirista Fernanda Young, no último domingo (25), uma questão importante de saúde respiratória veio à tona. Dá para morrer de asma? A resposta mais simples é sim. Porém, por mais que a doença seja crônica, pode ser bem controlada para diminuir totalmente os riscos.
A asma é uma doença pulmonar crônica que causa inflamação nas vias aéreas, e geralmente é identificada a partir de sintomas de falta de ar, tosse seca e chiado no peito. De acordo com a Globlal Asthma Network, uma fundação internacional que trabalha no combate à doença, há mais de 339 milhões de asmáticos no mundo, sendo cerca de 20 milhões brasileiros.
Existem vários tipos de asma, mas, geralmente, são separadas em alérgicas e não alérgicas. Nos adultos, a divisão é mais igualitária, sendo 50% para alérgicas e os outros 50% para não alérgicas. No caso das crianças a situação é bem diferente: 80% dos casos possuem algum tipo de alergia inclusa. A asma não é uma doença viral ou bacteriana, ela aparece por predisposição genética, e geralmente ocorre em membros que tem um histórico familiar da doença.
Segundo a ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), mais de 2.000 pessoas morrem por ano por causa da doença, e mais de 350 mil pessoas são internadas no SUS (Sistema Único de Saúde), sendo a quarta maior causa de hospitalização no país. A Associação ainda garante que o sobrepeso e a obesidade podem aumentar em até 50% o risco de desenvolver algum tipo de asma.
O principal sintoma da asma é que uma crise pode ocasionar uma parada cardiorrespiratória, como no caso da Fernanda Young. Gripes, crises alérgicas e pneumonia podem ser os principais agravantes para pacientes asmáticos, causando crises mais fortes e outros problemas respiratórios graves.
O que pode aumentar a crise?
Apesar do fator genético ser importante, existem algumas coisas que podem servir de gatilho para que a doença se manifeste, principalmente no caso de se desenvolver a versão alérgica da doença. O cigarro, é um dos principais inimigos da asma, que além de servir de gatilho para a doença, pode causar bronquite, enfisema e até mesmo doenças respiratórias mais graves como a tuberculose.
Ambientes com muita poeira, ácaros, fungos, pólen, e cheiros muito fortes também servem como potencializador da doença e podem agravar o quadro de pacientes asmáticos. Pelos de animais no geral não são a principal causa de crises, mas pode acontecer caso o paciente tenha alguma alergia ao pelo, se o animal estiver com muita poeira ou soltando muitos pelos pequenos no ar.
Tratamento
O tratamento para asma é simples e o acompanhamento médico em postos de saúde e farmácias populares é o suficiente para o controle da doença. O problema é que apenas 12% dos brasileiros diagnosticados fazem algum tipo de tratamento, como informa a SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia).
O tratamento é feito por medicações orais, respiratórios e injetáveis, e são divididos em medicamentos para alívio em momentos e crises, assim como medicamentos profiláticos para controle da doença. As pessoas costumam lembrar somente daquela bombinha inaladora, mas cada caso, dependendo do tipo de asma e da alergia, exige um controle diferente da doença.
Entretanto, a famosa bombinha ajuda a dilatar os brônquios e podem tirar o paciente de uma crise leve e moderada. Durante uma crise grave, a bombinha pode não conseguir reverter o quadro e pode haver a necessidade de ajuda de aparelhos para respirar, como nebulizadores.
Apps para controle da asma
Com a popularização dos Apps de saúde, existem alguns aplicativos que ajudam no controle da doença, e, além de lembretes para tomar a medicação, trazem tutoriais de como utilizar a bombinha de asma e dados médicos para acompanhamento diário da doença e da respiração. Infelizmente, com exceção do App da UFRG, os outros estão em inglês, o que pode ser uma barreira para alguns usuários, porém vale o esforço para se manter em dia com a saúde.
Asma – TelessaúdeRS
O App, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, traz orientações sobre o diagnóstico, classificação e manejo da doença em adultos e crianças maiores de 5 anos. De acordo com classificação da gravidade da patologia, fornecendo orientações não-farmacológicas e farmacológicas, baseadas nas diretrizes do The Global Initiative for Asthma e no Caderno de Atenção Básica sobre Doenças Respiratórias Crônicas, do Ministério da Saúde.
Asma – TelessaúdeRS está disponível para download na Play Store e App Store.
AsthmaMD
O AsthmaMD possibilita manter um diário da doença com facilidade e rapidez, permitindo visualizar todas as atividades em um gráfico de cor, compartilhar o diário e gráficos com o médico, para que o usuário possa acompanhar acompanhar o tratamento e ajuda na investigação da asma. Costuma ser o mais indicado pelos médicos para o acompanhamento da doença.
Este aplicativo está disponível para download na Play Store e App Store.
Asthma Tracker
Funciona de forma semelhante ao AsthaMD, onde é possível manter um diário da doença, tornando mais fácil controlar e salvar todos os seus valores de pico de fluxo e medicações, bem como os sintomas relacionados com a asma ao longo do dia.
O Asthma Tracker está disponível para download na Play Store e App Store.
Apesar da asma ser uma doença que não tem cura, com o acompanhamento certo é possível viver uma vida normal. O comitê olímpico informa que cerca de 10% dos atletas que participam das Olimpíadas são asmáticos, e conseguem excelentes performances graças ao acompanhamento correto. Há casos de remissão, onde após o tratamento correto o paciente deixa de sentir os sintomas causados pela doença. Ou seja, com o devido cuidado, pode-se manter a qualidade de vida elevada mesmo para uma pessoa asmática.
Fontes: Globlal Asthma Network, ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia)
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