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Um clássico cult dos cinemas, Ghostbusters construiu um legado de fãs desde seu primeiro filme dirigido por Ivan Reitman em 1984. E depois de uma continuação em 1989, um reboot mal recebido em 2016, e uma sequência em 2021, a franquia lança mais uma produção intitulada Ghostbusters: Apocalipse de Gelo, que continua a história a partir do filme de 2021.
Será que o novo lançamento de 2024 fará justiça às produções anteriores com críticas controversas? Uma coisa é certa: a nostalgia certamente foi um fan service bem servido. Veja quais foram as primeiras impressões do filme. Sem spoilers, claro. Já na parte dos easter eggs, é impossível não dar alguns, então tenha isso em mente.
História de Ghostbusters: Apocalipse de Gelo
Em Ghostbuster: Afterlife (2021), que acontece 35 anos depois de Ghostbusters 2 (1989), fomos apresentados à Callie (Carrie Coon), filha de Egon Spengler, um dos protagonistas originais da franquia, e sua família: Phoebe (Mckenna Grace), Trevor (Finn Wolfhard) e Gary Grooberson (Paul Rudd).
Agora, em Ghostbusters Apocalipse de Gelo, retornamos ao núcleo familiar Spengler como o novo time de Ghostbusters, e o icônico posto de bombeiros que marcou os filmes dos anos 80. Misturando uma nova trama potencialmente envolvente e elementos clássicos dos filmes antigos, Apocalipse de Gelo poderia marcar o retorno à popularidade da franquia.
Após Garraka, uma força fantasmagórica gélida milenar, ser libertada e estar prestes a reunir um exército de fantasmas para destruir o mundo, a nova geração de caça-fantasmas precisa se unir à equipe original para aniquilar a ameaça iminente. Utilizando um laboratório ultra secreto com novas tecnologias contra espectros, os poderes do super time de Ghostbusters sobe para outro patamar, e junto de Nadeem (Kumail Nanjiani), descendente dos antigos Mestres de Fogo, a equipe enfrentará Garraka “na cara e na coragem”.
Diferente do filme anterior, neste vemos um protagonismo muito maior dos personagens originais, cada um com background de história pessoal, deixando de lado o aspecto de “acessório surpresa” que lhes foram conferidos no filme anterior, ao passo que o novo Ghostbusters traz aspectos únicos à aventura.
Principais destaques
O filme começa com uma cena intrigante, já nos mostrando o potencial destrutivo do grande vilão da vez, Garraka. O início nos lembra um típico filme marcante da Marvel, que inicia com cenas impactantes, mas que não ditam necessariamente o ritmo geral da trama. Eu, que gosto dos clichês de filmes de super-heróis, me incomodei com a cadência do quinto filme Ghostbusters.
É claro, a proposta de ameaça da extinção da raça humana é sempre emocionante de acompanhar, principalmente com algo relativamente diferente do tradicional, que é um fantasma milenar com poderes do gelo, capaz de controlar outros espectros do além. E poderia ter um ótimo desenvolvimento, se a produção se fixasse mais na proposta central.
Os takes que mostram Garraka, com sua aura aterrorizante e visual temível, e a apreensão construída até o momento de sua liberdade, poderiam dar o tom exato do suspense, mas a tentativa do filme de elaborar inúmeros subplots prejudicou a experiência.
Em defesa do resultado do filme (mas nem tanto), é difícil imaginar um roteiro bem-sucedido que tenta encaixar em torno de 7 subtramas com nada menos que 13 protagonistas. É o velho ditado: melhor um pássaro na mão do que dois voando. Neste caso, era melhor uma trama principal bem trabalhada, com 2 ou 3 histórias secundárias enriquecedoras, do que uma “mistureba” de ficções mal trabalhadas.
A parte boa é que, apesar de não terem o desenvolvimento merecido, as histórias são interessantes e cativantes o suficiente para nos fazer gostar dos personagens, mesmo que o contexto completo fique por conta da nossa cabeça.
Trazendo mais um comparativo com os filmes de super-herói da Marvel, o humor de Ghostbusters: Apocalipse de Gelo também é meio pastelão. Se você, assim como eu, curte risadinhas descompromissadas, tudo certo. Mas um ponto a se destacar é a falta de timing de certas piadas, e mais ainda, de certos personagens.
Nadeem, personagem de Kumail Nanjiani (Eternals, 2021) foi o alívio cômico dos alívios cômicos, trazendo piadas do tipo “quebra de gelo” em momentos inoportunos, onde a tensão deveria ter marcado mais o ambiente. Como um personagem que carregava a responsabilidade de salvar o mundo, foi exagero ter disposto tanta irreverência em situações tão críticos. Ainda sim a sala de exibição gargalhou com o atrapalhado Nadeem.
Já o personagem de Paul Rudd (Homem Formiga, 2015), Gary Grooberson, perdeu a mão nas piadas. As pinceladas de sua trama individual propuseram um tópico mais emocionante, que foi impossível de levar a sério.
Mas nem tudo são pedras. A emoção de ver a equipe original reunida deu um ótimo quentinho no coração, certamente se você é fã da franquia sentirá o mesmo. Dan Aykroyd brilha mais uma vez no papel de Ray Stantz, que agora gerencia uma loja de artigos paranormais, e faz vídeos para internet com a ajuda de Podcast (Logan Kim).
O entusiasmo de Ray lidera os antigos Ghostbusters, conectando as gerações e ditando o ritmo da investigação contra Garraka. Aos poucos, os outros integrantes do time vão dando as caras, e eu abri um sorriso com cada menção, até aparição de todos, em especial com Dr Peter Venkman (Bill Murray), que teve poucos minutos de tela, mas que o fez valer em todos.
A jovem prodígio Phoebe Spengler, interpretada por McKenna Grace (Handsmaids Tale) é outro deleite do filme. Junto de Ray Stantz, Phoebe faz o filme acontecer. A jovem atriz de apenas 17 anos passa credibilidade ao dar vida aos dilemas de uma adolescente caça fantasmas super dotada e fã de física quântica. Não é à toa que desde sua estreia como atriz em 2012, McKenna recebe papéis cada vez maiores.
Elenco
Família Spengler
- Mckenna Grace como Phoebe Spengler;
- Finn Wolfhard como Trevor Spengler;
- Paul Rudd como Gary Grooberson;
- Carrie Coon como Callie.
Ghosbusters originais e Fire Master
- Kumail Nanjiani como Nadeem;
- Bill Murray como Dr Peter Venkman;
- Dan Aykroyd como Ray Stantz;
- Ernie Hudson como Winston Zeddemore;
- Annie Potts como Janine Melnitz;
- Patton Oswalt como Hubert Wartzki;
- William Atherton como Walter Peck.
Outros
- Amily Alyn Lind como Melody;
- James Acaster como Lars Pinfield;
- Logan Kim como Podcast;
- Celeste O’Connor como Lucky.
Aspectos técnicos
- Daryn McLaughlan Diretor de Arte;
- Ruth Myers Chefe figurinista;
- Michael Standish Acessorista;
- Eve Stewart Cenografista;
- Michael Standish Cenografista.
Nostalgia e Easter Eggs
Mini Stay-Pluft
Os caóticos mini homens marshmallows são a versão pequenina do monstro final do primeiro filme de 1984. Fofos, mas destrutivos, os mini-pufts se tornaram uma das marcas registradas da franquia Ghostbusters, e em apocalipse de gelo não foi diferente. Sua presença não foi nada sutil: na primeira cena dos mini-pufts eles já estão em ação, mexendo e brincando nos pertences do porão oculto de Ray, até Podcast amassar um deles com um bom golpe. O que não os impediu de continuar a bagunça. Suas aparições tiraram risadas de todos os presentes.
Fantasma Slimer
O fantasma Slimer não é um dos Easter Eggs exclusivos de Ghostbusters Apocalipse de Gelo, já que o faminto Slimer se tornou ícone da cultura pop, e mesmo quem nunca viu Ghostbusters pode ser capaz de reconhecer sua figura por aí. Ele foi o primeiro fantasma capturado com sucesso pelos Ghostbusters, e é bem conhecido pelo seu apetite gigantesco e pela gosma que deixa para trás quando passa por objetos sólidos. Seu carisma foi tão grande, que nos demais filmes ele ganhou um background mais completo, e se tornou um dos “mocinhos”, em especial no desenho de 1986.
No filme atual ele não tem tanto destaque, mas é divertido acompanhar Trevor tentando capturar o Slimer soterrado em comida no sótão.
Fantasma da Biblioteca
Uma das melhores surpresas do filme foi, certamente, o aparecimento do fantasma da biblioteca, que rendeu um bom susto no primeiro filme, e não decepcionou nesse também. Ray, que estava na biblioteca recolhendo informações sobre Garraka, passou por um dos corredores e notou uma figura familiar. Era a fantasma da biblioteca em sua forma humana, porém, quando Ray tentou prestar mais atenção à figura, ela se transforma, e do mesmo jeito que no filme de 1984, se projetou em direção à Ray, dando aquele susto.
Conclusão
Ghostbusters: Apocalipse de Gelo não é um filme perfeito. Você sai da sessão com uma leve impressão de ter perdido alguma coisa da história, como se faltasse algo. Mesmo assim, é possível ficar satisfeito com o reencontro da equipe. Não é de hoje que a nostalgia se tornou produto rentável de Hollywood, e esse filme é claramente isso: uma produção nostálgica.
Ela ameniza, sim, o efeito decepcionante do filme de 2016, e também se mostra melhor que seu antecessor, o Ghostbusters: Afterlife. Recomendo, mas vá com baixas expectativas.
Onde assistir Ghostbusters: Apocalipse de Gelo
Ghostbusters: Apocalipse de Gelo estará disponível nos cinemas brasileiros a partir do dia 11 de abril.
Entretanto, se quer maratonar os filmes anteriores antes de assistir o lançamento, você pode conferir o primeiro Ghostbusters de 1984 no Max. O segundo filme, Ghostbusters 2, de 1989, está tanto no Max quanto no Prime Video; o reboot com elenco feminino está na Netflix. E o filme de 2021, Ghostbusters: Afterlife, o primeiro com a família Spengler, também está no Prime Video.
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Crítica: Ghostbusters: Mais Além | A nostalgia que deu certo
Revisão do texto feita por: Pedro Bomfim
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