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Enquanto o primeiro episódio da terceira temporada de The Mandalorian foi uma hora de televisão muito mais focada em lembrar os fãs do que faz a série ser tão especial, o segundo capítulo do novo ano do seriado que conta com Pedro Pascal como protagonista começa a mostrar mais das novidades que poderemos esperar durante este arco, muito focado na mitologia do planeta Mandalore e seu povo.
Sem mais delongas, confira a seguir nossa crítica do terceiro episódio de The Mandalorian:
Aviso: Spoilers de The Mandalorian a seguir
Aventura intimista
Existe algo bem especial no segundo episódio de The Mandalorian que, logo de cara, já responde muitas das dúvidas que tivemos no capítulo anterior e a preocupação com um possível aumento de escopo da trama tirar o charme do seriado: realmente, os perigos aumentaram, mas isso não quer dizer que a aventura não será íntima, mesmo que com consequências maiores, para Din e Grogu.
Começando exatamente do fim do episódio anterior, o Capítulo 18 de The Mandalorian leva o protagonista até Tatooine, com ele questionando sua velha amiga Peli Motto sobre um chip que possa ser utilizado para restaurar IG-11. A mecânica, porém, afirma que essa peça específica é muito difícil de ser encontrada, e sugere para Din a utilização de um droid astromecânico, mais especificamente um R5, para exploração e análise da superfície de Mandalore.
Essa primeira sessão do episódio acaba servindo como uma clássica “missão de videogame” pela qual The Mandalorian, nas duas primeiras temporadas, ficou bem conhecido – e que mesmo já tendo sido tão utilizada, continua divertida e engajante. Mas com o objetivo completo, o episódio nos leva para o seu foco narrativo: o começo das aventuras de Din e Grogu em Mandalore.
O batismo de sangue
Em sua busca por redenção dentro do próprio grupo de Mandalorianos, Din chega em Mandalore e logo começa a explorar as minas do planeta – e nesse ponto, destacamos a fotografia do episódio, que foca num contraste impressionante entre o vidro da superfície do mundo (resultado do ataque imperial que fez o local ser abandonado pelos seus habitantes) e a parte subterrânea, que remete muito às Minas de Moriah de Senhor dos Anéis.
As minas são grandiosas e cheias de perigo, e é impossível não sentir um senso aventuresco com o Mandaloriano e Grogu andando e explorando-as, enfrentando inimigos e formas de vida variadas até que uma estranha criatura cibernética, que lembra muito o querido General Grievous do episódio III de Star Wars, aparecer e provar ser um oponente muito forte para o protagonista.
Temos, então, a primeira tentativa de Grogu de ajudar seu pai adotivo na temporada – mas infelizmente, nem o poderoso bebê verde é capaz de fazer algo contra a criatura biomecânica, fazendo com que a voz de Din ecoe pelas minas pedindo para que seu protegido busque ajuda.
Com a ajuda do R5 na nave, Grogu então volta para um dos locais visitados no primeiro episódio da temporada para solicitar ajuda de Bo-Katan – que inicialmente não estava feliz com mais uma visita do atual possuidor do Sabre Negro, mas ao ver que somente o Baby Yoda estava na nave fica preocupada e segue com ele para Mandalore.
O novo trio dinâmico de The Mandalorian
Não demora para Bo-Katan estar presente no planeta em que Din está preso, e é impressionante como a coreografia da série consegue mostrar através de cenas de ação a diferença entre os dois personagens: enquanto o protagonista enfrentou todas as criaturas em Mandalore com certa incerteza, parecendo desconfiado ou fora de forma, Bo-Katan parece uma verdadeira amazona, matando e destruindo seus adversários sem dó.
É essa mesma intensidade que torna o conflito contra a criatura biomecânica mais intenso com Bo-Katan, e no momento em que ela utiliza o Sabre Negro para cortar o monstro, é impossível não questionar se ela realmente não deveria ser a dona atual da arma, e não Din – com essa incrível dicotomia servindo como um recurso narrativo implícito e que com certeza ainda será muito utilizado no futuro.
Ao mesmo tempo, essa intensidade não deixa de parecer um pouco estranha no momento em que Bo-Katan oferece ajudar Din a chegar nas águas de Mandalore para poder realizar o seu novo batismo e apagar seus pecados na visão do culto mandaloriano que o criou. É impossível não acabar tendo dúvidas sobre as intenções de Bo-Katan, principalmente considerando como ela se comportou em suas últimas interações com o protagonista – porém, teremos que esperar algum tempo para saber se a mudança foi uma simples conveniência da narrativa ou se realmente existe algum objetivo a mais nas ações da co-protagonista do terceiro ano.
As lendas estão vivas
Agora com Bo-Katan ao seu lado, Din e Grogu seguem explorando as ruínas de Mandalore, e finalmente chegam às águas do planeta. O protagonista entra nas águas para realizar o ritual de purificação, mas logo é puxado para baixo – obrigando, mais uma vez, Bo-Katan a salvá-lo.
Porém, a mandaloriana também é puxada para baixo, e o episódio conclui com ambos os guerreiros dando de cara uma das criaturas mais míticas de todo universo Star Wars: um Mitossauro, animal dado por extinto há muito tempo na história da galáxia muito, muito distante e que sempre teve importância para os mandalorianos.
O primeiro mandaloriano apresentado no universo de Star Wars, Boba Fett, conta com uma insignia no ombro de sua armadura que é um crânio de Mitossauro. Além disso, tanto no antigo universo expandido da franquia como também na era Disney, as criaturas, consideradas sagradas para o povo guerreiro, eram utilizadas tanto para serem cavalgadas como também símbolos de força.
Nesse contexto, o episódio termina com Din e Bo-Katan descobrindo que ainda existe uma espécime viva, mesmo nas condições atuais de Mandalore – e sinceramente, levando em conta como o episódio parece pegar muito de sua iconografia de Senhor dos Anéis, não há como não pensar que o papel do Mitossauro será o mesmo do Balrog nas Minas de Moria no livro e filme A Sociedade do Anel: possivelmente abatendo um de nossos personagens, ocasionando uma chance dele retornar mais poderoso e sábio, tal qual Gandalf.
Claro, isso não passa de especulação, mas considerando tropos narrativos e como tudo que envolve Mandalorianos no universo Star Wars parece ter um tom muito mais mítico do que outros pontos da franquia, é algo que podemos realmente tomar como uma possível conclusão para este encontro.
Escopo aumentou, mas a aventura continua sendo sobre Din e Grogu
O segundo episódio da terceira temporada de The Mandalorian foi bem melhor que o primeiro – que já havia sido excelente. É impressionante o trabalho da série em fazer com que cada ano tenha uma narrativa própria, e como ele funciona de maneira satisfatória.
Se a terceira temporada for mais focada em um certo encontro de lendas, temos certeza que estaremos extremamente bem servidos durante toda sua duração – e não há nada melhor, sinceramente, do que a sensação de ver um universo se expandindo de maneira funcional e não forçada.
Se The Mandalorian conseguir manter sua bola tão alta nos próximos anos, temos certeza que poderemos experienciar um dos melhores produtos de Star Wars dos últimos anos. Só podemos torcer para que o nível se mantenha.
The Mandalorian terá novos episódios toda quarta-feira no Disney+.
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Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (08/03/23)
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