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O endiabrado meio-irmão do herói Thor aprontou bastante na primeira temporada da sua série, após ser preso pelos crimes que cometeu contra a linha do tempo do universo Marvel. Como não podia ser diferente, Loki (Tom Hiddleston, reprisando seu papel nos filmes da Casa das Ideias) trouxe suas travessuras junto com ele, aprontando uma bela de uma zona, batendo de frente até com Kang, o Conquistador (Jonathan Majors, de Creed III).
Agora, em sua segunda temporada, junto do agente Mobius (Owen Wilson), Loki terá que lidar com as consequências dos acontecimentos calamitosos de sua última escapulida, quando juntos de Sylvie, uma de suas muitas variantes, praticamente destruiu a Agência dos Vigilantes do Tempo, revelando a todos a enganação orquestrada pelas enigmáticas figuras consideradas suas líderes.
Como toda crítica que fazemos aqui no Showmetech, esta matéria contém spoilers do episódio de estreia da temporada de Loki, então se quiser partir pra assistir sem saber de absolutamente nada, deixe para ler em seguida, tá bom?
Balançando os alicerces
Complicando a situação do universo de uma maneira quase que irreversível, ao aparentemente matar Kang, Sylvie deu início ao fim de tudo que existe, pois fazendo isso, ela convocou a vinda de incontáveis versões do vilão, vindas de todos os cantos da existência. Ao voltar à AVT, Loki encontrou uma realidade diferente da qual se lembrava, e lá ninguém se recordava de quem ele era; sem falar que Kang agora passou a ser a autoridade máxima.
Perseguido por aqueles que há pouco ele chamava de amigos, Loki vê-se em uma encruzilhada no início do episódio. Desesperado pelo reconhecimento de seu antigo parceiro, Mobius, Loki não encontra outra opção a não ser jogar-se de onde se encontrou quase que capturado. Infelizmente, para o seu azar, o motorista do veículo no qual ele caiu perdeu o controle e por um lance do destino, voltou ao quartel-general da agência, colidindo com uma vidraça.
Lá, ele dá de cara com seu amigo Casey (o comediante Eugene Cordero), que também não se recorda de quem ele é. Mas, como um passe de mágica, o anti-herói é novamente transportado para outra realidade, que ele logo descobre ser a correta, e ele chega à conclusão de que ele estava no passado, pois viajou no tempo para um período em que todos sabem quem ele é, apesar das mudanças relacionadas a Kang.
No entanto, a alegria de Loki dura pouco, pois logo em seguida ele some novamente. Enquanto isso, Mobius e B-15 (Wunmi Mosaku, a Ruby de Lovecraft Country) planejam seus próximos passos ao observar que cada vez mais ramos de realidade estão sendo gerados após as ações de Loki na última temporada. Eles concordam que todos da AVT precisam saber da verdade sobre a conspiração temporal que descobriram.
Os dois agentes são convocados para ver os juízes enquanto Loki continua a sumir e reaparecer diante do assustado Casey, sempre em busca de Mobius. Preocupados com o que está por vir na reunião com a nova liderança, B-15 e Mobius entram na sala de reuniões, à medida que Loki chega no mesmo corredor, mas encontra o local vazio. Lá, ele dá de cara com as muitas imagens de Kang.
Reproduzindo uma gravação feita por Loki na qual ele conta a todos que podem ouvi-lo sobre a verdade das muitas realidades e o fato de todos serem uma de milhares de variantes, começa o questionamento dos dois agentes perante os líderes da AVT, com entre-cortes de Loki vislumbrando a sala de reuniões vazia e os muitos rostos em bronze do vilão Kang.
Diante de um gravador, nosso endiabrado protagonista começa a ouvir outra gravação, feita por Aquele que Permanece, o sinistro reloginho animado que conhecemos na conclusão da temporada anterior, responsável, aparentemente, pela criação de tudo e todos, autor da frase “criou tudo e controla tudo, no fim, só existe Aquele que Permanece”, e uma das muitas versões de Kang.
“A AVT precisa mudar”
Na fita, Loki escuta uma conversa desse Kang com Renslayer (Gugu Mbatha-Raw), a líder desaparecida da agência, na mesma medida em que Mobius e B-15 são grilados por seus chefes sobre o completo fracasso de suas funções como agentes temporais em podar os muitos ramos de realidade. B-15 repete o que já descobrimos na temporada anterior de que todos os personagens, não só os na sala de reunião, são variantes, e que possuem vidas alternativas fora da linha do tempo em que vivem.
Sem um consenso entre os integrantes da mesa, pois na mesma encontra-se a cabeça de um dos robôs que antes interpretavam o papel dos misteriosos deuses do tempo, B-15 é enfática em dizer que o que a agência vem fazendo não tem sido a proteção da linha temporal, mas sim, a destruição da mesma, ao eliminar variantes e cortando os caminhos alternativos, os chamados ramos.
Repreendida por chamar de atrocidades as atividades dela e de outros integrantes da Agência de Vigilância Temporal, a personagem clama para os demais acreditarem que o que eles vêm fazendo é errado. Confusa com a montanha de informações entregue diante dela, uma das juízas mostra-se duvidosa do que vem fazendo desde sempre, condenando as ações de caçadores e agentes como B-15 e Mobius, ao ver que os Guardiões do Tempo, as figuras divinas nas quais acreditava, não passavam de um engodo.
Com a juíza finalmente convencida a parar de podar ramos, Loki reaparece, aparentando estar confuso e com dores. Ao notar a ausência das faces de Kang na sala, ele toma o bastão de um dos agentes presentes na reunião e o usa para mudar a parede na qual a imagem dos Guardiões do Tempo está, revelando a verdadeira, que exibe o vilão em muitas formas, deixando todos estupefatos.
“Foi ele quem construiu esse lugar, quem roubou as suas vidas”
Com todas as cartas na mesa, Loki anuncia a chegada de Kang e é levado para fora por Mobius. Em sua ausência, a general Dox (Kate Dickie, de Game of Thrones), outra das figuras sentadas à mesa, ordena ao agente cuja arma foi tomada por Loki para ir ao Fim do Tempo e encontrar Sylvie, a variante de Loki que provocou todo esse caos ao matar uma das variações de Kang.
Finalmente com tempo para conversar com Mobius, Loki conta tudo o que aconteceu com ele e Sylvie no final da temporada passada, revelando que ao libertar a linha do tempo, haverá ainda mais destruição, pois ao matar Kang, as suas muitas outras versões irão invadir o universo e espalhar o terror, como também foi mostrado em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. Tudo bem se você não assistiu, a gente te contou sobre ele nessa outra matéria.
“A guerra está vindo” é o que Loki continua repetindo em sua conversa com seu amigo, e que o trabalho anterior da AVT ao podar os ramos temporais era para evitar que outras cópias de Kang se juntassem para invadir a realidade. Ao apagar as memórias de todos da agência, o Kang que Loki encontrou no Fim do Tempo na temporada anterior assegurava seu domínio completo, o que, por ação de Loki e principalmente por Sylvie, ao esfaqueá-lo, terminou.
Para chegar à razão pelos desaparecimentos e reaparecimentos de Loki, os dois seguem para o setor de reparos e melhoramentos e Mobius fica cada vez mais apavorado com o modo com que seu amigo sofre cada vez que isso acontece. Em meio às pilhas de tralha e prateleiras cheias de artefatos misteriosos, surge o personagem de Ke Huy Quan (Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo), Ouroboros, ou OB, o único integrante da REM, com quem Mobius não tem contato há mais de 400 anos.
Mostrando ser um elemento no mínimo curioso, OB revela que não é capaz de resolver o problema de Loki, que ele chama de deslize temporal, pois não é possível ver algo assim na AVT. Ao desaparecer, Loki reaparece no passado e encontra Ouroboros de antes, e tenta explicar sua situação ao atrapalhado empregado da agência, o que gera lembranças de ter encontrado nosso protagonista na versão do presente, diante de Mobius. Loki, no passado, argumenta que é sim possível que o deslize temporal aconteça em meio a AVT, mas OB afirma que não se lembra do fato, o que Loki rebate dizendo que ele se lembrará em sua versão do futuro. Sim, é confuso, a gente sabe!
Loki finalmente consegue explicar de um modo que OB entenda o seu dilema, e chegam a conclusão que precisam de um extrator de aura temporal, que a versão do passado do Ouroboros constrói bem na frente de Loki, que pede para ele guardar o artefato até Mobius chegar. Calma, que a loucura está quase acabando; pois então, a versão futura de OB lembra que tinha guardado o extrator e explica como usá-lo.
Para salvar Loki de passar uma eternidade entrando e saindo de momentos diferentes da linha do tempo, Mobius terá que levar o extrator para o tear temporal, onde poderá tirar Loki e trazê-lo por completo ao presente. Mas, para isso, Loki terá que podar a si mesmo, uma explicação que deixa não só Loki, mas nós do público um tanto embasbacados.
O que já é complicado fica ainda mais
Depois de ter nossos neurônios bagunçados por OB, é a vez dele de ficar preocupado, ao ficar sabendo que a linha do tempo está se ramificando, graças ao interrompimento das ações da agência. Segundo ele, as constantes novas ramificações do tempo estão sobrecarregando o tal do tear, levando não só Mobius e Loki, mas também B-15 ao acesso ao local onde poderão, enfim, ajudar com os sumiços do protagonista.
Na porta, em frente a ela, um cômico aviso das chances de virar macarrão aumentam exponencialmente ao adentrá-la confirmam o perigo que Ouroboros alertou Mobius enquanto os dois estavam em sua sala. No coração pulsante da Agência de Vigilância do Tempo, OB diz que não haverá outra oportunidade de salvar Loki, pois ele terá que fechar as portas que dão acesso ao tear para, de alguma maneira, resolver a questão do sobrecarregamento.
B-15 se encarrega de ficar de olho na general Dox e seus planos para com Sylvie enquanto Mobius e OB se encarregam de salvar Loki. Infelizmente, Loki desaparece, ressurgindo no futuro dos acontecimentos do presente em que Mobius está. Preparando-se para o perigo à sua frente, Mobius entra no traje especial enquanto OB explica para ele o processo de salvamento de Loki, novamente frisando que a pele do coitado pode ser arrancada se ele demorar demais para ativar o extrator.
Do lado de fora, a caminho do tear, vemos os curiosos efeitos visuais provocados pelo poder do tear, enquanto que Loki corre em meio ao caos montado no AVT pelo excesso das linhas temporais no tear no futuro da realidade. Chega a hora de Loki podar a si mesmo e OB alerta Mobius de que precisa fechar o portal o quanto antes para que haja alguma chance de salvar a realidade, mas Mobius insiste em dar mais tempo para Loki.
No último momento possível, ao seguir o som de um telefone tocando e a chegada de Sylvie, Loki desintegra-se a si mesmo, voltando ao presente e chocando diretamente com Mobius, ainda no traje de proteção, levando os dois corpos para dentro, de volta à segurança. Agora, a missão é outra: salvar Sylvie do ataque dos soldados de Dox, mas isso vai ter que ficar para a semana que vem.
Ou não? Em uma cena pós-créditos, que aliás funcionam como uma recapitulação das maluquices do capítulo, só que em formato miniatura, Sylvie salta de um portal num espaço descampado em Oklahoma, no ano de 1982 de um dos ramos da linha do tempo. Para a série, não há uma conexão aparente com este local, mas com os quadrinhos, sim, pois é exatamente nesta cidadezinha, Broxton, em que Thor reconstrói Asgard após o Ragnarok, o que, nos filmes, resulta em Nova Asgard, só que em outro lugar totalmente diferente.
O que isso significa para o MCU? Não sabemos ainda. O que vemos, no entanto, é Sylvie chegando a um McDonalds e em meio às muitas escolhas do que comer, ela decide provar um pouco de tudo. Aí, sim, o episódio termina. Ufa!
Nosso veredito do episódio
É dado o fato de que as coisas tendem a ficar bastante confusas quando se lida com viagens no tempo e linhas temporais, mas Loki se superou ao inserir esse elemento em sua trama da maneira que o fez neste episódio de estreia da segunda temporada.
O resultado foi um capítulo um tanto bagunçado e complicado de se acompanhar, muitas vezes de maneira desnecessária, com o intuito somente, pareceu, de nos deixar sem entender muita coisa.
A Marvel há muito já vem brincando com o conceito do tempo e múltiplas realidades com suas séries e filmes, e Loki, desde o princípio, trabalhou isso em sua trama, com uma temporada bem construída e resolvida de estreia. Já sua segunda, pelo menos neste primeiro episódio, mostrou que veio para tocar o terror na cabeça de quem vem tentando acompanhar os eventos da fase atual do MCU, que, convenhamos, não está sendo a mais emocionante de todas.
Resta para nós sabermos se o resto da segunda temporada de Loki continuará neste ritmo e se haverá um nó interessante no final desse emaranhado caótico de linhas do tempo, algo que justifique embaralhar tudo de uma maneira tão bagunçada, pelo menos no episódio desta semana. Descobriremos na próxima sexta-feira em nossa crítica semanal da mais nova temporada desta série, neste mesmo site, o Showmetech!
Não perca nenhuma novidade do melhor dos universos, o geek, com a gente!
Fonte: Screen Rant [1] e [2], Wiki of Nerds
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (6/10/23)
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