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Com “Promessas”, temos um episódio relativamente morno no quesito ação, mas com revelações aterradoras, de Invasão Secreta. A pancadaria fica no segundo plano para dar espaço a muitos desenvolvimentos importantes que servem como um elo para as fases anteriores do MCU, deixando todo o emaranhado da história ainda mais complexo.
Lembrando aos interessados, há spoilers a seguir, então tenha cuidado.
O passado volta para assombrar Fury
Começamos com um rápido flashback aos eventos de Capitã Marvel em 1995, recapitulando os eventos que deram origem a toda a crise Skrull e ao caos do episódio de estreia. Já em 1997, em Londres, Fury, ainda jovem, organiza uma reunião com Talos e um pequeno bando de skrulls, que incluem sua mulher, filha e um garotinho Skrull, Garik, que acaba de chegar à Terra fugindo de um ataque Skree, onde perdeu seus pais.
A capacidade de sobrevivência de Garik impressiona Talos, e junto de Fury, ele o convoca como um dos primeiros membros do plano deles para a aliança secreta entre a raça alienígena e os humanos, sob a promessa de dá-los um novo lar em troca da proteção dos habitantes do planeta.
Talos exalta o valor de Nick Fury em auxiliá-los em seu êxodo e acaba convencendo todos a participar dos planos colocados em movimento pela dupla, que juntos de Carol Danvers, a Capitã Marvel, iriam manter o planeta seguro de ameaças externas. Mas como todo plano infalível, este estava fadado a fracassar, pois não havia como ninguém prever o Blip – relembrando, foi quando Thanos estalou seus dedos munido da Manopla do Infinito e suas joias, apagando metade da população do universo no final dramático de Os Vingadores: Guerra Infinita, levando Fury embora – e as repercussões deste evento. A sina do passado do líder da S.H.I.E.L.D que volta para assombrá-lo nos dias atuais.
O caldo entorna entre Fury e Talos
De volta ao presente, Garik e G’iah fogem do local do atentado, enquanto o velho Fury é levado à força do local e um suposto responsável pelo ataque é capturado pelos russos. Num trem-bala partindo para Varsóvia, ele e Talos têm um papo bastante acalorado sobre o que vem acontecendo entre os Skrulls aliados e os humanos, e como muito mais deles acabaram vindo para a Terra do que o Talos havia dito. Mais do que suficiente para se unirem à causa de Gravik e seus planos nefastos contra a humanidade que ele acredita tê-lo traído.
Durante a conversa, Fury relembra os seus dias de infância como um garotinho negro nos Estados Unidos segregacionista dos anos 1950 e 1960, contando uma história de quando ele estava em um trem partindo de sua terra natal, o Alabama, rumo a Detroit, e como sua família tinha que viajar em um carro separado dos brancos. Uma alusão ao o que poderia vir a acontecer com os Skrulls caso eles viessem a ser descobertos pelos humanos, esses que diversas vezes no episódio são taxados como discriminantes e agressivos com sua própria espécie, quiçá outra vindo do espaço e infiltrada secretamente há décadas.
Inicialmente sob forma da brincadeira que ele fazia com sua mãe, em que ele compartilhava de “falsos” segredos com ela, o líder da S.H.I.E.L.D tenta fazer o mesmo com Talos sobre a verdade em relação à destruição de Skrullos, o planeta de seu amigo. Não demora muito para Talos revelar alguns detalhes perturbadores.
Fury se enfurece com as revelações, mas não antes de seu amigo alienígena novamente bater na tecla do episódio de estreia, compartilhando do sofrimento de sua raça com seu sumiço durante o Blip. Mesmo com a sua volta, os Skrulls que passaram a viver sob sua proteção ficaram ressentidos com seu repentino exílio na estação S.A.B.R.E. Fazendo jus ao seu nome, Fury acaba expulsando seu amigo do trem na primeira parada.
Revelações ainda mais perturbadoras
Em Londres, o corpo de Maria Hill embarca em um avião do governo rumo aos EUA, e Elizabeth Hill, mãe da agente, cobra de Fury explicações pela morte da filha. Ele explica que ela acabou sendo morta em seu lugar, o que obviamente não traz conforto algum à mulher; ao invés disso, ela o faz prometer que a morte de Hill não foi em vão. Mais uma promessa para o caderninho de nosso ex-caolho favorito.
Em canais de notícias nas TVs de todo o mundo, rolam relatos que o governo russo está exigindo uma resposta da Casa Branca sobre os atentados que acabam de acontecer, e durante as transmissões, vemos um comentarista sensacionalista argumentando o contrário, e vislumbres da primeira ministra britânica e do secretário geral da ONU.
Por sua vez, Garik e G’iah dirigem-se a um encontro com o conselho dos Skrulls infiltrados, mas antes, no caminho, os dois discutem os acontecimentos do final do episódio anterior, e como o velho Fury, a seu ver, busca uma forma de morrer, por isso Garik se recusou a matá-lo.
A reunião com seus líderes rende grandes revelações referentes à trama da série, pois nela vemos que não só o líder da ONU, como o próprio sensacionalista da TV e a primeira ministra, dentre outras importantes figuras no cenário político, são Skrulls infiltrados e aparente aliados de Garik em sua causa. No entanto, alguns deles revelam reservas quanto aos seus métodos violentos.
Apesar disso, o impetuoso Skrull consegue convencê-los a torná-lo líder do exército da facção rebelde da raça alienígena, mas não antes que um membro do conselho, Shirley, ainda contrária à nomeação, saísse de lá. Gravik reafirma suas intenções de provocar a autodestruição da humanidade e o eventual domínio do planeta, para torná-lo o novo lar dos Skrulls.
Muitas referências às fases anteriores do MCU
Do lado de fora, ela entra em contato com Talos, e ele a pede para marcar um encontro com seu antigo amigo, agora adversário. Já na comuna Skrull, vemos o retorno triunfal de Garik, mas este não está nada feliz, pois ao se reunir com uma cientista em conluio com sua causa, a Dra. Rosa Dalton, revela que as amostras de DNA humano usadas para mascarar seus agentes infiltrados estão acabando, ao mesmo tempo em que uma misteriosa máquina é revelada.
Ao pé da porta, G’iah acaba ouvindo toda a conversa, e ao pesquisar o nome de Dalton no computador, várias referências (é hora dos easter-eggs!) a acontecimentos do Universo Cinematográfico Marvel acabam pipocando na tela. Primeiro, ficamos sabendo que os Skrulls renegados estão empenhados em encontrar algo chamado Colheita e têm acesso ao material genético de Groot, membro dos Guardiões da Galáxia, com menções ao seu planeta-natal, o Planeta X e sua espécie, a Flora colossus, coletada em algum momento durante Os Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato, quando o monossilábico herói estava na Terra.
Eles também têm uma amostra do DNA do gigante de gelo de Thor: Mundo Sombrio, aquele ser que pintou bem no final do filme, vinda do encontro das nove dimensões, citando Jotunheim como seu lar, uma referência direta aos filmes de Thor. Há também uma menção ao Projeto Extremis, visto pela última vez em Homem-de-Ferro 3, onde humanos receberam injeções que o transformaram em seres superpoderosos; nos quadrinhos, Extremis cumpriu um papel ainda maior, dando a Tony Stark a capacidade de absorver a armadura de Homem de Ferro sob sua pele, conferindo-lhe um nível de proteção jamais visto, à custo de sua sanidade.
Os Skrulls buscam tirar de Extremis alguma forma de torná-los mais fortes, o que também leva a crer que haverá uma possível ligação dessa pesquisa com a eventual introdução do personagem Super Skrull ao MCU, um ser ainda mais poderoso, membro da raça alienígena infiltrada na Terra. Mas isso não é tudo que o segundo episódio da série trouxe em termos de referências a outros filmes do vasto universo do selo Marvel nos cinemas, pois acabamos tendo mais uma participação de Rhodie na série, desta vez tendo que rebater uma série de acusações vindas dos líderes mundiais com relação ao ataque terrorista perpetrado por Garik.
Velhos amigos trocam farpas
Durante a conversa pra lá de agressiva, Rhodie brinca com o membro da comissão norte-americana ao seu lado sobre como estava prestes a trocar seu terno pelo traje do Máquina de Guerra para dar um fim à situação, já que estava sendo colocado contra a parede com relação à presença de agentes de seu país em solo russo. Rhodes rebate as acusações, exigindo provas cabíveis. Ao sair da câmara de reuniões, o antigo parceiro do Homem de Ferro é convidado por Fury para levar um lero em um bar próximo, mas o encontro entre os dois acaba sendo nada amigável.
Nele, Rhodie ameaça Fury, dizendo que ele é o último aliado do personagem de Samuel L. Jackson, e que sua paciência está por um fio, já que Nick está jogando um perigoso jogo de espionagem ao se envolver com o atentado terrorista. Rebatendo os argumentos de Rhodie, Fury revela que seus seguranças são todos Skrulls, e é surpreendido ao ver que seu amigo já sabia disso e que estava a par da possibilidade dos alienígenas estarem infiltrados no planeta.
Apelando ao bom senso de Rhodes, Nick faz uma referência a Pierce, interpretado por Robert Redford em Capitão América: O Soldado Invernal, e como o antigo líder da S.H.I.E.L.D ao mesmo tempo um agente da Hydra – organização fascista fundada pelo Caveira Vermelha durante a Segunda Guerra Mundial e aliada dos nazistas, com dedo em muitos dos eventos do MCU durante suas duas fases iniciais, incluindo a série Agentes da S.H.I.E.L.D, recentemente concluída – tentava conduzir a agenda dos malfeitores por trás das cenas.
Como figuras de influência que subiram a seus cargos apesar de todo o racismo nos EUA, Fury sugere que eles deveriam se unir sob uma causa em comum. Segundo ele, a crise Skrull tem o potencial de ser ainda mais devastadora que a da Hydra, vista durante os filmes da fase 2 do MCU. O apelo de Fury não dá certo e ele acaba sendo “demitido” por Rhodes.
As surpresas ainda não acabaram
Mas como bem sabemos, “mesmo estando fora, ele está dentro”, como o próprio diz antes de se desvencilhar do segurança de Rhodie e partir do restaurante. Fallsworth entra novamente em cena e mostra mais do seu lado sombrio ao chegar a um açougue onde os russos estão mantendo preso o suspeito pelas bombas do primeiro episódio. Sem sucesso em extrair qualquer informação dele, os agentes deixam Sonya tentar a sua sorte, e com pouca dificuldade, não só descobre que o cara é um Skrull, cortando fora sem qualquer cerimônia o dedo do sujeito.
Torturando-o com uma injeção que o deixa em pura agonia, a representante do MI-6 fica sabendo da existência do casal de cientistas Dalton, um dos quais tivemos a oportunidade de ver em ação momentos antes no episódio, e que uma máquina estava sendo construída, a mesma que suspeitamos será a origem do Super Skrull. Segundos depois da revelação, Gravik invade o local, matando os agentes russos e botando para baixo a porta da sala refrigerada em que seu homem, Brogan, está sendo mantido. Fallsworth, é claro, já havia fugido.
No meio do caminho de volta à comunidade, Gravik, já suspeitando de Brogan, o elimina, em companhia de G’iah, que se mostra cada vez mais contrariada com as ações de seu líder. Em meio a isso, vemos Fury indo visitar uma elegante casa em algum lugar não identificado. Ele entra e é recebido por uma Skrull posando de mulher negra, preparando o que parece ser o jantar. Ela dá uma bronca no velho, agora ex-agente e desempregado, e só depois dele colocar uma aliança no dedo, dá um beijão nele e parte para um apertado abraço. É isso mesmo, Fury não só é casado, mas é esposo de uma Skrull.
Conclusão
O segundo episódio de Invasão Secreta teve pouca ação, mas uma quantidade enorme de desenvolvimento da trama. A quantidade de referências e o que pode ser visto como easter eggs neste capítulo foi enorme. Não só houve uma ligação direta entre os eventos da fase 2 e 3 do MCU com os acontecimentos da série, mas também vemos que não era só o Fury que estava esperto com relação à chegada dos Skrulls na Terra.
Apesar da falta da ação como vimos no episódio de estreia, “Promessas” serviu como o início da tão esperada conexão entre a saga espacial mostrada em Capitã Marvel e o resto do MCU, o que há tempos era algo que os fãs estavam ansiosos para ver em forma de filme ou série. Ou seja, Invasão Secreta não só está entregando uma trama de espionagem bastante interessante, mas também está sendo a união de fases do MCU que até então não estavam diretamente relacionadas, a não ser nos quadrinhos, de onde os roteiristas da série se baseiam para bolar a história do universo da Marvel nos cinemas e nas telinhas.
Resta agora saber o que Fury fará agora que foi oficialmente expulso de sua agência por Rhodie, e qual será o próximo passo de Gravik, sabendo que seu grupo está ficando sem recursos, com a ciência de que eles têm em suas mãos uma máquina de capacidade ainda desconhecida. Com nosso conhecimento dos eventos da série homônima das HQs, temos como suspeitar de possíveis reviravoltas, mas vai caber a Invasão Secreta torná-las ou não realidade. Ou seja, a expectativa é ainda maior quanto ao que está por vir nos próximos capítulos…
Fique ligado no Showmetech para mais críticas como esta, e caso tenha deixado passar, confira a matéria da semana passada sobre a estreia de Invasão Secreta:
Fontes: Screen Rant, Wikipedia [1], [2]
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim (28/06/23)
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