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Estreou esta semana no Disney+ X-Men 97, série animada que promete dar continuidade à história de um dos desenhos animados que mais marcou uma geração; tá curioso para saber de mais detalhes? Então sigam comigo, meus X-Men!
A importância histórica dos X-Men
X-Men sempre foi um quadrinho especial para a Marvel. Nele, nos meados dos anos 1960, a editora abordou temas delicados como a segregação e discriminação racial e de outras minorias, assuntos que até hoje são atuais e extremamente pertinentes não só na sociedade estadunidense, mas mundo afora.
Tirando os quadrinhos nos quais o grupo formado pelo professor Xavier nasceu, nenhum outro meio foi capaz de transmitir essa mensagem como o do desenho animado. O principal representante dele foi sem dúvida a animação dos anos 1990, que chegou às telas da Globo aqui no Brasil em 1992 e durou por cinco temporadas, com um total de 76 episódios.
Com arcos retirados diretamente das páginas dos quadrinhos, o desenho dos X-Men lidou com os mesmos assuntos delicados de uma maneira que o público-alvo pudesse entender e com sorte se conscientizar, sem menosprezá-los por serem jovens e imaturos.
Na série animada, personagens como Jubileu e Gambit rapidamente se tornaram os favoritos do público, passando a ter mais visibilidade nas HQs e as sagas há muito amadas pelos leitores, como a chegada da Fênix Negra e o Vírus Legado, por exemplo, puderam ser apreciadas por quem nunca sequer tocou numa revistinha, graças à qualidade da produção.
Não só isso, mas X-Men também serviu como a porta de entrada para ainda mais heróis chegarem às telinhas, algo que hoje, com o MCU, é corriqueiro, mas pensemos no momento em que a série estreou, quando a Marvel estava à beira do colapso, se recuperando de um baque de vendas ocorrido na década anterior.
Homem-Aranha, Quarteto Fantástico e Homem de Ferro foram algumas das marcas da Casa das Ideias que ganharam suas próprias animações e nada disso teria acontecido sem o sucesso estrondoso de X-Men. E, desde então, poucos desenhos chegaram a atingir esse nível de popularidade, algo que não só marcou a geração que foi pega no momento certo, mas serviu de norte para o que viria a seguir.
Tal poder de influência só foi igualado pela adaptação em desenho de Batman em Batman – A Série Animada, do mesmo ano, que também serviu de estopim para o universo televisivo da DC Comics com A Liga da Justiça, por exemplo.
A trama até o momento e adiante
Dada toda a importância histórica da animação dos X-Men, cabe a pergunta: seu revival que chegou à Disney+ esta semana presta? Sim, caros leitores, se Stan Lee ainda estivesse entre nós, o velhinho exclamaria “Excelsior” a plenos pulmões, pois X-Men 97 não só é incrível, mas até o momento vem atendendo a todos os desejos da gente, fãs saudosos da produção original, levando a trama adiante e de forma tão boa quanto imaginamos.
Ao final da série original, Xavier deixou seus pupilos à própria sorte depois de morrer rodeado deles, após um ataque de um grupo de terroristas antimutantes. A nova produção começa algum tempo depois, com os alunos tentando reconstruir a escola e manter a equipe de super heróis na ativa, agora com o suporte do governo dos Estados Unidos e uma simpatia maior do povo, conquistada com a morte do professor.
Não demora para a ação voltar a fazer parte da vida de Ciclope e seus colegas, que agora estão na cola do que restou dos terroristas, descoberta uma nova arma com a capacidade de arrancar os poderes de um mutante quase que permanentemente. Em meio a tudo isso, Roberto da Costa, um mutante brasileiro, fica nas miras do grupo de humanos antimutantes, e acaba salvo pelos X-Men no episódio de estreia.
Mas a grande surpresa estava ainda por vir. Magneto faz seu triunfal retorno e passa a assumir o manto de Xavier como tutor da superequipe até ser pego e levado à julgamento pelos seus crimes contra a humanidade. Em meio a tudo isso, Jean Grey, grávida do filho de Scott, se vê em apuros, e uma nova e enigmática figura toca a campainha da escola em busca de auxílio.
Dois episódios repletos de muito desenvolvimento dos personagens com certeza deram a impressão de que nenhum tempo se passou desde o final da primeira produção, em 1997. Não só pela representação daquela época na nova animação, com casas de show e toda a tecnologia obsoleta como o pobre bip, mas também pelo ritmo alucinante condizente ao material vindo dos quadrinhos.
Longe de mim dar mais spoilers da história que se seguirá com o terceiro episódio da próxima quarta-feira, mas meus amigos, preparem-se, porque se o desenho for mesmo por essa via, tudo o que você acredita sobre os X-Men será abalado de um jeito monumental. E levando em conta a qualidade da produção até agora, isso de fato se dará, podem anotar.
A produção dos novos X-Men 97
X-Men 97 vem sendo produzido pela Marvel Animation Studios sob a supervisão de Beau DeMayo e Jake Castorena, ambos veteranos da Warner Bros com inúmeros trabalhos lançados, muitos dos quais adaptações dos quadrinhos da DC e de algumas produções da cultura pop, como The Witcher.
A nova animação, mesmo sendo desenvolvida atualmente e se beneficiando da tecnologia de hoje em dia, se baseia inteiramente em toda a apresentação do desenho de 1992, e de muitas maneiras consegue se assemelhar bastante com a série original, inclusive com a mesma abertura, recriada. É claro que tudo é mais nítido e mais detalhado agora, mas se deixarmos os olhos entreabertos, bem que nos engana!
O mesmo não pode ser dito sobre nossos ouvidos. Infelizmente, desde então muitos dos dubladores que trabalharam no primeiro desenho ou já se aposentaram ou até vieram a falecer, como é o caso do saudoso Isaac Bardavid, a eterna voz de Wolverine não só da animação, mas também dos filmes dos X-Men que morreu em 2022.
O substituto, Luiz Feier Motta faz um bom trabalho nas botas do baixinho irritadiço, mas para quem cresceu assistindo e ouvindo a voz de Bardavid, não é a mesma coisa. Outros dubladores falecidos, como o de Ciclope, Tempestade e Magneto também foram substituídos, mas não são tão diferentes das interpretações do original dos anos 1990.
Já uma dubladora das antigas retorna para a nova série. Sylvia Salustti, a intérprete de Jean Grey do original está de volta e parece que saiu da câmara de criogenia, porque a voz continua a mesma. Resta saber se teremos mais surpresas com dubladores do primeiro desenho dando as caras, já que ainda tem muito chão pra correr até o final de temporada.
Então, vale a pena assistir?
Como um fã irredutível da versão de base do desenho, é com um sim retumbante que eu digo que é claro que vale MUITO a pena conferir X-Men 97. E falo isso com segurança não só para aqueles que como eu cresceram com o desenho, mas também para quem nunca assistiu, mas tem interesse em conferir.
Até agora, X-Men 97 provou ter valido a longa espera por essa sequência, não só por dar uma continuação para a tão querida série original, mas também pelo modo como isso vem sendo feito, com um claro carinho por parte da produção desta animação.
Levando em conta a qualidade dos desenhos baseados nas propriedades da Marvel como What If, também do Disney+, eu posso dizer tranquilamente que X-Men 97 é um dos melhores produtos colocados na televisão pelo selo desde a série live action do Demolidor em parceria com a Netflix. É tão boa assim!
Onde e como assistir
X-Men 97 entrou no catálogo do serviço de streaming da Disney esta semana com dois episódios de estreia, cada um com mais ou menos meia hora de duração. Novos capítulos vão chegar toda quarta-feira, totalizando 10 nesta primeira temporada.
Aliás, já foi confirmada uma segunda temporada, que já está em produção e que acredito que vai estrear no Disney+ até o ano que vem. Ainda não há data certa, mas dado o sucesso da estreia de X-Men 97, dá para imaginar que estão na fissura para colocar mais lenha na fogueira.
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Fonte: Jovem Nerd.
Revisado por Glauco Vital em 22/3/24.
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