CRÍTICA: Loki S02 E02 é uma eletrizante corrida contra o tempo

A Agência de Vigilância Temporal, a AVT, encontra-se em um alvoroço após a esmagadora revelação por parte de Loki a respeito da verdadeira identidade de seu criador. Enquanto isso, nosso anti-herói e Mobius não medem esforços para se reencontrar com Sylvie, a variante perdida, no segundo episódio da nova temporada de Loki!

Após uma estreia um tanto quanto confusa, pelo menos para quem vos escreve, temos o desenrolar do novelo que é a trama da série. Mobius e Loki chegam a Londres, em 1977, trajados a todo rigor, onde o personagem que dá nome ao que estamos assistindo logo aponta não ser um lugar no tempo onde Sylvie entraria em ação, pois, como bem lembramos, a moça gosta de tocar fogo no barraco em ramos do tempo em que o caos está reinando.

Neste momento da história, temos alguns elementos interessantes para apontar. Primeiro, 1977 é o ano de estreia de Star Wars, ícone do cinema e propriedade intelectual dentro do mesmo guarda-chuva em que a Marvel está, cuja Disney é dona; ao andar pela calçada, Mobius e Loki passam pelo pôster de Kingo, personagem de Eternos, que ao desistir da vida eterna passou a ser um ator prolífico em Bollywood, na Índia. 

Há também uma referência a um dos heróis mais obscuros da Casa das Ideias, Phone Ranger, cujo alias é A.G. Bell, o inventor do telefone; e, por fim, está o nome do filme da premiére que os dois estão invadindo, Zaniac, que, nos quadrinhos, é um rival de Thor transformado pela radiação do Projeto Manhattan, da bomba atômica. Pois é, só no Showmetech você encontra uma ligação como esta entre o MCU e Oppenheimer!

Primeiro, pegamos o X-5

No entanto, eles decidem investigar o porquê deles terem sido transportados para esse elo, apesar das aparências não indicarem a presença da caótica variante de Loki, ao participarem da pré-estreia de um filme B de ficção-científica estrelado por X-5 (Rafael Casal), um dos agentes da AVT. Não demora para a dupla dar de cara com ele, já que está na cara que o rapaz está curtindo a vida adoidado nessa linha do tempo como uma estrela espalhafatosa do cinema.

Mobius o encurrala, exigindo saber o que está havendo, mas fica logo na cara que X-5 não está nem aí para os problemas dos dois penetras da festa. Deixando a guarda cair, eles percebem que o agente partiu em fuga, deixando-os para trás. No entanto, B-15 consegue pegá-lo no pulo, tomando dele seu temporizador, e, poucos momentos depois, Loki e Mobius quase conseguem capturá-lo, após um tiro laser certeiro do irmão endiabrado do Deus do Trovão.

No entanto, a perseguição continua pelos becos da cidade até os três chegarem a uma fábrica abandonada, momento no qual X-5 consegue escapar por meio de seu artefato temporal, mas sua alegria dura pouco pois acaba cercado por londrinos nem um pouco amigáveis, imagens vívidas conjuradas por Loki, mestre das ilusões e trapaças, não nos esqueçamos.

E, depois, descobrimos o que ele estava fazendo

Enfim, pego e encarcerado na AVT, não vai demorar para X-5 abrir a boca para contar sobre o paradeiro de Sylphie, ou pelo menos é essa a esperança de B-15. Sem perder um passo sequer, Mobius e Loki vão novamente ao encontro de OB, para que seu novo amigo dê uma olhada no temporizador de X-5 em busca de pistas. Para variar, a sala do novo personagem da série está uma bagunça, e os dois o encontram sentado no chão, trabalhando.

OB tem a resposta ao problema da dupla na ponta da língua, ou melhor, do lápis, pois ela se encontra no manual da AVT, escrito por ele, claro. Já na mesa de Casey, B-15 torce para que seu colega tenha, de alguma maneira, descoberto o paradeiro de Renslayer. Infelizmente, para eles, isso não aconteceu, mas ficou claro que a antiga líder da AVT apagou seus rastros do temporizador dela. 

A única pista, segundo Casey, é a identidade de quem a fugitiva contatou por último. Enquanto isso, Loki e Mobius tentam decifrar as anotações de OB ao desmontar o temporizador de X-5, mas as complicadas explicações acabam não levando a nada. B-15 e Casey logo chegam para dar uma folga aos dois, com a nova informação quente sobre a comparsa de Renslayer: a Stra. Minutos. 

Essa constatação faz Loki lembrar de algo que ouviu enquanto estava no passado, no início do episódio de estreia, quando ele ouviu uma conversa entre Renslayer e Aquele Que Permanece, fazendo parecer que os dois são parceiros, um perigo e tanto para a linha do tempo. Por outro lado, a presença de Casey acaba potencialmente elucidando as dúvidas de Loki e Mobius quanto ao temporizador de X-5, já que o contador da AVT revela que o agente renegado mentiu para os dois.

No fim do dia, você faz tudo ficar pior

Com essa informação, a dupla parte para a interrogação do prisioneiro falastrão. Brad, como é conhecido X-5, começa a conversa seguro de si, dizendo que ele estava tentando usar o temporizador para bloquear seu sinal da agência, o que, é claro, não é verdade. Ele diz que estava tentando retomar sua vida depois do discurso de B-15 sobre as pessoas terem vidas em outros ramos do tempo. Ao ouvir de Loki que há vidas em risco e que eles precisam da cooperação dele, X-5 debocha, colocando na mesa todos os podres de Loki, afinal, o deus da trapaça e suas variantes pintaram o 7 por onde passaram em vidas passadas.

Ele diz que o cerne do problema é o próprio Loki, pois é nele que os agentes e caçadores da AVT sempre chegam no final de suas investigações, Loki e suas variantes. Brad sabe quais botões apertar para tirar Loki do sério, inclusive citando sua mãe, Frigga, vivida por Rene Russo, que faleceu durante os eventos de Thor 2: O Mundo Sombrio devido às ações do filho. Ele diz ao mago do caos para parar de querer ser um herói, pois ele é muito melhor como vilão. Loki tenta usar esse argumento a seu favor ao tentar intimidar X-5, mas a jogada não dá certo.

Brad questiona a existência de todos na sala, indagando sobre quem eles poderiam ter sido se não fosse a AVT, as vidas que teriam sem a interferência de quem agora sabemos ser Kang, o Conquistador, vulgo, Aquele que Permanece. Quem acaba perdendo o controle é o próprio Mobius depois que X-5 o questiona sobre sua verdadeira identidade e sobre quem possivelmente ele teria deixado para trás em sua vida verdadeira.

No refeitório, aproveitando uma deliciosa torta de limão, Mobius admite que perdeu o controle durante o interrogatório de Brad. Para aliviar a tensão, Loki basicamente resume os eventos do primeiro filme d’Os Vingadores, onde traiu seu pai e irmão, desceu na Terra, manteve Nova York sob seu domínio e tentou dominar a mente de Tony Stark com a joia do poder, uma das gemas da manopla de Thanos. Ele admite que, naquela hora, ao lançar o personagem de Robert Downey Jr. de um prédio, ele havia perdido o controle de suas emoções.

Loki pergunta a Mobius se ele não tem nem um pingo de curiosidade sobre a sua possível vida fora da AVT, mas Mobius não se mostra nem um pouco interessado, pois parece estar satisfeito com a realidade, como uma das pessoas sequestradas por Kang para fazerem parte de sua agência regularizadora. Mudando de assunto, Mobius suspeita que Brad foi capaz de encontrar Sylvie e que ao fazer isso, deixou-a viver para tocar sua própria vida fora do AVT, até ser encontrado pela dupla de protagonistas.

Cadê a B-15?

Loki resolve improvisar, travando um duelo mental com Brad, deixando Mobius do lado de fora da cela do agente capturado, utilizando-se de uma máquina capaz de mudar a realidade ao redor dela. Depois de entrar em uma situação um tanto apertada, X-5 admite que mentiu que escapuliu durante a sua missão de localizar Sylvie. Enfim, depois de muito sofrimento na mão de Loki, quem o próprio há pouco desdenhou, ele revela que sabe onde a variante de Loki está.  

Na sala de controle do tear temporal, OB, Casey e B-15 tentam conter a ameaça cada vez maior gerada pelo descontrole do tear temporal, mas não antes de Casey pirar ao descobrir que OB, ou melhor, Ouroboros, é quem é, o criador do manual que ele considera sua bíblia pessoal. Para o pânico dos três, o único capaz de abrir as portas que estão entre eles e o tear é o próprio Aquele que Permanece, mas isso será um pouco difícil, afinal, Sylvie o matou na conclusão da temporada anterior.

A única esperança é a cooperação da Srta. Minutos, a inteligência artificial criada por Kang, que tornou-se renegada durante os eventos anteriores da série. De volta a Broxton, Oklahoma, Mobius e Loki, juntos de Brad, finalmente chegam a onde Sylvie está, o McDonalds que vimos na cena pós-créditos da semana passada.

Agora, Broxton tem um significado bastante pertinente na Marvel. Como comentamos na crítica anterior, foi lá que Asgard se restabeleceu depois dos eventos de Ragnarok, e é nesse local que o personagem de Loki nos quadrinhos está passando por sua redenção após deixar de lado seu manto como vilão do universo das páginas das HQs. 

Enfim, Sylvie

Pois bem, enfim frente a frente com sua variante há tanto perdida, fica atônito ao ver que ela está feliz tocando sua nova e simples vida na cidadezinha no meio-oeste dos Estados Unidos, nos anos 1980. Mesmo com sua incrível capacidade de convencimento, Loki não é capaz de trazer Sylvie para seu lado, apesar de ela revelar que roubou o temporizador especial de Kang ao matá-lo. Com ele, Sylvie tem uma série de incríveis poderes, que sem dúvida ela utilizará para interferir nos eventos dos próximos episódios.

Mobius suspeita de uma armadilha, algo que é confirmado por Brad e Sylvie, no momento que ela toca em X-5 e extrai dele suas memórias. O plano do AVT é bombardear todos os ramos de tempo numa tentativa de conter o colapso do tear temporal, e, com isso, matar inúmeras pessoas. O alvo passa a ser a general Dox, a mente por trás desse plano nefasto. Em uma luta que poderia ser considerada épica pela falta de ação da série como um todo, Loki, Mobius e Sylvie eliminam os agentes de Dox, um por um, até chegar a ela, acabando com a revolta da agora ex-líder da agência.

De volta à AVT junto de B-15, eles constatam que Dox obteve êxito na sua missão, conseguindo podar milhares de ramos do tempo, praticamente todos. Atônitos, todos na agência ficam em silêncio, enquanto Sylvie parte de volta à sua nova casa através de um portal, negando-se a ajudar Loki e seus amigos. No capô de sua picape, a variante de Loki contempla o céu estrelado e o artefato roubado de Kang, dando fim ao episódio.

E, desta vez, é de fato o fim do capítulo, sem cenas pós-créditos, tá bom?

Nosso veredito do episódio desta semana

Apesar de toda a confusão com a série no episódio de estreia, sua continuação trouxe literais nós às pontas soltas deixadas pelo primeiro capítulo. Afinal, graças aos eventos orquestrados por Dox, os ramos temporais foram podados. Agora, resta saber o que isso vai significar para o caos inevitável do tear temporal. Será que ele é mesmo impossível de se conter?

Em termos gerais, o episódio da semana foi tranquilo de acompanhar, trouxe cenas que nos fizeram duvidar se ambos Mobius e Loki perderiam de fato as estribeiras, sem contar com o tremendo desenvolvimento dos personagens de X-5 e Sylvie, a última tendo tudo isso acontecendo nos últimos 10 minutos do episódio. Isso sim que é um trabalho de peso para os roteiristas de Loki, não é mesmo?

Mesmo sem a usual ação de outras séries da Marvel, Loki, com sua história cheia de reviravoltas, tem a capacidade singular de ser entre todas a série mais cerebral do MCU, o que o episódio da semana provou que há como chegar a um desfecho interessante sem a necessidade de violência.

Com isso, seguimos em frente e iniciamos a contagem regressiva para o capítulo seguinte e como os nossos heróis irão lidar com a catastrófica derrota que sofreram nas pequeninas mãos da general Dox. Havia algo a ser feito para detê-la? Ficaremos sabendo neste mesmo site, nesta mesma hora, daqui a sete dias! Nos vemos lá?

Não perca um minuto sequer das nossas críticas da nova temporada de Loki, aqui no Showmetech!      

Fonte: Screen Rant

Revisado por Glauco Vital em 16/10/23.