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É incrível pensar que a franquia Missão Impossível já está chegando aos 70 anos de idade, considerando que quase 30 desses equivalem ao tempo no qual Tom Cruise esteve no comando do reboot cinematográfico da série de TV. Desde 1996, ele nos trouxe sete filmes eletrizantes, incluindo a primeira parte do que, até onde sabemos, será o final da participação de Cruise na franquia, Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1, com estreia marcada para o próximo dia 13 em cinemas de todo o país.
História da Última Missão
Nos seus 61 anos de idade – aliás, parabéns, Tom, pelo aniversário dia 3 de julho! – Tom Cruise já fez praticamente de tudo nas telonas, e, em especial na série de filmes Missão Impossível, o ator faz questão de dizer que participa de quase todas as acrobacias filmadas. Em Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1, Cruise, no papel do super agente Ethan Hunt, não só desafia seus limites, como também brinca com nossas expectativas quanto à série, apresentando um lado mais inseguro e até atrapalhado para Hunt, até então inédito.
Com um quê de Steve McQueen no clássico Fugindo do Inferno, outro astro que sempre se colocava em perigo durante as filmagens, o veterano ator de filmes de ação não poupa esforços em acrobacias com uma moto nos alpes austríacos, nem nas alucinantes cenas onde a porrada rola solta em espaços apertados, momentos em que Cruise parece desafiar a definição do que imaginamos para um homem de sua idade. E, é claro, ele corre à beça, de um lado para o outro, durante todo o filme, afinal, o cara é o Tom Cruise.
Um elenco de peso
Mas nada disso seria o que é sem um elenco para acompanhar nosso sexagenário favorito do cinema, e neste quesito, Missão Impossível: Acerto de Contas entrega e muito. Temos em companhia de Hunt os personagens Luther Stickell (Ving Rhames, que junto de Cruise esteve em todos os filmes da série até agora) e Benji Dunn (Simon Pegg, do maravilhoso Todo Mundo Quase Morto) retornando para dar valioso suporte; eles voltam a aliar-se à perigosa agente Ilsa Faust (Rebecca Ferguson, antes vista em Missão Impossível: Efeito Fallout e Missão Impossível: Nação Fantasma), agora renegada e caçada mundo afora.
Juntando-se à aventura está Grace (Hayley Atwell, a agente Carter do MCU), uma ladra que se vê em meio a uma conspiração de nível mundial ao topar com Hunt em Dubai, pois ela obteve parte do “MacGuffin” (termo corriqueiramente utilizado para descrever o item pelo qual todos estão na disputa) do filme, uma chave cuja finalidade ninguém de fato conhece, pelo menos no início, mas que todos concordam que é algo de extremo valor para a potência mundial que a obter. A partir daí, ela será levada pela onda contagiante de energia que é Tom Cruise para um tour ao redor do planeta, a todo tempo sendo perseguida pelo inimigo.
Esse não sendo só de países rivais buscando tomar controle do artefato, como é também Gabriel (Esai Morales, da série Ozark), o comparsa em carne e osso da inteligência artificial conhecida pelo codinome “Entidade”, um fantasma do passado do agente Hunt muito antes de ele se juntar à IMF, (a sigla da Impossible Mission Force, ou Força Missão Impossível, traduzida ao português) e que o herói acreditava estar morto.
O inimigo agora é outro
É isso mesmo que você leu: uma I.A está entre as facções na briga do filme, pois o enredo do novo Missão Impossível gira em torno dela, já que ela tem a capacidade de dominar toda a rede tecnológica do planeta, e esta máquina não está para brincadeira. Com a chave, todos acreditam que serão capazes de dar cabo dela, ou pior, controlá-la, apesar de já se ter mostrado resistente a isso, e muito ameaçadora. Ela é capaz de causar muito estrago, como vemos nos minutos iniciais do filme, em que um submarino russo acaba afundado no Mar de Bering, na costa do Alasca, graças às artimanhas desse implacável sistema artificial e consciente.
Como repetidamente dito durante as 2 horas e 43 minutos de Acerto de Contas Parte 1, ela usa suas capacidades para manipular a todos, e não há como agir sem que tudo já não tenha sido friamente calculado. A corrida contra o tempo até que ambas as partes da chave estejam juntas levam os personagens até a Itália, onde um leilão – e o que mais? – está para acontecer, colocada em movimento pela ardilosa Viúva Branca, personagem de Vanessa Kirby (de The Crown), que, obviamente, acaba dando pano para a manga do filme para várias de suas fantásticas cenas de ação.
Perigo em toda a parte
Como então combater um inimigo como esse, que pode estar em todos os lugares a todo o momento, já que a vida humana da atualidade é intrinsecamente ligada 24 horas por dia de algum modo à Internet e aos meios de comunicação? No filme, os responsáveis pelas forças envolvidas no embate recorrem à tecnologia analógica, como vemos com os Estados Unidos e os antigos contatos de Ethan, com eles correndo contra o relógio para redigir tudo que há de inteligência para o bom e velho papel, sem contar com satélites há muito ultrapassados, da época da Guerra Fria, a fim de não deixar nada para “Entidade” absorver em suas invasões aos sistemas de segurança da nação mais armada da Terra.
Este é um fator para a história que rende momentos cômicos ao sétimo Missão Impossível, pois de tanto depender de suas bugigangas tecnológicas, até Hunt fica perdido ao ter que depender de um mero rádio para se comunicar com seus amigos, o que o roteiro de Christopher McQuarrie, também diretor do filme, faz muito bom uso para mostrar que mesmo um super agente é capaz de se atrapalhar em campo. Já estávamos mal acostumados a ver o personagem parecer estar totalmente preparado para qualquer situação; agora vê-lo tropeçar em si mesmo, mesmo que ainda contando com a fonte inesgotável de fôlego de sempre, é bastante refrescante.
Conclusão
Como esperado, Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1 é um tremendo filme de ação que dá pouco tempo para o público sequer notar as quase três horas de duração da aventura. As cenas de perseguição são como tradição da série espetaculares, muitas das quais servem de certo modo como homenagem ao primeiro filme, como toda a sequência em que Ethan se infiltra em um trem, batalhando seu rival no topo dele, como fez com Phelps (personagem de John Voight) em 1996, que eventualmente o coloca em uma situação que espelha às peripécias de Nathan Drake na abertura do game Uncharted 2: Among Thieves.
Visto que Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1 é somente a primeira de uma dupla de filmes, não é de surpreender que a história não se conclua agora, mas o gancho que ele deixa em aberto para a conclusão promete e muito, deixando farelos que têm o potencial para servirem de trilha para um capítulo final emocionante, que essa excelente série de filmes merece receber e que certamente iremos assistir em 2024.
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Fonte: IMDB
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (05/07/23)
Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1
Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1-
História70/100 Bom
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Ação100/100 Excelente
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Trilha Sonora80/100 Ótimo
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Diversão100/100 Excelente
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